Marcus Aragão
@aragao01
Nosso governo continua batendo recordes olímpicos no revezamento com barreiras para a engorda. Começou com o IDEMA, depois a Procuradoria, seguindo com o MPF e termina com Natália Bonavides criticando a obra. Também está impressionando no salto à distância das decisões judiciais — lembremos da decisão judicial para desocupar o prédio do Diário de Natal e para liberar a licença para a engorda. Outro merecido destaque é na luta livre, com uma imobilização impressionante da obra na Ponte de Igapó.
Por outro lado, está bem longe de vencer os grandes desafios como o combate à fome, o desemprego, a violência e a melhoria no sistema de saúde. O despreparo é evidente, pois não conseguimos fazer o tempo mínimo. Uma engorda da praia de Ponta Negra é algo que deveria ser decidido em uma reunião de 20 minutos após analisar os fatos e a viabilidade — fique sabendo que somos o estado lanterninha.
Veja os estados que chegaram na frente e já realizaram engorda: Santa Catarina com Balneário Camboriú, Balneário Piçarras, Jurerê, Canavieiras e Praia dos Ingleses; Rio de Janeiro com Copacabana; Ceará com Praia de Iracema; e Pernambuco com a Praia Central de Jaboatão dos Guararapes.
— O Governo do RN ganha destaque também no nado contra a maré.
No jogo político, percebendo a relutância do governo em entrar em campo para liberar a obra, é inevitável chegarmos à conclusão de que, quando as melhorias na cidade não são sugeridas pelo time dos aliados, é bola para fora na certa. Além disso, precisam passar também por uma maratona para serem aprovadas — mas, por outro lado, a lamentável situação em que se encontra o RN pode caminhar livre como numa marcha atlética sob a torcida dos órgãos de controle.
Quando houver a coletiva de imprensa, como ocorre em toda olimpíada, gostaria de fazer algumas perguntas à dupla do nado sincronizado, Governo e Ministério Público, que tanto questionam os impactos da engorda, sobre os outros impactos que saíram da coreografia da dupla.
Qual o impacto da criminalidade na economia e na qualidade de vida do potiguar?
Qual o impacto da educação de péssima qualidade na infância das nossas crianças e nas próximas gerações?
Qual o impacto das estradas esburacadas para o turismo e para o desenvolvimento dos municípios?
Qual o impacto do sistema de saúde que não atende às demandas mínimas da população?
Vão ter que suar a camisa para responder.
Somos brasileiros e não desistimos nunca. Vamos continuar torcendo pelo nosso RN, pois fica a certeza de que ganharemos ao menos uma medalha de ouro na ginástica que fazemos para sobreviver.
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