O comércio potiguar sofre, não é de hoje. Empresários que lutam para sobreviver, para manter suas portas abertas, para não demitir seus funcionários, para pagar os impostos — enfim, para gerar emprego, renda e movimentar nossa economia.
Não bastassem as hostilidades enfrentadas nessa economia capenga, nossos heróis do comércio ainda têm que lutar contra a Amazon, a Shopee, a Shein, o Mercado Livre e inúmeros sites. Agonizam esperando o auxílio das entidades de classe, que deveriam cumprir seu papel: apoiar, representar e lutar por melhores condições junto ao poder público. — O que temos? O Liquida Natal.
Liquidando a esperança de vez daqueles que esperavam algo relevante, uma melhoria real — seja uma condição tributária melhor, uma taxa de financiamento diferenciada — o que vemos é uma campanha liquidada, cansada, exaurida, que se arrasta há décadas e ainda não morreu porque serve como fachada do tipo: “olhaí, estamos fazendo alguma coisa”. “A campanha taí.”
Seria uma cortina de fumaça? Antes fosse. Quem sabe, vendo os sinais de fumaça subindo aos céus, alguma tribo indígena viria aproveitar a promoção. Quem mais, em contato com a civilização, se motiva ou se envolve com os apelos de sempre? Minha crítica, obviamente, não é à campanha publicitária, que cumpre bem seu papel de divulgar. O problema é a essência da promoção: a fórmula batida e rebatida do Liquida Natal, que tem forma, mas não tem substância.
O Liquida Natal do CDL já teve sua relevância — mas hoje funciona como um enfeite antiquado nas vitrines das lojas e no portfólio da entidade de classe. Levanta-se o cartaz da campanha quando, na verdade, percebemos que o CDL não tem cartaz nenhum.
Enquanto isso, nosso comércio fica esperando os índices maravilhosos que serão divulgados após a campanha, mas que não batem com a realidade das lojas. O lojista incrédulo ficará, mais uma vez, se perguntando onde errou. Talvez o erro não seja seu, caro lojista. Talvez o erro não seja da sua equipe de vendas. Talvez o erro seja de uma entidade que não representa seus interesses.
— É decepção à vista e esperança dividida em 10x sem juros.
Comentários (3)
3 respostas para “Liquida Natal. A Festa Fake do Comércio. Por Aragão.”
Ninguém acredita mais nesse tal de Líquida Natal. Vergonha alheia.
O presidente atual do CDL realmente não tem pulso nem ideias para fazer diferente. Bela reflexão.
Não concordo Marcus.
Nosso presidente José Lucena , tem feito uma gestão como poucos a frente do CDL.
Tem que se falar é da falência e ganância dos governos que querendo arrecadar mais aumenta os impostos e não quer ser parceiro dos empresários.
Porque não copiamos, por exemplo, o sistema de arrecadação do governo americano?
Procure saber e veja a diferença. Não é aqui o fórum pra esse tipo de debate mas antes de você expor tantas ideias distorcidas deveria , até como agência de publicidade que você comanda, escutar a voz do presidente da entidade para mediar a imagem que você tem da campanha.
Porque não fala da Brasil Mostra Brasil que acampa dez dias antes de nossa campanha com apoio do centro de convenções e negocia um Rosário de artigigos como uma zona livre e que os que adiqueriram, não terão o PROCON para defendê-los, pois a feira já foi embora.
Pense nisso.