Enquanto os EUA, que têm uma população 60% maior que a nossa, com quase o dobro de Estados (50), contam com apenas 435 deputados, o Brasil — um país que tenta sobreviver aos ataques contra a democracia e aos cofres públicos — aumenta de 513 para 531. Impactando os cofres públicos em 150 milhões de reais.
— A conta está chegando, e não temos dinheiro para pagar.
A partir de 1º de julho, o governo federal suspende a fiscalização dos combustíveis. A Agência Nacional do Petróleo alega falta de recursos. Os aviões da FAB estão parados por falta de verba. Teremos cortes na saúde, educação e moradia, além da falta das melhorias necessárias por todo o país.
Sabemos que Lula tem culpa por não fazer o ajuste fiscal necessário. Gasta demais. A corrupção não tem freios, e o caso INSS é apenas mais um que sai debaixo do tapete e vai para o ventilador. Mas a resposta do Congresso, ao ampliar o número de deputados, é como se dessem o dedo para o país — O dedo que vota contra a nação.
A sensação que temos é que o Brasil, cada vez mais, fica nas mãos dos parlamentares. Como quem segura um passarinho, vai controlando o presidente do momento de acordo com sua ambição. Sabe que, se apertar muito, o passarinho morre; se apertar pouco, ele voa.
O presidencialismo no Brasil está cada vez mais fraco. Seja pela imposição do Judiciário ou do Legislativo, qualquer presidente perde seu protagonismo. Não importa se a ideologia é de direita ou esquerda, a pressão é a mesma. Lembremos como a Câmara Federal apertou Michel Temer, Bolsonaro, e fizeram aprovar um aumento das emendas sem precedentes. Com Lula, da mesma forma, todo dia pressiona para satisfazer suas ambições. — As emendas parlamentares já chegam à cifra absurda de 53 bilhões de reais.
— Representatividade? Atualmente, representam os próprios interesses.
O sistema de freios e contrapesos é excelente — visa o equilíbrio de forças entre os três poderes. Mas a realidade no Brasil anda desequilibrada demais. O Congresso não vai abrir mão do poder e, no próximo ano, podemos mudar esse cenário.
A mudança é urgente, pois, independentemente de quem seja o próximo presidente, o Congresso vai querer que coma na mão deles.
Foto: Bruno Spada
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