A estrada da vida da Bruna Maria era linda. Em seu caminho havia alegria, talento e esperança de chegar lá… de realizar seus sonhos. Seu destino deveria ser a felicidade mas a vida foi cruel e colocou ela num estado onde as estradas matam. Estradas esburacadas, mal sinalizadas, escuras e sem segurança — Onde poderia haver um poste de iluminação, tinha um marginal; onde poderia ter uma blitz, tinha um bando de assaltantes. 

Vivemos em um estado, que não soube oferecer oportunidades para todos, que falhou quando não ofereceu saúde e educação pois sabemos que esse é o melhor programa de segurança que existe. Esse problema é estrutural e não se restringe apenas ao governo atual. Mas, infelizmente, atualmente, a violência é cada dia maior. 

— Olhaí, o crime taí! O Governo taí? Tá resolvendo?

O próximo disparo atingirá quem? Todos somos alvo numa sociedade que não oferece segurança. O governo atual tentou resolver a questão, sim, acredito que sim. — Mas não conseguiu. Infelizmente. A propaganda governamental é bem feita mas não tem respaldo na realidade. Não adianta mostrar índices se a percepção de violência é tão nítida como o sangue da Bruna.

Quem não sente medo quando dirige em nossas estradas, ruas e avenidas? Quem não tem pavor de ir ao aeroporto na madrugada? Quantas relatos não já escutamos de pessoas assaltadas, vítimas de sequestro relâmpago?

— Qual mensagem passamos ao mundo do crime quando os governantes tentam descriminalizar o pequeno roubo? 

Ronaldo Caiado resolveu a criminalidade em Goiás. E por que não conseguimos no RN? Por que tolerância com o intolerável? Por que o congresso não retira o direito ao voto dos criminosos? Precisamos que tenham representantes deles? Será que sem o direito ao voto não acabaria com as políticas complacentes com o crime?

— Como a bandidagem se sente com as audiências de custódia?

O judiciário quase sempre apresenta um viés para o executivo do momento? Se a ideologia dominante é mais tolerante, o judiciário segue? É assim mesmo? 

— Os tristes caminhos do RN.

Bem, a morte é uma estrada sem volta. A bala que atingiu Bruna Maria poderia ter acertado qualquer um de nós. O próximo disparo alvejará quem? Eu? Você? Sua filha?