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Escolas off-line  — Por que celulares foram proibidos em sala de aula? Por Aragão

Por muito tempo, justificou-se o uso do celular como um instrumento pedagógico, uma forma de trazer a tecnologia para o aprendizado. Mas sejamos sinceros: quantos alunos realmente estavam assistindo videoaulas e quantos estavam no WhatsApp ou no TikTok?

O argumento da “educação digital” perdeu força quando os próprios professores passaram a perceber que os celulares estavam roubando o protagonismo da sala de aula.

Em vez de ouvirem a explicação do professor, os alunos estavam rolando a tela sem parar.

Em vez de interagirem entre si, estavam imersos em redes sociais, conversando com quem não estava ali. Em vez de enfrentarem os desafios da aprendizagem, estavam buscando respostas prontas no Google.

— Como competir com um universo inteiro dentro de uma tela?

A ciência já nos alertava há tempos. Pesquisas ao redor do mundo demonstram os impactos negativos do uso excessivo de celulares na escola:

Menos aprendizado, mais distração → Um estudo da London School of Economics mostrou que escolas que baniram celulares tiveram melhora de 6% no desempenho acadêmico dos alunos.

Menos criatividade, mais respostas prontas → Pesquisadores da Universidade de Stanford demonstraram que crianças expostas a telas excessivas têm dificuldades para interpretar expressões faciais e desenvolver empatia.

Mais ansiedade, menos interação → A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou que adolescentes que passam mais de 3 horas por dia no celular apresentam maior risco de ansiedade, depressão e dificuldades de socialização.

Lívia, de cinco anos, costuma usar o celular desde pequenininha. Começou como uma estratégia dos pais para entrete-la enquanto faziam as tarefas domésticas. Mas acabou virando hábito: todo dia, ela abre o YouTube e vê um vídeo atrás do outro.

A rotina, no entanto, começou a preocupar os pais. Não só pelo que a pequena vê no celular, mas, principalmente, pelas reações dela quando está sem o aparelho. É o que conta a mãe de Lívia, a fisioterapeuta Bruna Rosa. Pesquisas traduzem em números o problema que ela vive em casa.

“Essa irritabilidade quando acaba a bateria do celular, quando a gente tira do celular porque acabou o horário (de usar o aparelho). Ou quando não pode pegar o celular naquele momento, ou não tem como pegar o celular naquele momento. Essa mudança de comportamento dela, de ficar mais estressada, mais agitada a gente começou a perceber que talvez ela estivesse passando para um nível de vício mesmo. De vício em telas.”

Ou seja, estamos criando uma geração cada vez mais conectada também aos problemas advindos do uso excessivo dos smartphones — além de ficarem mais desconectada do mundo real.

Noventa e cinco por cento das pessoas entre 9 e 17 anos acessam a internet. A grande maioria usa o celular para isso. 24% delas começam a usar a internet antes dos seis anos. Em 2015, esse percentual era de 11%.

O ambiente escolar precisa de foco, disciplina e troca real entre alunos e professores. Não há aprendizado profundo sem atenção plena. 

A ideia de banir o uso de celulares nas escolas acompanha mobilizações semelhantes de pais nos Estados Unidos e na Inglaterra e vem na esteira da decisão de países como Holanda, Finlândia e França, que aboliram o aparelho das salas de aula.

A proibição não significa um retrocesso, mas um passo necessário para que os alunos redescubram a arte de pensar sem distrações. A forma como as escolas irão proibir deve ser combinada com pais e alunos para evitar desgastes desnecessários. 

Porque no fim das contas, não estamos apenas proibindo um aparelho — estamos tentando resgatar o que foi perdido. Porque o mundo é on e off-line — o desafio será sempre equilibrar esses dois mundos.

E você, acha que ainda dá tempo?

Comentários (9)

Felipe leite 17 fev 2025

Difícil, mas ainda dá tempo.

Ana Lúcia 17 fev 2025

Essa abstinência vem depois de qq vício q e cortado. Mas, antes tarde do q nunca. Sofre um pouco agora, pra sofrer menos depois..

Jurema 17 fev 2025

Sensatíssimo 👏👏👏

Carlos 17 fev 2025

Pela saúde dos nossos filhos 🙏

Fe 17 fev 2025

Exatamente assim. Parabéns pelo artigo

Romulo 17 fev 2025

Argumentos fortes e interessantes. No entanto, considerando a origem da ideia, o meio de efetivação do projeto, e seu desenrolar até a aprovação e efetivação, ofereço um contraponto, também fundamentado em um sem número de ocorrências nos países citados e também por aqui: até onde ficarão os alunos privados de registrar e denunciar os assédios, ideológicos e de gênero, principalmente, daqui para a frente? E como pais e efetivos responsáveis pelas condutas em sala de aula ficarão ainda mais alheios do que realmente acontece em sala de aula nestes tempos sombrios? A refletir! Feliz dia!

Maria de Fátima 17 fev 2025

Ótima e necessária proibição, as crianças estão viciadas mesmo. Nesse momento estão em abstinência, algumas nem querem ir p a escola.

Maria de Fátima 17 fev 2025

Ótima e necessária proibição, as crianças estão viciadas mesmo. Nesse momento estão em abstinência, algumas nem querem ir p a escola.

Maria de Fátima 17 fev 2025

Ótima e necessária iniciativa. As crianças estão viciadas mesmo...nesse momento ,estão em abstinência!

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Quem Com Greve Fere, Com Greve Será Ferido. Por Aragão

Vivi pra ver o governo do PT sentir na pele as ameaças de greves e paralizações. Deus é realmente um roteirista surpreendente. Ora, Ora, o Partido dos Trabalhadores, historicamente conhecido por sua origem sindical e sua defesa intransigente do direito à greve, agora se encontra no papel de alvo das mesmas mobilizações que um dia incentivou. 

No Rio Grande do Norte, professores da rede estadual estudam paralisar suas atividades e protestam por reajuste salarial, enquanto o governo, enfrenta o desconforto de lidar com uma categoria que, por muitos anos, foi sua base de sustentação.

— Uma postura reprovável do governo?

A governadora, professora de formação e ex-sindicalista, sempre teve a educação como uma de suas bandeiras. Em seus discursos, defendeu greves, marchas e mobilizações como instrumentos legítimos da classe trabalhadora para pressionar governos a cumprirem seus compromissos. Agora, do outro lado da mesa, precisa administrar as limitações orçamentárias e justificar por que não pode conceder o reajuste de 6,27% do piso nacional da categoria, conforme reivindicado pelos docentes.

— Segundo o IDEB, nosso ensino médio da rede pública já é um dos piores do Brasil — imagine com as greves.

Essa questão vem expor um dilema enfrentado por partidos de origem sindical: é mais fácil defender bandeiras na oposição do que conciliá-las com a realidade administrativa no governo. Agora, o PT precisa explicar por que aquilo que um dia foi “falta de compromisso com a educação” nos governos adversários se tornou uma necessidade de contenção de gastos em sua própria gestão.

— Será que uma greve dos professores fará escola e será seguida por outras categorias?

É bem provável que sim, pois os servidores do Detran aprovaram greve no RN a partir de 17 de fevereiro. — E agora? Se há um aprendizado nisso tudo, é que a coerência política é um dos bens mais difíceis de preservar quando se assume o poder. Os professores e os servidores do Detran que hoje protestam por melhores reajustes não esquecerão facilmente essa ironia do destino.

Foto: Reprodução da Internet

Comentários (9)

Lilian 14 fev 2025

Pois é... parabéns para quem colocou eles no governo, que na realidade é um total desgoverno. Que Deus nos guarde.

admin 13 fev 2025

Obrigado, Ricardo

Ricardo 13 fev 2025

Parabéns pela clarividência e objetividade do texto. Ser pedra é fácil. Difícil é ser vidraça.

admin 13 fev 2025

Obrigado, Ricardo

Albanisa 13 fev 2025

A Profa. do "gopi"

Nina 13 fev 2025

👏👏👏👏👏👏

Leandro Mendes 13 fev 2025

Pau que dá em Chico, dá em Francisco.

Michel Pipolo 13 fev 2025

A “lei do retorno” é implacável. A base de mudança de uma sociedade é a educação, que nos últimos anos retrocedeu em nosso RN. Se a principal bandeira da chefe do executivo potiguar está em situação de greve, olhemos também para segurança publica, saude, agricultura, infraestrutura e gastos públicos.

Marcela 13 fev 2025

O governo de Fatima nao demostra respeito nem pelos grupos que um dia ela pertenceu. O RN deverá entrar em greve generalizada, ja que a insatisfacao, atraso salarial e nao realizacao dos ajustes sao realidade desde o inicio dessa nova gestao da governadora. Trabalhar sem receber ela nao faz, mas quer que os outros o façam 🤷🏻‍♀️

Dr Jedra 13 fev 2025

Vc tocou na ferida da demagogia e cutucou o cão com vara grande e grossa.

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Inteligência artificial desbanca medicina e passa a ser o curso mais concorrido da UFG

Pela primeira vez, Inteligência Artificial é o curso com a maior nota de corte da Universidade Federal de Goiás (UFG), conforme o resultado do SISU 2025, disponibilizado segunda-feira (27). 0 curso de lA superou medicina, que ainda ficou em terceiro lugar, atrás do curso engenharia de software. Os candidatos tiveram até o dia 3 de fevereiro para se matricularem.

Nos últimos anos, o curso de lA sempre deteve uma nota de corte alta, por exemplo, no ano passado, IA teve nota de 795 pontos contra 805 pontos de medicina, uma diferença de apenas 10 pontos. A surpresa para esse ano foi, além de superar o curso de medicina, ter no pódio o curso de engenharia de software.

Segundo o diretor do Instituto de Informática da UFG, Eliomar Araújo, o resultado da nota retrata o cenário atual da indústria e do setor produtivo. “Cada vez mais o mercado busca proificionais altamente capacitados”, garante.

Fonte G1 Goiás

Foto Reprodução UFG

Comentários (2)

admin 13 fev 2025

Oi Diogo, Situação difícil essa nossa.

Diogo 11 fev 2025

No governo atual, com toda a colaboração que ele deu, não me admira as pessoas irem atrás da inteligência artificial, vez que a natural quase não mais existe!!! Kkkkk

admin 13 fev 2025

Oi Diogo, Situação difícil essa nossa.

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