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Entre Spinoza e Adam Smith: O mito da mão invisível e o Deus real dos interesses econômicos. Por Fernando Rocha.

A obra “A Riqueza das Nações”, de Adam Smith, introduziu a metáfora clássica da “mão invisível”, segundo a qual os agentes econômicos, ao buscarem o interesse próprio, acabam promovendo, involuntariamente, o bem-estar coletivo. Para Smith, o funcionamento da economia é, assim, um mecanismo natural, autorregulado, que prescinde de uma força externa ou heterônoma para garantir sua harmonia e eficiência. Esse raciocínio, de caráter eminentemente naturalista, encontra uma curiosa analogia no pensamento de Baruch de Spinoza, que concebe Deus não como uma entidade transcendente e voluntarista, mas como a própria Natureza, ou seja, a substância única cujos modos são todas as coisas existentes.

Tanto Smith quanto Spinoza convergem na crença de que o mundo — seja o econômico, seja o natural — é regido por leis próprias, imanentes, cuja ordenação não depende de uma intervenção externa ou arbitrária. Em Spinoza, a causalidade universal é absolutamente necessária: Deus ou Natureza (Deus sive Natura) é a totalidade do ser, e todos os eventos se sucedem segundo a ordem e a conexão inevitáveis dessa substância única. Do mesmo modo, em Smith, a economia tenderia a um equilíbrio espontâneo, orientado pelos interesses individuais que, como se guiados por uma mão invisível, produzem efeitos coletivos desejáveis, ainda que não intencionais.

No entanto, ao se observar a prática histórica e contemporânea da economia, percebe-se que o suposto caráter “natural” e autônomo do mercado é frequentemente tensionado e contradito por intervenções externas, fruto de interesses políticos e econômicos específicos. A idealizada “mão invisível” é, em larga medida, substituída ou deslocada por uma série de ações estatais que modulam e condicionam o funcionamento do mercado conforme os interesses de ocasião.

O caso brasileiro é paradigmático. Estima-se que o governo federal concede, anualmente, mais de R$ 500 bilhões em benefícios fiscais, renúncias tributárias e subsídios creditícios e financeiros a diversos setores da economia, valor que corresponde a cerca de 6% do PIB. Essas transferências não são fruto de um modelo impessoal ou neutro, mas decorrem de pressões e articulações políticas das chamadas bancadas temáticas, que representam interesses econômicos muito específicos.

Independentemente da coloração político-partidária dos governos — seja de orientação liberal, desenvolvimentista ou progressista —, o Estado brasileiro historicamente favorece setores como o agronegócio, que recebe subsídios bilionários através do Plano Safra e créditos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES); as instituições financeiras, beneficiadas por mecanismos de garantias públicas e resgates em crises sistêmicas; a indústria têxtil e a indústria automobilística, amparadas por políticas de isenção fiscal e proteção tarifária; e, mais recentemente, a chamada bancada da Bíblia, cuja força política orienta isenções tributárias para igrejas e instituições religiosas, em especial sob o argumento de imunidade fiscal prevista na Constituição.

A suposta neutralidade do mercado, portanto, cede lugar a um sistema de regulação profundamente heterônomo, onde o “Deus externo” que comanda o capitalismo não é a metafísica da mão invisível, mas o interesse de ocasião, variável conforme o contexto político e as forças que dominam o cenário institucional. O exemplo do protecionismo reintroduzido pelo governo Donald Trump, com a imposição de tarifas bilionárias a produtos chineses, reforça que, mesmo em economias centrais que defendem a liberdade de mercado, o interesse nacional e os grupos de pressão prevalecem sobre a mística do livre mercado.

Diferentemente do Deus-Natureza de Spinoza, que é uma entidade ontológica irrefutável e que rege o universo com necessidade lógica, o “Deus do mercado” é uma construção ideológica, manipulável e contingente, que serve, não raro, para legitimar políticas que favorecem determinados grupos sob o pretexto da neutralidade e da eficiência sistêmica.

Assim, ao contrário do que apregoam muitos defensores do livre mercado, o que se observa na prática não é a celebração de uma ordem espontânea e benéfica, mas a defesa obstinada de um Deus específico: o Deus dos interesses econômicos dominantes. O apelo ao “mercado livre” funciona como uma espécie de teologia política que naturaliza desigualdades, justifica intervenções seletivas e oculta a presença de um Estado que atua, paradoxalmente, para preservar os privilégios dos mesmos que proclamam a necessidade de sua abstenção.

Essa constatação impõe uma crítica necessária: a retórica do mercado como esfera autônoma, autorregulada e eficiente serve, muitas vezes, como um discurso de fachada para o predomínio de interesses corporativos, enquanto o verdadeiro “Deus” que governa a economia permanece sempre visível — e visceralmente humano.

Fernando Rocha de Andrade – Procurador da República e Mestre em Direito Internacional.

Comentários (6)

6 respostas para “Entre Spinoza e Adam Smith: O mito da mão invisível e o Deus real dos interesses econômicos. Por Fernando Rocha.”

  1. Excelente texto e baseado em um excelente livro, porém creio que cabe considerar que o Trump usa as tarifas como arma geopolítica, nao como modelo econômico como se baseou o argumento.

  2. Livre mercado é uma utopia, isso não existe e nunca vai existir. Sem a força do Estado, nada acontece, isso vale pra o Brasil como também acontece no resto do mundo. Ingênuo quem acredita em livre mercado no capitalismo, ainda mais nos Estados Unidos, China, Europa etc. Ágora, no nosso país, infelizmente a corrupção seja ela: executivo, legislativo e jurídico com a convivência de um.povo ignorante, atrapalha a nação!

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Desta vez a Fiern foi longe demais. — A indústria do entretenimento. Por Aragão.

— Foi à China.

Enquanto a indústria do RN agoniza em solo, a Fiern arrumou as malas e decolou da realidade, embarcando numa viagem que mais parece entretenimento do que missão de negócios. Pelo menos é o que acha parte dos associados da própria Fiern.

“Mas saíram daqui para fazer isso? Esperávamos coisas concretas, como parcerias firmadas”, disse um associado que prefere manter seu nome em sigilo.

Quanto custa levar uma delegação de empresários e dirigentes sindicais para 14 dias na China? É o que querem saber os associados que irrigam os cofres da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (FIERN) e que procuraram o Blog do Dina para reclamar que o que veem nos feeds do Instagram mais parece viagem de férias do que de negócios.

A indústria do entretenimento.

A viagem mais recente — uma missão empresarial com roteiro de turismo por duas semanas na China — rendeu postagens e algumas lembranças inesquecíveis. Entre elas, a pergunta: por que não constam esses valores subsidiados pela Fiern em seu site?

A indústria da transparência.

O portal de transparência da FIERN (transparencia.fiern.org.br) está inacessível. No site principal, não há publicação de gastos institucionais, orçamento anual ou prestação de contas pública.

O custo total? Não divulgado.
A fonte de financiamento? Não divulgada.
Resultados concretos, como acordos comerciais ou memorandos de entendimento? Nenhum anunciado.

Em um dos stories publicados por um dos participantes, há a informação de que 38 lideranças estavam no grupo. Conforme o Blog do Dina apurou, os custos da viagem foram subsidiados entre 60% e 70% pela Fiern. Os dirigentes levaram suas esposas, e os custos seriam à parte.

A indústria dos resultados.

Não deveria a Fiern ir em uma missão à Governadoria? Ou ao Ministério da Indústria e Comércio? Cobrar melhorias nos incentivos, assumir uma postura combativa e lutar pelos interesses da categoria? Postar vídeos cobrando mudanças neste Estado que não oferece nem estradas decentes para transportar o que se produz? Um Estado que, inegavelmente, não consegue atrair indústrias.

Uma viagem instagramável.
É para curtir.
É para compartilhar.
É para comentar.

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Não podemos aceitar essa megaoperação no RJ. — É pouco. Devemos ter uma em cada cidade do Brasil. Por Aragão.

O crime organizado não escolhe fronteiras. Ele domina territórios no Rio, em São Paulo, no interior e por todo país. Facções controlam eleições, extorquem comerciantes, destroem vidas e desafiam o Estado diariamente.

— A reação começou.

Se uma operação dessa magnitude foi necessária no Rio de Janeiro, por que não replicá-la em todas as cidades afetadas? O Brasil inteiro precisa recuperar sua soberania. A segurança pública não pode ser privilégio de uma cidade — tem que ser direito de todos os brasileiros.

Depois de varrer as facções da nossa sociedade, poderíamos ter a megaoperação da corrupção, a megaoperação dos bancos; a megaoperação nos 3 poderes; a megaoperação nos partidos, na saúde, na educação e nos transportes. Adaptaríamos as megaoperações à cada setor da sociedade.

Seria esse o início de um novo tempo para nosso país? Após mais de 500 anos será que finalmente descobriríamos o Brasil no primeiro mundo? Livre do crime organizado e da politica desorganizada?

— Honraríamos o sangue dos 4 heróis que tombaram em combate na primeira megaoperação, germinando a semente de uma nova pátria.

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Na luta contra as facções, defender o fim da Polícia diz muito sobre de que lado você está. Por Aragão.

Pedir o fim da PM é a sequência natural de quem defendeu a descriminalização do pequeno furto. E foi isso mesmo que aconteceu em Natal: Um ato político, em frente ao Midway, com presença de políticos da esquerda defendendo o fim da PM.

É a lógica do “coitadismo”, das “vitimas da sociedade” distorcida ao máximo. Um contorcionismo ideológico tão absurdo que ignora a realidade: 98% da própria favela é formada por gente de bem, trabalhadora, que quer paz e votou majoritariamente em Cláudio Castro, o governador que mais investiu em segurança pública no estado. — Quem conhece a realidade da favela, é a favor da megaoperação e contra as facções.

Dizer que a megaoperação não resolveu o problema da criminalidade é de uma estupidez atroz — tanta que se confunde com maldade. Desde quando alguém acredita que uma única ação resolveria tudo? Desde quando o Judiciário, ao julgar um crime, resolve a violência por completo? Desde quando construir um hospital resolve a saúde ou entregar casas populares resolve a moradia?

São esforços válidos, tijolos colocados na construção de um objetivo maior. A luta contra o crime não é um evento — é um processo.

Pedir o fim da PM é abrir os portões do inferno para que o satanás possa reinar em paz. Vale tudo pelo poder? Não existem limites para uma ideologia faminta de poder que para isso devora o bomsenso?

O Brasil não precisa de menos polícia. Precisa de menos ideologia que espanca nossos valores, que tortura nossos costumes e mata nossa esperança.

Na luta contra as facções, defender o fim da Polícia diz muito sobre de que lado você está.

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“Parnamirim vai mudar de patamar”, diz Kelps sobre o projeto Aeroporto Digital e sua pré-candidatura a deputado federal em 2026.

O secretário municipal de Planejamento e Finanças de Parnamirim, Kelps Lima, afirmou em entrevista ao Agora RN que o projeto Parnamirim Aeroporto Digital será um divisor de águas para a cidade Trampolim da Vitória. A proposta transforma o antigo Aeroporto Augusto Severo em um parque tecnológico e hub de inovação, com foco em tecnologia, empregos qualificados e atração de novos negócios.

Segundo Kelps, as negociações avançam e o grupo de trabalho, formado por UFRN, IFRN, Aeronáutica, Fiern, Sebrae, Câmara Municipal e Porto Digital do Recife, constrói o modelo ideal para o empreendimento. O parque pernambucano, referência nacional em inovação, presta consultoria técnica à prefeitura. O investimento inicial deve variar entre R$ 30 milhões e R$ 50 milhões, parte proveniente de fundos não reembolsáveis que estão em negociação.

Kelps destacou o papel da prefeita Nilda, que autorizou o uso de todos os incentivos fiscais legais para atrair empresas e apoiou integralmente o projeto. Ele lembrou que a atual gestão recebeu o município com dívidas de mais de R$ 380 milhões e conseguiu reorganizar as contas públicas. “Nilda é uma gestora sensível, que entende a importância de gerar emprego e renda em Parnamirim”, disse.

O secretário confirmou que deixará o cargo no fim de dezembro para se dedicar à pré-candidatura a deputado federal em 2026. Ele articula uma nominata competitiva com nomes como Carlos Eduardo Alves, Abraão Lincoln e Rafael Motta. Até fevereiro, o grupo deve definir o partido que representará no pleito. Para Kelps, o mais importante agora é consolidar um projeto político que dialogue com a nova fase de desenvolvimento que Parnamirim viverá com o Aeroporto Digital.

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Amanhã é Dia de Finados. — O texto para você nunca mais morrer. Por Aragão.

Curioso é que muitos que vivem preferem se comportar como se fossem mortos-vivos.
Projetam o paraíso sempre para o futuro.
Adiam o próximo passo — seja por medo, por timidez, por esperar o momento ideal.
Culpam a economia, o governo vigente ou até o clima.
Preferem parar na porta do paraíso — que é viver a vida intensamente.

Passam pelo purgatório das desculpas infinitas e pelo inferno das preocupações.
Pois é preciso se libertar de todas para chegar ao céu das realizações.

A boa notícia é que o paraíso — o lugar reservado pra você, com tudo o que sempre sonhou — existe.
Mas é preciso ir até lá, movido por uma fé inabalável e pela coragem de dar o próximo passo.

Você enfrentará tempestades dentro de si, mãos trêmulas, e temperaturas congelantes na barriga.
Mas isso não é medo — é energia de viver.

A vida não exige que você sempre vença.
Apenas que não desista dela.
E não buscar seus sonhos é negar um pouco a própria existência.

As vitórias serão apenas a consequência natural de quem decide aprender com o caminho.

Amanhã é Dia de Finados.
E homenageie, também, a pessoa que morreu hoje pela última vez e decidiu viver com a plenitude que a vida exige — você.

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Não podemos aceitar essa megaoperação no RJ. — É pouco. Devemos ter uma em cada cidade do Brasil. Por Aragão.

O crime organizado não escolhe fronteiras. Ele domina territórios no Rio, em São Paulo, no interior e por todo país. Facções controlam eleições, extorquem comerciantes, destroem vidas e desafiam o Estado diariamente.

— A reação começou.

Se uma operação dessa magnitude foi necessária no Rio de Janeiro, por que não replicá-la em todas as cidades afetadas? O Brasil inteiro precisa recuperar sua soberania. A segurança pública não pode ser privilégio de uma cidade — tem que ser direito de todos os brasileiros.

Depois de varrer as facções da nossa sociedade, poderíamos ter a megaoperação da corrupção, a megaoperação dos bancos; a megaoperação nos 3 poderes; a megaoperação nos partidos, na saúde, na educação e nos transportes. Adaptaríamos as megaoperações à cada setor da sociedade.

Seria esse o início de um novo tempo para nosso país? Após mais de 500 anos será que finalmente descobriríamos o Brasil no primeiro mundo? Livre do crime organizado e da politica desorganizada?

— Honraríamos o sangue dos 4 heróis que tombaram em combate na primeira megaoperação, germinando a semente de uma nova pátria.

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Crea-RN realiza Força-Tarefa em carregadores elétricos e reforça compromisso com a segurança tecnológica.

Entre os dias 3 e 7 de novembro, o Crea-RN realiza uma nova Força-Tarefa de Fiscalização, reunindo equipes de todo o Estado em uma grande operação concentrada em Natal e Região Metropolitana.

A novidade desta edição é que, pela primeira vez, o Conselho incluirá na ação a fiscalização dos pontos de carregamento de veículos elétricos — um setor em rápida expansão que exige padrões técnicos e segurança compatíveis com seu crescimento.

O movimento acompanha uma orientação nacional. No mês passado, o Confea publicou uma resolução provisória sobre a eletromobilidade, elaborada em conjunto com o Corpo de Bombeiros de São Paulo, montadoras e associações do setor, reforçando a importância da integração técnica entre inovação, sustentabilidade e segurança.

O objetivo da Força-Tarefa é assegurar que as obras e serviços de engenharia sejam executados por profissionais habilitados, combatendo o exercício ilegal das profissões que integram o Sistema Confea/Crea e garantindo que cada instalação esteja em conformidade com as normas técnicas e de segurança.

Durante a semana, as equipes do Crea-RN irão visitar obras, shoppings, supermercados, clínicas, hospitais e postos de combustíveis, além de iniciar a verificação técnica dos carregadores de eletromobilidade — avaliando a correta instalação elétrica, documentação e a presença da responsabilidade técnica.

As atividades ocorrerão em Natal, Parnamirim, Macaíba, São Gonçalo do Amarante e Extremoz, reforçando a presença do Conselho na promoção da qualidade, da segurança e da valorização profissional.

A iniciativa está alinhada ao compromisso do Sistema Confea/Crea com a defesa da sociedade e o fortalecimento das Engenharias, em um momento em que o Brasil avança na transição energética e na mobilidade sustentável.


💡 A mobilidade elétrica é o futuro — e o Crea-RN atua para que esse futuro seja construído com segurança, responsabilidade técnica e confiança da sociedade.


 

 

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CNH sem autoescola vai começar a valer ainda em 2025, afirma ministro Renan Filho

Segundo o chefe do Ministério dos Transportes, fim da obrigatoriedade da autoescola para tirar a CNH não precisará de aval do Congresso.

No próximo domingo, 2 de novembro, o Governo Federal encerra a consulta pública sobre o projeto da CNH sem autoescola. E, logo depois, o projeto deve entrar em vigor, “ainda em 2025″, confirmou o ministro dos Transportes, Renan Filho.

O chefe da pasta falou sobre o trâmite do projeto no programa Bom Dia, Ministro, da EBC, nesta quarta-feira, 29. Segundo Renan Filho, o projeto da CNH sem autoescola não precisará passar por votação no Congresso por ser uma resolução.

Na entrevista à EBC, o ministro disse que “se (a proposta) vai para o Congresso Nacional, as pessoas acham que vai demorar e perdem a confiança no processo”. “É uma resolução, não uma lei que obriga o cidadão a seguir esse caminho”, resumiu o político.

A celeridade do projeto, conforme Renan Filho, é fundamental não apenas para a credibilidade em relação ao projeto, mas porque “tem muita gente esperando para tirar a carteira”. O Governo, aliás, já divulgou o passo a passo de como vai funcionar.
Na proposta da CNH sem autoescola, o foco principal é a redução do custo do documento. Segundo o Ministério dos Transportes, atualmente os valores para tirar a Carteira Nacional de Habilitação variam de R$ 2 mil até quase R$ 5 mil.

Principais pontos da CNH sem autoescola.

A minuta do projeto estabelece o fim da exigência de carga horária mínima de 20 horas de aulas práticas, bem como das 45 horas de aulas teóricas presenciais.
Dessa forma, o candidato poderá estudar o conteúdo das provas nas autoescolas ou de forma autônoma, por meio de ensino à distância (EAD) por empresas credenciadas. Ou ainda com material digital disponibilizado pela própria Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran).

Além disso, as aulas práticas seguirão sendo oferecidas pelas autoescolas, mas o candidato terá a opção de contratar um instrutor credenciado pelo Detran. Com as medidas, a estimativa é de que o valor para tirar a CNH baixe para cerca de R$ 700.

“Hoje, os altos custos e a burocracia impedem milhões de pessoas de ter a habilitação. (Aproximadamente) 20 milhões de brasileiros dirigem sem carteira porque o modelo atual é excludente, caro e demorado demais”, defendeu o ministro dos Transportes, Renan Filho, em postagem nas redes sociais.

Conforme dados do Ministério dos Transportes, 45% dos proprietários de motocicletas e outros veículos de duas rodas pilotam atualmente sem CNH. Já na categoria B, de veículos de passeio, 39% dos condutores dirigem sem Habilitação.

Fonte: Estadão.

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Após oito anos, cemitérios públicos de Parnamirim passam por recuperação completa.

Depois de oito anos sem passar por um amplo trabalho de manutenção e recuperação, os cinco cemitérios públicos de Parnamirim receberam a devida atenção e cuidado agora na gestão Nilda. Pela primeira vez, todos eles receberam placas de identificação e sinalização. Além disso, a gestão reativou o Centro Municipal de Velório, no Cemitério Parque, reformou salas administrativas, tudo para acolher e humanizar os serviços.

As equipes da prefeitura intensificaram os trabalhos nos últimos dias em virtude do Dia de Finados com os serviços de varrição, capinação, pintura, reparos na iluminação, limpeza das áreas externas e internas, bem como foi implementado o paisagismo e jardinagem no Cemitério Parque, em Nova Esperança. Para o próximo domingo (2), a expectativa é que mais de 10 mil pessoas passem pelos cemitérios públicos da cidade. O público terá a disposição estrutura de tendas, banheiros e cadeiras. Os cemitérios ficarão abertos das 5 às 21h.

A prefeita Nilda destacou a importância do trabalho e o cuidado com os espaços públicos: “Nosso compromisso é oferecer à população de Parnamirim um ambiente digno e bem cuidado para que as famílias possam prestar suas homenagens com respeito e tranquilidade. Há muitos anos esses locais não recebiam uma atenção tão completa, e fizemos questão de mudar essa realidade, garantindo mais conforto, limpeza e segurança para todos neste Dia de Finados”, afirmou a gestora.

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O Estado finalmente enfrentando o Poder Paralelo das Facções. Por Aragão.

A maior ameaça à nossa soberania começa dentro de casa. O poder das facções não se limita mais ao tráfico de drogas — ele infiltra-se na política, nas licitações, nas eleições, no judiciário, nos postos de combustíveis e até nas bebidas que consumimos. O poder paralelo não para de crescer e o Brasil precisava reagir.

Por isso, é louvável assistir uma operação dessa magnitude. O Estado, enfim, reagindo com estrutura e coordenação. — Mas já começam as críticas contra a operação.

A mídia, as ONGs e todos aqueles que questionam o número de mortos deveriam, ao menos, propor uma alternativa. Como enfrentar facções que possuem armamento de guerra, impõem toque de recolher e desafiam o Estado diariamente? Uma nação ajoelhada diante do crime precisa decidir se quer se levantar — e, quando finalmente o faz, não pode ser condenada por reagir.

A operação conjunta do BOPE, CORE e Polícia Civil do Rio de Janeiro, realizada nesta terça-feira (28), já é considerada a maior desde 2021. O saldo até as 16h30 é expressivo: 60 criminosos mortos, 2 policiais civis e 2 militares caídos em combate, além de 10 baleados — entre eles um delegado, um policial do BOPE e três civis inocentes. Foram 81 presos, 76 fuzis apreendidos e uma grande quantidade de drogas.

A ofensiva ocorreu nos Complexos da Penha e do Alemão, redutos do Comando Vermelho, e envolveu 2.500 agentes. Em retaliação, traficantes interditaram vias, lançaram granadas por drones e espalharam o terror em bairros vizinhos. Escolas suspenderam as aulas, empresas liberaram funcionários e o transporte público foi parcialmente paralisado.

A operação prova que ações coordenadas de alto impacto são possíveis. O desafio agora é transformar esse êxito pontual em estratégia permanente: repressão inteligente, presença do Estado e políticas de longo prazo que ataquem as causas da violência.

— Ainda não vencemos a guerra. Apenas uma batalha.

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Maria de Fátima Véras 29 out 2025

Na torcida por mais batalhas vencidas.

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