O Blog Marcus Aragão teve acesso aos relatórios da Polícia Civil que mostram a situação da violência em nosso estado.
— Em julho de 2025, as mortes violentas cresceram 37,9% no RN, quando comparadas com julho de 2024.
O impacto da violência molda nosso dia a dia. Vivemos assustados, muitas vezes com receio de ir e vir a lugares que antes transitávamos sem medo. Alteramos nosso trajeto, nossos horários, investimos em segurança eletrônica, mas o temor de sermos a próxima vítima não passa.
Toda noite é a mesma coisa: ruas vazias, praças sem vida e calçadas sem as senhoras conversando em frente às casas — paisagem muito comum até poucos anos atrás. Nas áreas mais residenciais, ninguém ousa sair para conversar, as crianças não brincam nas praças; só sai de casa quem precisa. É um entra e sai ligeiro, atento, olhando para os lados. É como se um alerta interno ficasse ligado 24 horas por dia.
O Estado tenta reagir, mas não consegue controlar a escalada da violência, em parte pelo déficit absurdo nas polícias Civil e Militar. Para você ter uma ideia, a Civil conta com apenas 34,83% do seu efetivo. Por que não faz mais concursos? Como vencer a criminalidade? Você entende por que a percepção de insegurança é enorme em nosso estado?
É verdade que as mortes por 100 mil habitantes diminuíram de 68,78 em 2017 para 24,23 em 2024. Foi uma conquista. Mas o crime, de forma geral, tem crescido, e a percepção de insegurança cresce junto. É preciso fazer muito mais.
— Pense e responda: você se sente seguro nas ruas do RN?
Com a economia em frangalhos, a pior nota do país no ensino médio segundo o IDEB, polícias sem efetivo nem estrutura, e um presídio federal em Mossoró, o RN se torna terreno fértil para as facções. Uma guerra silenciosa para quem vê de fora, mas real e mortal para quem vive aqui.
Nossa guerra não aparece em rede nacional. Nossa gente vive assustada e tem tombado, vítima de uma violência atroz, perpetrada por duas grandes facções, Comando Vermelho e Sindicato do Crime, que disputam território, impõem regras e estabelecem o medo como método.
— Tá tudo dominado.
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