Atendendo aos inúmeros pedidos que recebi, escrevo sobre um caso que tomou as redes sociais após o relato de Geovana Almeida. No centro da denúncia está o dentista Alessandro Bicca, cuja imagem pública de profissional respeitado contrasta com a experiência que ela decidiu expor: um padrão de violência meticulosa, requinte de crueldade e dominação psicológica que choca pelo cálculo e pela frieza.
À luz do dia, um homem cordial e aparentemente inofensivo. Mas, atrás das portas fechadas — ainda de acordo com seu relato —, a violência se agravava especialmente quando consumia álcool. Geovana contou que os sinais de abuso começaram com controle disfarçado de cuidado, passando por ciúmes, manipulação e isolamento social. Disse que se afastou da família e amigos e foi convencida a deixar o trabalho. A situação escalou até culminar em episódios de extrema violência física e mental. Geovana se mudou para a Europa com apoio da família, em busca de segurança e recomeço.
— Ele desferiu socos, chutes e me sufocou por diversas vezes. Bateu forte contra minha nuca e meu rosto, relatou Geovana.
A vítima afirma que, a cada três minutos, um novo ataque acontecia — o que, pelo relato, sugere que Alessandro não agia por impulso. Não era para “acabar logo” — e sim para mantê-la em estado permanente de pânico. Essa cadência, segundo especialistas, transforma a dor física em tortura psicológica, algo que a criminologia chama de sadismo instrumental: o sofrimento como ferramenta de controle.
— Me pegou pelos cabelos e me arrastou pelo chão por 2 metros, afirmou a vítima.
Será que Geovana poderia chorar? Imagino o quanto se sentiu reduzida a uma garotinha diante de uma autoridade com comportamento sádico.
O depoimento de Geovana mostra um martírio digno de filmes sobre psicopatas: sem defesa, sem fuga, sem chance de pedir ajuda. Aqui, damos voz a Geovana e a tantas outras mulheres que dizem ter sofrido abusos. A solução para casos assim está na reação da sociedade. A imprensa expõe, a população pressiona e o Judiciário deve fazer prevalecer a justiça — sinalizando aos agressores que se mantenham na coleira, com a focinheira apertada.
— O silêncio protege o agressor. A voz protege a vítima.
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