O Relógio do Juízo Final foi criado em 1947 por cientistas preocupados com o risco de uma guerra nuclear. Inicialmente, ele servia como um alerta sobre a iminente destruição da humanidade. Hoje, esse relógio simbólico reflete ameaças existenciais que vão além do armamento nuclear: conflitos globais, avanço da inteligência artificial e o colapso da verdade na era digital. Quanto mais próximo da meia-noite, maior o risco de uma catástrofe global. O Relógio do Juízo Final está localizado na sede do Boletim dos Cientistas Atômicos (Bulletin of the Atomic Scientists), na Universidade de Chicago, nos Estados Unidos.
— É o fim das eras?
Estamos mais próximos do juízo final do que nunca. As guerras que se multiplicam pelo mundo não são mais apenas conflitos localizados; são fagulhas que podem incendiar a civilização. A Ucrânia, o Oriente Médio e as tensões entre China e Taiwan são apenas alguns dos barris de pólvora que ameaçam explodir. Mas, paradoxalmente, a maior guerra que travamos é invisível: a batalha pela consciência humana, travada nos algoritmos das redes sociais.
Os algoritmos não foram projetados para promover a verdade, mas para engajamento. Fake news, polarização e câmaras de eco transformaram sociedades inteiras em tribos em pé de guerra, onde o outro não é apenas um adversário, mas um inimigo a ser destruído. A internet, que prometia democratizar a informação, tornou-se uma ferramenta de manipulação em massa, conduzindo-nos a um caminho perigoso.
Se o Relógio do Juízo Final está próximo da meia-noite, é porque fomos nós que o adiantamos. Vivemos uma era de desconfiança mútua, onde as nações estão mais preocupadas em se proteger do que em dialogar. O que nos separa da catástrofe não é um abismo, mas uma linha tênue, constantemente testada por lideranças imprudentes.
No entanto, a humanidade sempre encontrou formas de recuar do precipício. O Relógio do Juízo Final não precisa chegar à meia-noite. O primeiro passo para afastá-lo é reconhecer o perigo que nos ronda. A paz não é um acaso; é uma escolha. E talvez ainda haja tempo para tomarmos a decisão certa.
— Oremos.
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