O pesquisador Manoel Cavalcanti Neto em seu primeiro livro de 2018, defende a hipótese ousada de Lenine Pinto quanto ao Descobrimento do Brasil. No livro “Brasil 1500 – A verdade. O Descobrimento do Brasil no RN”, publicado em 2024, com dados mais consistentes, baseados na ciência, confirma que a chegada de Pedro Álvares Cabral teria ocorrido realmente em terras potiguares, e não na Bahia, como consagra a história oficial.
Muitos trataram a ideia com ceticismo, mas agora ela ganha fôlego inesperado. Em setembro de 2025, a prestigiada Cambridge University Press publicou, no Journal of Navigation, o artigo “Scientific data in Pero Vaz de Caminha’s letter”, assinado por Carlos Chesman e Cláudio B. S. Furtado. A pesquisa reacende o debate internacional ao propor uma nova localização para o Monte Pascoal e para o chamado porto seguro, onde Cabral teria aportado.
A Carta de Caminha como documento científico
O estudo parte da leitura minuciosa da Carta de Pero Vaz de Caminha, tradicionalmente vista apenas como um relato histórico ou diplomático. Os autores demonstram, porém, que ela contém informações científicas detalhadas:
•distâncias navegadas;
•registros de profundidade da costa;
•descrições da fauna e da flora;
•dados geográficos e observações astronômicas;
•até mesmo impressões iniciais sobre os povos indígenas.
Esses elementos permitiram propor um reposicionamento geográfico do ponto exato onde a frota de Cabral teria chegado, questionando assim a narrativa que consolidou a Bahia como marco oficial do descobrimento.
Convergência com a tese potiguar
É justamente nesse ponto que a obra de Manoel Cavalcanti ganha destaque. Ao defender que o Rio Grande do Norte foi o verdadeiro local da chegada de Cabral, ele se antecipou a uma discussão que agora atravessa fronteiras e alcança o selo de uma das universidades mais respeitadas do mundo.
Embora o artigo da Cambridge não cite diretamente o RN, sua proposta de reposicionamento rompe a unanimidade baiana e abre espaço para que hipóteses locais, como a defendida no livro de Cavalcanti, ganhem legitimidade e atenção renovada.
                        
                                
                                
                                
                                
                                
Comentários (2)
2 respostas para “Jornal da Universidade de Cambridge reacende debate: descobrimento do Brasil pode ter sido no RN.”
Texto maravilhoso!
É bem verdade incontestável que a regata dos 500 anos só cumpriu seu objetivo de chegar na data aprazada porque os barcos participantes tinham velocidade 3 a 4 vezes as das caravelas e faziam um ângulo de orça muito menor. A caravela réplica se não tivesse utilizado seu motor potente teria sim alcançado apenas o Rio Grande do Norte