No Rio Grande do Norte, parece que vivemos sob uma ditadura verde.
Não se pode fazer uma engorda de praia. Dizem que o projeto não estava bom mas não se sabe que uma intervenção dessa magnitude sempre precisa de um “pós-operatório”para que possa se recuperar e fazer ajustes necessários. Não se pode cortar uma árvore — mesmo que se plante dez no lugar. Proibir é sempre a primeira opção. Agora, não se pode fazer o Parque Linear na avenida Roberto Freire.
— O “Não” já temos — Essa é a bandeira do RN!
Não se pode aparar o cajueiro, ainda que isso ajudasse o próprio cajueiro e melhorasse o trânsito.
Não se pode construir prédios na Ribeira porque o Iphan questiona.
Não se pode replantar árvores em outro lugar para melhorar o trânsito.
— A conta pelo progresso das outras nações ficou para nós pagarmos?
O problema talvez não esteja nas árvores, mas na mentalidade.
Enquanto os países desenvolvidos constroem, expandem e reformam sem culpa, implantaram na cabeça das nossas elites reguladoras a ideia de que preservar é sinônimo de compensar o progresso que os outros países conquistaram. Absurdo. Preservamos nossa estagnação.
Uma narrativa conveniente para os outros mas equivocada para nós: “Preserve o verde — mesmo que, para isso, destruamos o trânsito, o turismo e a economia.”
Aristóteles já dizia: a virtude está no meio.
Não é preciso escolher entre o verde e o progresso.
É possível — e necessário — conciliar desenvolvimento econômico e responsabilidade ambiental.
Mas o RN parece ter adotado a política do “não pode”, enquanto os outros estados e resto do mundo segue construindo pontes, avenidas e cidades inteiras sobre o discurso da sustentabilidade.
É razoável impedir a retirada de cinco árvores na avenida Jaguarari para melhorar o trânsito, mesmo com o compromisso de plantar cinquenta em outro lugar?
É sensato não abrir uma via ligando a Via Costeira à Roberto Freire, obrigando milhares de pessoas a rodar quilômetros todos os dias num trajeto absurdo?
É racional travar o progresso, sem buscar um meio-termo?
— Quando teremos o “Sim”? Continuaremos verdes eternamente ou está na hora de amadurecermos?
                        
                                
                                
                                
                                
                                
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