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MÁFIA: A incrível história da Cosa Nostra no RN. Entenda. 

Como a máfia siciliana enraizou suas operações em nosso estado? Investimentos que ultrapassam 800 milhões de reais no mercado imobiliário foram realizados por meio de uma engenhosa máquina de transferir e lavar dinheiro. A Cosa Nostra deixou no Rio Grande do Norte um rastro de golpes milionários, fraudes cartorárias, corrupção, grilagem de terras e dois assassinatos. Bem que poderia ser o roteiro de um filme policial, mas é um artigo que você começa a ler agora.

Era quase noite em Palermo, capital da Sicília, quando dois jovens, um deles com uma faca, entraram em uma pequena loja de produtos de limpeza na Via Altofonte. Depois de renderem os funcionários, os assaltantes levaram 4,5 mil euros que estavam na caixa registradora. Era 29 de agosto de 2019. Cinco dias depois, no mesmo horário, novo roubo na mesma loja: dois rapazes, fingindo estarem armados, levaram mais 2,8 mil euros.

O caminho natural do dono da loja seria procurar a polícia. Mas não foi o que aconteceu. Francesco Paolo Bagnasco preferiu telefonar para Giovanni Caruso, um membro da Cosa Nostra, organização mafiosa que desde o século XIX controla boa parte das relações socioeconômicas na Sicília. Ao analisarem imagens captadas por uma câmera de vídeo, os mafiosos identificaram três assaltantes (um deles havia participado dos dois roubos).

Na tarde de 7 de setembro, quatro dias após o segundo assalto, os três ladrões foram sequestrados e levados para um galpão. Caruso notificou o seu chefe, Giuseppe Calvaruso, bem como o dono da loja, e os três foram até o cativeiro, onde assistiram ao brutal espancamento dos assaltantes. Horas depois, Caruso descreveu, para outro membro da máfia, a face de um dos assaltantes, dizendo que parecia uma “peneira”. O dinheiro roubado foi devolvido a Francesco Bagnasco.

Sete meses depois, em abril de 2020, Bagnasco e outros cinco empresários recorreram a Calvaruso para adquirir nove partes de um grande armazém. Coube à máfia afastar outros pretensos concorrentes na compra do imóvel. Em troca, a Cosa Nostra exigiu uma taxa total de 90 mil euros – 40 mil a serem pagos apenas por Bagnasco por ele ter adquirido quatro partes do armazém. Foi a vez do empresário e seus sócios sentirem na pele a ira da máfia palermitana.

Em telefonema captado pela polícia italiana, Calvaruso ordenou que Caruso exigisse o dinheiro dos empresários antes que o negócio fosse formalizado em cartório. “Não tenha piedade”, disse o chefe. Bagnasco pagou, mas apenas uma parte – 15 mil euros. Em dezembro de 2020, Calvaruso reforçou as ameaças. “Se eles não me derem o dinheiro, tudo pode acontecer”, disse a Caruso. Em fevereiro de 2021, duas semanas antes da formalização do negócio no cartório, o chefe mafioso aumentou o tom das ameaças. “Se alguém ousar fazer a escritura sem ter pagado, não deixe ir ao cartório e meta um revólver na boca dele”, ordenou. Calvaruso falava de um lugar muito distante de Palermo, do outro lado do Oceano Atlântico – mais precisamente, de Natal, no Rio Grande do Norte.

Parte do dinheiro extorquido dos empresários custeou as despesas de familiares dos membros da Cosa Nostra que estão presos. Outra parte foi enviada ao Rio Grande do Norte, onde, ao longo de dezessete anos, sob o comando de Calvaruso, a máfia siciliana investiu 800 milhões de reais no mercado imobiliário por meio de uma engenhosa máquina de transferir e lavar dinheiro. Durante esse tempo, a Cosa Nostra deixou no estado nordestino um rastro de golpes milionários, fraudes cartorárias, corrupção, grilagem de terras e dois assassinatos.

Giuseppe Calvaruso tem cabelos castanho-claros, repartidos ao meio, e baixa estatura, o que lhe rendeu o apelido, entre os mafiosos sicilianos, de u curtu (o curto, literalmente, ou o baixote). Em 47 anos de vida, a maior parte atuando como empresário da construção civil, adquiriu o respeito da cúpula da Cosa Nostra, sobretudo depois de ter ajudado na fuga de Giovanni Motisi, no fim dos anos 1990. Motisi foi um dos mais sanguinários assassinos de aluguel de Salvatore “Totò” Riina, mafioso que aterrorizou a Sicília e foi o mandante dos assassinatos, em 1992, dos juízes Giovanni Falcone e Paolo Borsellino, responsáveis pelo Maxiprocesso de Palermo. Em 1993, Riina foi preso. Morreu em 2017, aos 87 anos.

Cada município da Sicília (ou, no caso das maiores cidades, cada bairro ou distrito) possui um líder mafioso, chamado capomandamento (mandamento é uma região controlada por determinado clã criminoso). Antonino Rotolo, o capomandamento de Pagliarelli, está preso desde 2006. Quem o substitui desde 2015 é Calvaruso, mas na condição de “regente”, como se chama o líder temporário. Em conversa interceptada pela polícia italiana, o regente disse ter à disposição cerca de 1 bilhão de dólares para investir.

Em fevereiro de 2009, Pietro Ladogana, um homem alto de queixo anguloso que, para a PF, era testa de ferro da Cosa Nostra, desembarcou em Natal. Na capital potiguar, ele fundou três empresas do ramo imobiliário, com um capital social total de 3,8 milhões de reais, e casou-se com Tamara Maria de Barros. A brasileira seria usada como laranja pelo italiano, que colocou no nome dela boa parte dos imóveis que adquiriu. 

Mas Ladogana também começou a grilar terras com o uso da violência. Chegou a criar uma milícia formada por policiais militares para expulsar moradores em Extremoz, município na Região Metropolitana de Natal, onde contava com a ajuda do então tabelião do cartório local e ex-prefeito João Soares de Souza, e de servidores da prefeitura para falsificar documentos que garantissem a posse dos imóveis. Quando o então secretário de Tributação de Extremoz Giovanni Gomes contrariou os interesses do esquema, Ladogana ordenou que um dos PMs de sua milícia, Alexandre Douglas Ferreira, “desse um susto nele” – como a mulher do mafioso contou à Polícia Civil. Gomes levou um tiro de raspão na perna quando saía da festa de formatura do filho, em uma noite de agosto de 2013.

No caso de outro desafeto, o desfecho foi trágico. O empresário italiano Enzo Albanese, que dirigia um time de rugby em Natal e não tinha relações com a Cosa Nostra, descobriu as fraudes fundiárias de Ladogana, bem como desvios de parte do dinheiro da máfia para o próprio bolso, e ameaçou denunciar tudo à polícia. Em março de 2014, Albanese foi ameaçado de morte, caso ousasse delatar seus esquemas. Mas ele não recuou. Em 2 de maio do mesmo ano, ele fechava o portão de entrada de sua casa quando o policial Ferreira se aproximou em uma moto e atirou. O italiano morreu no local. Um mês depois, a Justiça de Natal decretou a prisão preventiva de Ladogana, que foi detido no aeroporto de Roma, onde tentava embarcar para o Brasil com 120 mil euros escondidos na roupa. Acabou liberado meses depois, na Itália, e ficou no país natal. Tempos depois, recebeu uma pena de catorze anos de reclusão, que ele cumpre na penitenciária de Alcaçuz, no Rio Grande do Norte. Ferreira não chegou a ser julgado – a Justiça o considerou inimputável, depois que foi diagnosticado com esquizofrenia.)

Em 2016, Calvaruso iniciou o processo de troca do operador da lavanderia de dinheiro da máfia no Brasil. Recorreu então ao empresário Giuseppe Bruno (foto no início do artigo), cuja família lavava dinheiro para a máfia desde os anos 1990 na construção civil da Sicília, de acordo com a polícia italiana.

Em Natal, Bruno e Calvaruso investiram 830 mil euros na compra de novas áreas nos arredores de Natal, inclusive uma fazenda que seria transformada em loteamento com perspectivas de ganhos milionários. “Gostaria de salientar que estamos falando de 180 hectares, onde há a possibilidade de construir cerca de 7.500 casas, que por 100 mil reais são 750 milhões de reais de faturamento, com um lucro residual de mais de 50%…”, escreveu Bruno, por e-mail, a um integrante da máfia na Sicília. No total, segundo o Ministério Público Federal, a máfia adquiriu 76 imóveis no Brasil.

Certo dia, em um shopping de Ponta Negra, local abastado da cidade, Bruno conheceu Sara da Silva Barros, de 37 anos de idade. Logo, ela se tornaria não só a mulher de Bruno, como sua testa de ferro preferida, já que não tinha antecedentes criminais. “Sara é cem por cento limpa”, escreveu ele para Calvaruso, por WhatsApp. Foi em nome dela que Bruno e Calvaruso montaram a pizzaria e cafeteria Italy’s, na orla de Natal. 

O policial e advogado Carlos Menezes conheceu Bruno em 2016, quando o italiano e Nino Spadaro foram até a Delegacia de Apoio e Assistência ao Turista (Deatur), em Natal, onde o então agente trabalhava, para fazerem um boletim de ocorrência contra João Soares de Souza, tabelião do cartório de imóveis de Extremoz, e seu filho, Gustavo Eugênio Costa de Souza. Segundo Bruno, o tabelião e o filho haviam falsificado a escritura de uma área de 29 hectares adquirida pela empresa Tecnobloco Construções Ltda., da qual o italiano se dizia sócio e procurador, para revendê-la a terceiros por 16 milhões de reais.

Por causa do alegado prejuízo pela perda do terreno, Bruno e Spadaro passaram a pressionar o tabelião, que se comprometeu a pagar 1,2 milhão de reais e a entregar outra área a eles. Mas Souza só pagou 150 mil reais, e os italianos descobriram que os documentos da área oferecida eram falsos.

Na discussão com os italianos, o tabelião ameaçou Bruno e seu advogado com um revólver, dentro do cartório de Extremoz, o que motivou um segundo boletim de ocorrência contra Souza, agora por ameaça, registrado pelo então policial Menezes no fim de 2017, na mesma Deatur. A aproximação com o policial fez com que este fosse convidado a trabalhar como segurança para a viagem que a mãe de Bruno fez da Itália ao Brasil.

Em março do ano seguinte, Souza e o filho foram denunciados à Justiça por estelionato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro, acusados de uma série de fraudes documentais. Souza morreu um mês depois, de causas naturais. Gustavo, seu filho, foi absolvido. Sem saída, Bruno ingressou com ação na Justiça contra o tabelião e o filho, e a 1ª Vara de Extremoz condenou o espólio de Souza e também Gustavo a indenizarem Bruno em 22 milhões de reais.

Retornando ao Brasil em 2019, Calvaruso, regente da Cosa Nostra, acelerou os investimentos da máfia. Concluiu a construção de uma casa dentro de um resort em Bananeiras, interior da Paraíba; comprou dois apartamentos em Cabedelo, município vizinho a João Pessoa; adquiriu duas empresas em Natal (uma delas dona de imóveis avaliados em quase 4 milhões de reais, no total) e fundou a pizzaria Italy’s. 

Em 2021, os primeiros policiais italianos desembarcaram em Natal para rastrear o patrimônio amealhado pela máfia e seguir de perto os passos de Giuseppe Bruno.

No ano seguinte, em maio, o governo italiano decidiu solicitar formalmente um acordo de cooperação com o Ministério Público Federal (MPF) brasileiro para “a obtenção de dados confiáveis sobre rastreabilidade dos grandes fluxos financeiros movidos da Itália para o Brasil e informações sobre bens atribuídos a Giuseppe Calvaruso e outros”. A investigação do MPF, da PF e da Receita Federal, iniciada em outubro de 2022, não só confirmou os dados já investigados desde a Itália como encontrou novas suspeitas sobre o patrimônio do trio Calvaruso-Ladogana-Bruno no Rio Grande do Norte. 

Em novembro de 2023, a PF encaminhou à Justiça os pedidos de prisões preventivas e de buscas. Em poucas semanas as requisições foram acatadas pela 14ª Vara Federal de Natal, mas a operação tinha de ser deflagrada ao mesmo tempo no Brasil e na Itália, onde havia outros participantes do esquema mafioso. A Justiça italiana demorou a conceder os pedidos de prisão (só o fez em agosto de 2024).

Bruno foi preso na manhã de 13 de agosto de 2024. No mesmo dia, a Direção Distrital Antimáfia de Palermo prendeu na Itália a mãe dele, Rosa Simoncini. No Brasil, nove pessoas, incluindo Calvaruso, Bruno e sua ex-mulher, Ladogana, sua ex-mulher, Tamara Barros, e a atual, Regina Souza, são réus em ação penal, ainda não julgada, na 14ª Vara Federal de Natal, acusados de associação criminosa e lavagem de dinheiro. Em dezembro passado, o inquérito da polícia italiana seguia em andamento.

O advogado de Calvaruso na Itália, Michele Giovinco, disse à revista piauí que a Justiça ainda não provou a responsabilidade do réu na suposta extorsão aos compradores do armazém na via Altofonte, em Palermo, nem na lavagem de dinheiro na compra e venda de imóveis no Brasil. “Não há provas processuais nas investigações italianas de transferência de dinheiro de Hong Kong ou Cingapura, nem para a Itália e nem para o Brasil”, afirmou.

Em nota, a defesa de Ladogana informou apenas que o patrimônio dele no Brasil “foi adquirido com muito trabalho” e que o empresário nunca teve envolvimento com a Cosa Nostra. Nino Spadaro não quis se manifestar. A defesa de Bruno não foi localizada.

A última ponta solta dos esquemas da máfia siciliana no Rio Grande do Norte é o assassinato de Carlos Antonio Lopes da Silva, o taxista que se tornou laranja de Pietro Ladogana e era dono formal de duas empresas e de dezenas de imóveis no estado. Mesmo depois da prisão do italiano, em 2019, Silva continuou próximo dele – era uma das pessoas autorizadas por Ladogana a visitá-lo na prisão em Alcaçuz.

Na noite de 1º de março de 2023, Silva dormia em sua casa no bairro Pitangui, em Extremoz, com a mulher e as duas filhas do casal, quando ouviu a porta da entrada sendo arrombada. Pegou um bastão e conseguiu atingir um dos invasores, mas acabou levando sete tiros de pistola de outro criminoso. Morreu ao lado da sua cama.

A principal suspeita da polícia é que Silva tenha sido morto a mando de um empresário potiguar que teria grilado parte dos terrenos da Cosa Nostra no estado. Responsável pelo inquérito, o delegado André Kay, titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa de Ceará-Mirim, não revela a identidade do suspeito para não atrapalhar as investigações. Passados quase dois anos do crime, o inquérito ainda não foi concluído.

Fonte: Revista Piauí. Allan de Abreu.

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O RN é o novo Titanic que a esquerda espera ver Walter Alves se afogar. Por Aragão.

Quando embarcamos nessa verdadeira viagem com o comando do leme nas mãos da esquerda já sabíamos que o destino seria incerto. A promessa da viagem era — ”O melhor está por vir”.

Navegamos no mar revolto da economia onde enjoados com a situação na saúde, na educação e na segurança esperávamos uma mudança de rumo — similar ao que outros estados fizeram e conseguiram atracar no porto seguro do desenvolvimento. Pernambuco, Ceará, SP, Santa Catarina para citar apenas alguns.

— O iceberg do caos fiscal estava à vista.

Poderíamos ter desviado com movimentos que estimulassem a indústria, o comércio, a infraestrutura, a capacitação do cidadão, enfim, preferimos observar o iceberg se aproximar enquanto todos os indicadores financeiros mostravam que o desastre seria iminente.

— Um estado afogado em dívidas.

As dívidas do RN são enormes. A dívida consolidada líquida é de R$ 6,34 bilhões. Segundo relatório do Tesouro Nacional, o estado potiguar é o primeiro entre todos do país no ranking de gastos percentuais com pessoal. A folha de pagamento de pessoal poderá passar de R$ 1,2 bilhão em abril de 2026. O 13o salário dos servidores só será finalizado em 09/01/26.

Walter Alves bem que tentou evitar o desastre pois conseguiu R$ 1,2 bilhão mas a governadora conseguiu antecipar e como foi provado e comprovado não sabe lidar com finanças. Aliás antecipar é a vocação do governo. É excelente em antecipar ICMS e agora antecipou o triste fim.

Quando começa a “entrar água” em todos os setores da administração e o estado “imbica” rumo as profundezas do descontrole fiscal, a governadora se prepara para saltar para o barco salva-vidas do senado. Enquanto isso, a esquerda critica ferozmente Walter por se negar a se afogar como na cena chave do filme — Se revoltam porque ele sabe nadar? Lutar pela sobrevivência faz parte da nossa natureza.

Lembrei que enquanto o Titanic naufragava tinha uma bandinha que tocou heroicamente até o final. Enquanto a governadora se prepara para dar adeus de seu barquinho salva-vidas, eu pediria a essa bandinha, agora imaginária, que tocasse: “Apesar de você, amanhã há de ser outro dia.”

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Dom Alexandre de Moraes I — O imperador do Brasil? Por Aragão.

“O poder tende a corromper, e o poder absoluto corrompe absolutamente”, assim disse John Emerich Acton.

Sentimos nossa República se esvair pouco a pouco, primeiro pelos desatinos da classe política e, nos últimos anos, pela falta de equilíbrio entre os Poderes, sobretudo pelo protagonismo exacerbado da nossa corte suprema.

Um nome vem se destacando pela ousadia de impor a força da lei de forma imperiosa: o ministro Alexandre de Moraes. Se uma questão chamava sua atenção, concedia 48 horas para explicações. Sentenças duras, com penas altíssimas, como na dosimetria aplicada aos presos do 8 de janeiro.

O xadrez é fazer a autorregulação. É muito difícil controlar o ímpeto e frear impulsos autoritários quando se acredita que a própria caneta tudo pode. Por isso, a regulação deve vir dos outros Poderes — eis o sistema de pesos e contrapesos que esperamos ver funcionar na prática.

— O mundo tem olhado com espanto para a nossa corte.

Em artigo de opinião publicado no Wall Street Journal, a colunista Mary Anastasia O’Grady criticou a atuação do STF brasileiro, argumentando que, com o protagonismo crescente do ministro Alexandre de Moraes, o tribunal tem ampliado sua intervenção no debate público a ponto de intimidar vozes críticas e assumir papéis que extrapolam suas funções tradicionais — criando um ambiente em que a expressão de opiniões contrárias se torna arriscada.

— Xeque-mate no rei.

Malu Gaspar é hoje um dos nomes mais relevantes do jornalismo brasileiro. Eis a importância da livre imprensa. Foi ela quem revelou a série de reportagens que tornaram públicas informações como o contrato de R$ 137 milhões da esposa de Alexandre de Moraes com o Banco Master.

— Deus salve a rainha.

Numa República democrática, a Constituição é a rainha. Soberana, deve fazer prevalecer o princípio de que todos somos iguais perante a lei. Não existe sangue azul. Se pichar a estátua da Justiça resultou em 17 anos de prisão, imagine implodi-la, simbolicamente, com ações pouco republicanas.

— O bobo da corte é o povo, que aguarda a solução desse xadrez enquanto financia todas as peças do tabuleiro.

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São Paulo não aceita a renovação da concessão na distribuição de energia elétrica. Por Aragão.

— O apagão de hoje à tarde (23/12) em Natal, que deixou 18 mil casas sem energia, me lembrou como o RN tem uma postura diferente de São Paulo.

A Aneel emitiu parecer técnico favorável à renovação da concessão tanto da Enel em São Paulo quanto da Neoenergia Cosern no RN. Em São Paulo, porém, a insatisfação com a distribuidora levou Prefeitura, Governo estadual, Ministério Público e até a União a se movimentarem contra essa renovação: houve ações e pedidos na Justiça, e o processo de renovação antecipada da Enel SP acabou suspenso por decisão judicial enquanto se apuram falhas graves no serviço.

Enquanto isso, no RN, a Neoenergia Cosern segue com parecer técnico favorável à renovação de sua concessão por mais 30 anos. Tudo isso num estado em que consumidores precisam recorrer ao Procon Natal e à repercussão pública nas redes sociais para ver um direito básico — a correta compensação da energia solar gerada — minimamente respeitado. Só nessa questão, segundo a Associação Potiguar de Energia Renovável, entre 10 mil e 15 mil potiguares foram obrigados a pagar a conta integral, sem a compensação da geração solar.

E não é só a não compensação da energia solar. O Procon questionou formalmente a empresa sobre:

•cobranças abusivas relativas à Contribuição de Iluminação Pública (CIP);

•cobrança indevida de bandeiras tarifárias (amarela e vermelha) a consumidores geradores;

•cobrança de ICMS suspenso sem restituição;

•e a ausência de canais eficazes de atendimento para quem produz a própria energia.

Em SP, o debate é sobre apagões na rede. No RN, os apagões são no bolso do consumidor.

O sistema de monopólios acomoda demais qualquer empresa, em qualquer segmento, em qualquer lugar. Veja, por exemplo, a Neoenergia Cosern informou a APER no sábado que vai regularizar a questão da compensação da energia solar gerada, ok. Mas precisa de uma semana inteira para conseguir se organizar? Será que o ritmo seria esse se ouvisse concorrência? 

— O povo do RN que lute.

— O que precisa acontecer para que o cidadão potiguar seja ouvido e respeitado sem precisar escalar o problema? Sem precisar uma mobilização pública?

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Sonho realizado: Regularização Fundiária vira realidade na gestão de Nilda

Em um clima de emoção, alegria e conquista, a prefeita Nilda realizou nesta segunda-feira (22), a primeira entrega de Títulos de Regularização Fundiária da atual gestão, beneficiando 100 famílias dos bairros Parque das Árvores, Nova Esperança e Monte Castelo. A cerimônia aconteceu ao lado do Mercado do Centro e foi marcada por muitos sorrisos, aplausos e sentimentos de dever cumprido.

Para quem esperou anos por esse momento, o título entregue pelas mãos da prefeita representa muito mais que um documento: é segurança jurídica, tranquilidade para o futuro, valorização do imóvel e a certeza de que o lar agora é, oficialmente, seu. Um sonho antigo que se transforma em realidade.

Visivelmente emocionada, a prefeita Nilda celebrou a conquista e destacou o significado da ação. “Hoje é dia de comemorar. Estamos entregando dignidade, reconhecimento e respeito às famílias. Essa é apenas a primeira de muitas entregas que ainda vamos fazer”, afirmou, sob aplausos dos moradores.

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Unimed Natal conquista a maior nota da história no Índice de Desempenho da Saúde Suplementar (IDSS)

Índice destaca qualidade assistencial, gestão eficiente e foco no cuidado ao cliente.
A Unimed Natal alcançou, no ciclo mais recente do Índice de Desempenho da Saúde Suplementar (IDSS 2025), a melhor avaliação desde o início de sua participação no programa de qualificação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Com nota 0,8960, a cooperativa figura entre as operadoras mais bem avaliadas do Nordeste e mantém a liderança entre os planos de saúde do Rio Grande do Norte.

Criado pela ANS, o IDSS é um indicador que permite comparar o desempenho das operadoras de planos de saúde em todo o país, a partir de 33 indicadores distribuídos em quatro dimensões: qualidade da atenção à saúde, garantia de acesso, sustentabilidade do mercado e gestão de processos e regulação. A pontuação varia de 0 a 1, sendo 1 o patamar máximo de desempenho.

O resultado obtido pela Unimed Natal reflete o esforço contínuo da cooperativa para qualificar a assistência, aprimorar a gestão e fortalecer a experiência de mais de 200 mil clientes, consolidando sua posição como a maior operadora de saúde do estado.

Para o diretor-presidente da Unimed Natal, Dr. Márcio Rêgo, o desempenho renova o compromisso com a melhoria permanente. “Trata-se da melhor nota da nossa trajetória no IDSS e de um reconhecimento ao trabalho conjunto de médicos, colaboradores e parceiros. Seguimos focados em oferecer um cuidado cada vez mais resolutivo, humano e eficiente”, afirma.

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É do RN. Agência Criola fica entre as 5 do Brasil com mais peças finalistas no Festival Nacional de Propaganda.

A publicidade potiguar comemora o desempenho da agência Criola. Em 2025 segue com a agência brilhando Brasil afora.
Conquistou Ouro e Prata no Festival Nacional da Propaganda, promovido pela @fenaprooficial.

Além disso, está entre as 5 do Brasil com mais peças finalistas, em 5 diferentes categorias.
OURO em OOH/Mídia Exterior
PRATA em TV/Cinema Varejo
5 Shortlist.

Parabéns para Renato Quaresma, Vinícius Cavalcanti, Gabriela Alves e todos que fazem da @criolapropaganda uma das mais criativas do Brasil.

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Maria de Fátima 23 dez 2025

👏👏👏👏👏

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Prefeitura de Parnamirim entrega mais de 260 itens e revitalização no CMEI Jaci de Castro

A Prefeitura de Parnamirim garantiu, nesta sexta-feira (12), um dia histórico para a comunidade de Vida Nova. O Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) Jaci Ferreira de Castro comemorou seus 15 anos de fundação com a revitalização completa de sua estrutura e a entrega de mais de 260 itens essenciais para o cotidiano escolar.

Pela primeira vez em sua história, o CMEI, que atua em regime de tempo integral, foi contemplado com colchões e itens de higiene pessoal. Entre os mais de 260 itens entregues, destacam-se 100 colchões; notebook e projetor; brinquedos pedagógicos diversos; kits de higiene como fraldas, sabonetes, shampoos e outros materiais básicos.

Anteriormente, esses materiais precisavam ser custeados pelos pais. A mudança garante mais conforto aos alunos e alivia o orçamento das famílias. A unidade também passou por uma revitalização para melhor acolher os pequenos estudantes. A revitalização contou com pintura interna e externa, serviços hidráulicos e elétricos, além de manutenções preventivas e corretivas na estrutura física.

Durante a solenidade, a prefeita Nilda Cruz destacou a importância dessas ações. “Mais uma meta cumprida. Fico muito feliz de entregar mais um CMEI revitalizado e todo equipado. Isso é trabalho e compromisso com a educação pública de Parnamirim. Uma iniciativa importante para o processo de ensino e aprendizagem”, afirmou a gestora.

O evento contou ainda com a presença da secretária de Educação, Elisa Toscano, vereadores, membros da equipe técnica da Secretaria Municipal de Educação (SEMEC), e toda comunidade escolar.

9ª Mostra Cultural 

Para coroar as comemorações, a unidade realizou a 9ª Mostra Cultural, com o tema: “Jaci há 15 anos construindo história e fortalecendo raízes”. O evento envolveu alunos de todas as turmas, apresentando o resultado dos projetos desenvolvidos ao longo do ano.

O CMEI Jaci Ferreira de Castro é referência na rede municipal por ser a única unidade de educação infantil a oferecer aulas de Inglês e Musicalização em sua grade curricular. Além disso, a escola alcançou o prestigiado Selo Unesco, que certifica o compromisso da unidade com uma educação de qualidade e valores globais.

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Aprovado projeto que autoriza Governo do RN a repactuar contrato da Arena das Dunas

Além da Lei Orçamentária Anual (LOA 2026), os deputados estaduais aprovaram, na sessão plenária desta terça-feira (16), as 16 matérias que constavam na pauta. Foram aprovados projetos de lei, requerimentos e matérias de iniciativa do Poder Executivo e do Legislativo, com impacto em áreas como saúde, segurança pública, cultura, educação, meio ambiente, mobilidade e finanças públicas.

Um dos principais destaques é o projeto de lei que autoriza a repactuação do contrato de concessão da Arena das Dunas. O objetivo é alterar condições financeiras e operacionais do ajuste para garantir a sustentabilidade da concessão. O projeto tramitou em regime de urgência e de acordo com o Executivo, a repactuação visa readequar o equilíbrio econômico-financeiro do contrato, incluindo a reorganização das contraprestações públicas mensais e a utilização de recursos do fundo garantidor. O governo afirma que a medida é necessária para garantir a viabilidade da concessão.

Entre outros destaques está a aprovação do projeto que institui o Selo Farmácia Amiga da Mulher, voltado à promoção de atendimento humanizado e ações de cuidado à saúde feminina no estado, da deputada Cristiane Dantas (SDD). Também foi aprovado o projeto que altera a legislação sobre serpentinas metalizadas, restringindo a proibição apenas a esse tipo de material, com foco na segurança da rede elétrica. O projeto é de autoria do deputado Kleber Rodrigues (PSDB).

A Casa aprovou ainda propostas voltadas à proteção animal, como a atualização da lei que proíbe o uso de coleiras eletrônicas com impulso, do deputado Taveira Júnior (União), e iniciativas na área da segurança pública, garantindo gratuidade no transporte público intermunicipal a profissionais das forças de segurança e do sistema socioeducativo, do Coronel Azevedo (PL).

Na área cultural, os parlamentares reconheceram como patrimônio cultural e imaterial do estado a obra musical do artista potiguar João Mendonça, da deputada Divaneide Basílio (PT), o projeto “Seis e Meia”, do deputado Hermano Movais (PV), além de instituírem o Dia Daluzinha de Contadoras e Contadores de História (Divaneide Basílio). Também foi aprovado o reconhecimento dos Parrachos de Pirangi como patrimônio natural, paisagístico e turístico do Rio Grande do Norte, do deputado Taveira Júnior.

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Plenário da ALRN aprova orçamento de 2026 com previsão de R$ 25,67 bi em receitas

O plenário da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte aprovou, nesta terça-feira (16), a Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2026, que estima a receita do Estado em R$ 25,67 bilhões e fixa as despesas em R$ 27,21 bilhões, resultando em um déficit nominal de aproximadamente R$ 1,54 bilhão para o próximo exercício financeiro.

A matéria, que havia sido analisada anteriormente pela Comissão de Finanças e Fiscalização, chegou ao plenário após receber parecer favorável do relator, deputado Tomba Farias (PL). A LOA é a principal peça de planejamento do governo estadual, pois define os limites de arrecadação e orienta a aplicação dos recursos públicos ao longo do ano.

De acordo com o relatório aprovado, o orçamento de 2026 apresenta forte rigidez fiscal. Cerca de 87% das receitas são correntes e aproximadamente 80% dependem de impostos e transferências, com destaque para o ICMS e os repasses da União. Esse cenário reduz a margem de manobra do Estado para investimentos.

As despesas continuam concentradas, sobretudo, na Previdência Estadual, seguida pelos gastos com Educação, Saúde e Segurança Pública. O texto aprovado aponta que essas áreas consomem a maior parte do orçamento e contribuem para a limitação da capacidade de investimento do Rio Grande do Norte, que permanece com nota C na Capacidade de Pagamento (CAPAG).

A LOA assegura o cumprimento dos pisos constitucionais das áreas de Educação, Saúde e Segurança e fixa a Reserva de Contingência em R$ 294,6 milhões. Durante a tramitação, foram incorporados ajustes técnicos enviados pelo Executivo, além de pleitos institucionais que reforçam dotações para órgãos como o Tribunal de Justiça, o Ministério Público e a Secretaria de Administração Penitenciária.

O texto também consolida as emendas parlamentares ao orçamento, que somam R$ 105,9 milhões em emendas impositivas e R$ 42 milhões em emendas não impositivas, além de uma emenda específica destinada à Empresa Potiguar de Promoção Turística (Emprotur).

Durante a votação em plenário, o presidente da Assembleia Legislativa, Ezequiel Ferreira, destacou a relevância da aprovação da LOA para a organização financeira do Estado e parabenizou a atuação das Comissões. “Parabenizo o relator Tomba Farias, a todos os membros da Comissão de Finanças e assessores pela competência e agilidade. Estamos cumprindo integralmente o que ficou acertado, votando hoje”, disse.

O relator da matéria enfatizou os desafios fiscais enfrentados pelo Rio Grande do Norte e a necessidade de responsabilidade na execução do orçamento aprovado. “Acho que pela primeira vez, passados muitos anos, conseguimos aprovar o relatório do orçamento por unanimidade. O governo concordou, a oposição também e esse orçamento vem dar uma oportunidade ao Estado, com a possibilidade de remanejar 15% do orçamento conforme solicitado pelo”, destacou Tomba.

O parlamentar afirmou que a manutenção dos 15% de remanejamento irá contribuir para a gestão atual e também para o novo gestor que assumir o governo estadual a partir de abril.

Presidente da CFF, o deputado Coronel Azevedo (PL) citou a preocupação com o futuro e destacou a possibilidade de remanejamento de uma rubrica para outra como uma contribuição para sanar dificuldades.

Com a aprovação em plenário, a Lei Orçamentária Anual de 2026 segue agora para sanção do Poder Executivo.

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Emancipação política de Parnamirim é celebrada com entrega da estátua de Agnelo Alves

Parnamirim viveu, nesta quarta-feira (17), um dia marcado por emoção, celebração e muito orgulho ao comemorar seus 67 anos de emancipação política. As comemorações começaram logo nas primeiras horas do dia, com a apresentação da Orquestra Natalina, no Centro, dando o tom apoteótico de um aniversário que celebra a história, as conquistas e o futuro do município. Um dos momentos mais marcantes da programação foi a missa solene juntamente com a inauguração da estátua do ex-prefeito Agnelo Alves, gestor histórico e considerado um dos maiores nomes da política local, cuja trajetória deixou um legado de desenvolvimento, visão administrativa e compromisso com Parnamirim.

Durante o evento, a prefeita ressaltou a relevância histórica do ex-prefeito e fez um discurso emocionado sobre o atual momento do município. “Agnelo Alves foi um gestor que marcou a história de Parnamirim com trabalho, coragem e amor por esta cidade. Essa homenagem é mais do que justa e simboliza o respeito a quem ajudou a construir os caminhos que hoje seguimos. Para mim, é uma honra imensa ser a primeira mulher a governar a Cidade Trampolim da Vitória, vivendo um momento de retomada do desenvolvimento e, sobretudo, do orgulho do nosso povo em dizer: eu sou de Parnamirim”, afirmou Nilda Cruz.

À noite, as celebrações continuaram com a abertura da Semana de Arte Evangélica, valorizando a cultura, a música e as expressões artísticas que fazem parte da identidade local.

As comemorações pelos 67 anos de emancipação política de Parnamirim vêm sendo vividas intensamente desde o último fim de semana, quando a Prefeitura realizou o espetáculo Nas Asas da História, uma apresentação grandiosa que emocionou o público ao revisitar a trajetória, a identidade e as conquistas do município. O momento teve como grande ápice o show de Elba Ramalho, que encantou uma multidão e transformou a celebração em uma noite histórica, marcada por emoção, orgulho e amor por Parnamirim, abrindo oficialmente o clima festivo que culminou com a programação especial desta quarta-feira (17).

Dentro do clima festivo que marca o aniversário da cidade e a programação especial de final de ano, a Caravana Natalina também percorreu o bairro de Nova Esperança, levando alegria, luzes e encantamento às famílias. O Parnamirim Parque Encantado, no Parque Aristófanes Fernandes, segue como outro grande atrativo, reunindo crianças e adultos em um espaço de magia, brilho e celebração.

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