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MÁFIA: A incrível história da Cosa Nostra no RN. Entenda. 

Como a máfia siciliana enraizou suas operações em nosso estado? Investimentos que ultrapassam 800 milhões de reais no mercado imobiliário foram realizados por meio de uma engenhosa máquina de transferir e lavar dinheiro. A Cosa Nostra deixou no Rio Grande do Norte um rastro de golpes milionários, fraudes cartorárias, corrupção, grilagem de terras e dois assassinatos. Bem que poderia ser o roteiro de um filme policial, mas é um artigo que você começa a ler agora.

Era quase noite em Palermo, capital da Sicília, quando dois jovens, um deles com uma faca, entraram em uma pequena loja de produtos de limpeza na Via Altofonte. Depois de renderem os funcionários, os assaltantes levaram 4,5 mil euros que estavam na caixa registradora. Era 29 de agosto de 2019. Cinco dias depois, no mesmo horário, novo roubo na mesma loja: dois rapazes, fingindo estarem armados, levaram mais 2,8 mil euros.

O caminho natural do dono da loja seria procurar a polícia. Mas não foi o que aconteceu. Francesco Paolo Bagnasco preferiu telefonar para Giovanni Caruso, um membro da Cosa Nostra, organização mafiosa que desde o século XIX controla boa parte das relações socioeconômicas na Sicília. Ao analisarem imagens captadas por uma câmera de vídeo, os mafiosos identificaram três assaltantes (um deles havia participado dos dois roubos).

Na tarde de 7 de setembro, quatro dias após o segundo assalto, os três ladrões foram sequestrados e levados para um galpão. Caruso notificou o seu chefe, Giuseppe Calvaruso, bem como o dono da loja, e os três foram até o cativeiro, onde assistiram ao brutal espancamento dos assaltantes. Horas depois, Caruso descreveu, para outro membro da máfia, a face de um dos assaltantes, dizendo que parecia uma “peneira”. O dinheiro roubado foi devolvido a Francesco Bagnasco.

Sete meses depois, em abril de 2020, Bagnasco e outros cinco empresários recorreram a Calvaruso para adquirir nove partes de um grande armazém. Coube à máfia afastar outros pretensos concorrentes na compra do imóvel. Em troca, a Cosa Nostra exigiu uma taxa total de 90 mil euros – 40 mil a serem pagos apenas por Bagnasco por ele ter adquirido quatro partes do armazém. Foi a vez do empresário e seus sócios sentirem na pele a ira da máfia palermitana.

Em telefonema captado pela polícia italiana, Calvaruso ordenou que Caruso exigisse o dinheiro dos empresários antes que o negócio fosse formalizado em cartório. “Não tenha piedade”, disse o chefe. Bagnasco pagou, mas apenas uma parte – 15 mil euros. Em dezembro de 2020, Calvaruso reforçou as ameaças. “Se eles não me derem o dinheiro, tudo pode acontecer”, disse a Caruso. Em fevereiro de 2021, duas semanas antes da formalização do negócio no cartório, o chefe mafioso aumentou o tom das ameaças. “Se alguém ousar fazer a escritura sem ter pagado, não deixe ir ao cartório e meta um revólver na boca dele”, ordenou. Calvaruso falava de um lugar muito distante de Palermo, do outro lado do Oceano Atlântico – mais precisamente, de Natal, no Rio Grande do Norte.

Parte do dinheiro extorquido dos empresários custeou as despesas de familiares dos membros da Cosa Nostra que estão presos. Outra parte foi enviada ao Rio Grande do Norte, onde, ao longo de dezessete anos, sob o comando de Calvaruso, a máfia siciliana investiu 800 milhões de reais no mercado imobiliário por meio de uma engenhosa máquina de transferir e lavar dinheiro. Durante esse tempo, a Cosa Nostra deixou no estado nordestino um rastro de golpes milionários, fraudes cartorárias, corrupção, grilagem de terras e dois assassinatos.

Giuseppe Calvaruso tem cabelos castanho-claros, repartidos ao meio, e baixa estatura, o que lhe rendeu o apelido, entre os mafiosos sicilianos, de u curtu (o curto, literalmente, ou o baixote). Em 47 anos de vida, a maior parte atuando como empresário da construção civil, adquiriu o respeito da cúpula da Cosa Nostra, sobretudo depois de ter ajudado na fuga de Giovanni Motisi, no fim dos anos 1990. Motisi foi um dos mais sanguinários assassinos de aluguel de Salvatore “Totò” Riina, mafioso que aterrorizou a Sicília e foi o mandante dos assassinatos, em 1992, dos juízes Giovanni Falcone e Paolo Borsellino, responsáveis pelo Maxiprocesso de Palermo. Em 1993, Riina foi preso. Morreu em 2017, aos 87 anos.

Cada município da Sicília (ou, no caso das maiores cidades, cada bairro ou distrito) possui um líder mafioso, chamado capomandamento (mandamento é uma região controlada por determinado clã criminoso). Antonino Rotolo, o capomandamento de Pagliarelli, está preso desde 2006. Quem o substitui desde 2015 é Calvaruso, mas na condição de “regente”, como se chama o líder temporário. Em conversa interceptada pela polícia italiana, o regente disse ter à disposição cerca de 1 bilhão de dólares para investir.

Em fevereiro de 2009, Pietro Ladogana, um homem alto de queixo anguloso que, para a PF, era testa de ferro da Cosa Nostra, desembarcou em Natal. Na capital potiguar, ele fundou três empresas do ramo imobiliário, com um capital social total de 3,8 milhões de reais, e casou-se com Tamara Maria de Barros. A brasileira seria usada como laranja pelo italiano, que colocou no nome dela boa parte dos imóveis que adquiriu. 

Mas Ladogana também começou a grilar terras com o uso da violência. Chegou a criar uma milícia formada por policiais militares para expulsar moradores em Extremoz, município na Região Metropolitana de Natal, onde contava com a ajuda do então tabelião do cartório local e ex-prefeito João Soares de Souza, e de servidores da prefeitura para falsificar documentos que garantissem a posse dos imóveis. Quando o então secretário de Tributação de Extremoz Giovanni Gomes contrariou os interesses do esquema, Ladogana ordenou que um dos PMs de sua milícia, Alexandre Douglas Ferreira, “desse um susto nele” – como a mulher do mafioso contou à Polícia Civil. Gomes levou um tiro de raspão na perna quando saía da festa de formatura do filho, em uma noite de agosto de 2013.

No caso de outro desafeto, o desfecho foi trágico. O empresário italiano Enzo Albanese, que dirigia um time de rugby em Natal e não tinha relações com a Cosa Nostra, descobriu as fraudes fundiárias de Ladogana, bem como desvios de parte do dinheiro da máfia para o próprio bolso, e ameaçou denunciar tudo à polícia. Em março de 2014, Albanese foi ameaçado de morte, caso ousasse delatar seus esquemas. Mas ele não recuou. Em 2 de maio do mesmo ano, ele fechava o portão de entrada de sua casa quando o policial Ferreira se aproximou em uma moto e atirou. O italiano morreu no local. Um mês depois, a Justiça de Natal decretou a prisão preventiva de Ladogana, que foi detido no aeroporto de Roma, onde tentava embarcar para o Brasil com 120 mil euros escondidos na roupa. Acabou liberado meses depois, na Itália, e ficou no país natal. Tempos depois, recebeu uma pena de catorze anos de reclusão, que ele cumpre na penitenciária de Alcaçuz, no Rio Grande do Norte. Ferreira não chegou a ser julgado – a Justiça o considerou inimputável, depois que foi diagnosticado com esquizofrenia.)

Em 2016, Calvaruso iniciou o processo de troca do operador da lavanderia de dinheiro da máfia no Brasil. Recorreu então ao empresário Giuseppe Bruno (foto no início do artigo), cuja família lavava dinheiro para a máfia desde os anos 1990 na construção civil da Sicília, de acordo com a polícia italiana.

Em Natal, Bruno e Calvaruso investiram 830 mil euros na compra de novas áreas nos arredores de Natal, inclusive uma fazenda que seria transformada em loteamento com perspectivas de ganhos milionários. “Gostaria de salientar que estamos falando de 180 hectares, onde há a possibilidade de construir cerca de 7.500 casas, que por 100 mil reais são 750 milhões de reais de faturamento, com um lucro residual de mais de 50%…”, escreveu Bruno, por e-mail, a um integrante da máfia na Sicília. No total, segundo o Ministério Público Federal, a máfia adquiriu 76 imóveis no Brasil.

Certo dia, em um shopping de Ponta Negra, local abastado da cidade, Bruno conheceu Sara da Silva Barros, de 37 anos de idade. Logo, ela se tornaria não só a mulher de Bruno, como sua testa de ferro preferida, já que não tinha antecedentes criminais. “Sara é cem por cento limpa”, escreveu ele para Calvaruso, por WhatsApp. Foi em nome dela que Bruno e Calvaruso montaram a pizzaria e cafeteria Italy’s, na orla de Natal. 

O policial e advogado Carlos Menezes conheceu Bruno em 2016, quando o italiano e Nino Spadaro foram até a Delegacia de Apoio e Assistência ao Turista (Deatur), em Natal, onde o então agente trabalhava, para fazerem um boletim de ocorrência contra João Soares de Souza, tabelião do cartório de imóveis de Extremoz, e seu filho, Gustavo Eugênio Costa de Souza. Segundo Bruno, o tabelião e o filho haviam falsificado a escritura de uma área de 29 hectares adquirida pela empresa Tecnobloco Construções Ltda., da qual o italiano se dizia sócio e procurador, para revendê-la a terceiros por 16 milhões de reais.

Por causa do alegado prejuízo pela perda do terreno, Bruno e Spadaro passaram a pressionar o tabelião, que se comprometeu a pagar 1,2 milhão de reais e a entregar outra área a eles. Mas Souza só pagou 150 mil reais, e os italianos descobriram que os documentos da área oferecida eram falsos.

Na discussão com os italianos, o tabelião ameaçou Bruno e seu advogado com um revólver, dentro do cartório de Extremoz, o que motivou um segundo boletim de ocorrência contra Souza, agora por ameaça, registrado pelo então policial Menezes no fim de 2017, na mesma Deatur. A aproximação com o policial fez com que este fosse convidado a trabalhar como segurança para a viagem que a mãe de Bruno fez da Itália ao Brasil.

Em março do ano seguinte, Souza e o filho foram denunciados à Justiça por estelionato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro, acusados de uma série de fraudes documentais. Souza morreu um mês depois, de causas naturais. Gustavo, seu filho, foi absolvido. Sem saída, Bruno ingressou com ação na Justiça contra o tabelião e o filho, e a 1ª Vara de Extremoz condenou o espólio de Souza e também Gustavo a indenizarem Bruno em 22 milhões de reais.

Retornando ao Brasil em 2019, Calvaruso, regente da Cosa Nostra, acelerou os investimentos da máfia. Concluiu a construção de uma casa dentro de um resort em Bananeiras, interior da Paraíba; comprou dois apartamentos em Cabedelo, município vizinho a João Pessoa; adquiriu duas empresas em Natal (uma delas dona de imóveis avaliados em quase 4 milhões de reais, no total) e fundou a pizzaria Italy’s. 

Em 2021, os primeiros policiais italianos desembarcaram em Natal para rastrear o patrimônio amealhado pela máfia e seguir de perto os passos de Giuseppe Bruno.

No ano seguinte, em maio, o governo italiano decidiu solicitar formalmente um acordo de cooperação com o Ministério Público Federal (MPF) brasileiro para “a obtenção de dados confiáveis sobre rastreabilidade dos grandes fluxos financeiros movidos da Itália para o Brasil e informações sobre bens atribuídos a Giuseppe Calvaruso e outros”. A investigação do MPF, da PF e da Receita Federal, iniciada em outubro de 2022, não só confirmou os dados já investigados desde a Itália como encontrou novas suspeitas sobre o patrimônio do trio Calvaruso-Ladogana-Bruno no Rio Grande do Norte. 

Em novembro de 2023, a PF encaminhou à Justiça os pedidos de prisões preventivas e de buscas. Em poucas semanas as requisições foram acatadas pela 14ª Vara Federal de Natal, mas a operação tinha de ser deflagrada ao mesmo tempo no Brasil e na Itália, onde havia outros participantes do esquema mafioso. A Justiça italiana demorou a conceder os pedidos de prisão (só o fez em agosto de 2024).

Bruno foi preso na manhã de 13 de agosto de 2024. No mesmo dia, a Direção Distrital Antimáfia de Palermo prendeu na Itália a mãe dele, Rosa Simoncini. No Brasil, nove pessoas, incluindo Calvaruso, Bruno e sua ex-mulher, Ladogana, sua ex-mulher, Tamara Barros, e a atual, Regina Souza, são réus em ação penal, ainda não julgada, na 14ª Vara Federal de Natal, acusados de associação criminosa e lavagem de dinheiro. Em dezembro passado, o inquérito da polícia italiana seguia em andamento.

O advogado de Calvaruso na Itália, Michele Giovinco, disse à revista piauí que a Justiça ainda não provou a responsabilidade do réu na suposta extorsão aos compradores do armazém na via Altofonte, em Palermo, nem na lavagem de dinheiro na compra e venda de imóveis no Brasil. “Não há provas processuais nas investigações italianas de transferência de dinheiro de Hong Kong ou Cingapura, nem para a Itália e nem para o Brasil”, afirmou.

Em nota, a defesa de Ladogana informou apenas que o patrimônio dele no Brasil “foi adquirido com muito trabalho” e que o empresário nunca teve envolvimento com a Cosa Nostra. Nino Spadaro não quis se manifestar. A defesa de Bruno não foi localizada.

A última ponta solta dos esquemas da máfia siciliana no Rio Grande do Norte é o assassinato de Carlos Antonio Lopes da Silva, o taxista que se tornou laranja de Pietro Ladogana e era dono formal de duas empresas e de dezenas de imóveis no estado. Mesmo depois da prisão do italiano, em 2019, Silva continuou próximo dele – era uma das pessoas autorizadas por Ladogana a visitá-lo na prisão em Alcaçuz.

Na noite de 1º de março de 2023, Silva dormia em sua casa no bairro Pitangui, em Extremoz, com a mulher e as duas filhas do casal, quando ouviu a porta da entrada sendo arrombada. Pegou um bastão e conseguiu atingir um dos invasores, mas acabou levando sete tiros de pistola de outro criminoso. Morreu ao lado da sua cama.

A principal suspeita da polícia é que Silva tenha sido morto a mando de um empresário potiguar que teria grilado parte dos terrenos da Cosa Nostra no estado. Responsável pelo inquérito, o delegado André Kay, titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa de Ceará-Mirim, não revela a identidade do suspeito para não atrapalhar as investigações. Passados quase dois anos do crime, o inquérito ainda não foi concluído.

Fonte: Revista Piauí. Allan de Abreu.

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O Brasil invadido pela China ou EUA. Por Aragão

O complexo de vira-latas deixou de ser apenas um distúrbio emocional e virou a psique padrão de uma legião de brasileiros.

É assim que enxergo os que sonham com uma intervenção dos EUA ou da China no Brasil.

Quem viaja para o exterior sabe: muitas vezes somos tratados como cidadãos de segunda categoria. O preconceito existe, é real, e não precisa de muita experiência internacional para ser percebido. Inclusive, nossos soldados na Segunda Guerra eram servidos com a chamada refeição de “3ª classe”, diferente da comida destinada aos americanos e ingleses — um fato registrado por Campiani Maximiano em Barbudos, Sujos e Fatigados. Isso é passado, sim, mas não deixa de ser revelador.

E não foi só no front. Quem conhece a história sabe que, durante a guerra, os americanos “botavam boneco” por aqui: desrespeitavam mulheres acompanhadas, ridicularizavam brasileiros em bares e provocavam brigas nas boates da Ribeira.

— Se já existe preconceito entre nós mesmos, imagine vindo de fora.

O brasileiro do Sudeste ainda chama o nordestino de “Paraíba”. Agora imagine americanos ou chineses desembarcando por aqui e se deparando com nossas favelas, nossas ruas tomadas por mendigos, estradas esburacadas, saneamento precário, escolas públicas em frangalhos, um sistema de leis que não funciona.

A ficha só cairia quando víssemos nossa gente sendo presa por estrangeiros, submetida a regras impostas, vivendo humilhações inevitáveis em situações de ocupação. O arrependimento viria tarde demais — e numa época em que a intolerância global já está no auge.

O raciocínio é simples. Da mesma forma que nos encantamos com cidades desenvolvidas, o estrangeiro, ao pisar em nosso atraso, pode se sentir no direito de olhar com superioridade. E nós, brasileiros, seguiríamos tendo que engolir essa situação indefinidamente, porque o país ainda está longe do desenvolvimento que merecemos.

Nunca ví uma nação mover um dedo que não fosse por interesse econômico. Se fosse pela democracia ou pela justiça, ajudariam a Africa. Eis a verdade: ou celebramos e defendemos nossa independência todos os dias, ou reviveremos, na pele, o que os povos indígenas sentiram em 1500.

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Unimed Natal realiza roda de conversa para dar visibilidade a histórias de adultos autistas

Roda de conversa promovida pela Unimed Natal e Instituto Leblue®️ dará voz a adultos autistas que já trilham caminhos acadêmicos e profissionais

A Unimed Natal, em parceria com o Instituto Leblue®️, realiza no próximo dia 30 de setembro, às 19h, no Auditório da FIERN, o evento TEAmparo – Roda de Conversa: Histórias para Conscientizar e Inspirar. A iniciativa marca o lançamento do projeto TEAmparo, criado para promover espaços de diálogo, inclusão e valorização das pessoas neurodivergentes e suas famílias.

O encontro reunirá adultos autistas que já estão construindo suas trajetórias acadêmicas e profissionais. Entre os convidados estão o atleta de futsal Pedro Rafael, o técnico de lazer do IFRN Phablo Robson, os estudantes de gastronomia Kelma Delfino e Alberto Barbalho, e o estudante de Direito Eduardo Lisboa. A mediação será conduzida pelo comunicador Luis Henrique.

De acordo com a coordenação do projeto, o objetivo é dar visibilidade a histórias reais de superação, reforçando a importância de instituições e da sociedade em geral na construção de caminhos que favoreçam autonomia, empregabilidade e valorização das diferenças.

“Sabemos que os jovens com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e outras condições avançam em sua trajetória escolar, ingressam no ensino superior, buscam independência e têm muito a contribuir no mercado de trabalho. Essa roda de conversa é uma oportunidade de mostrar essas experiências e inspirar novas iniciativas de inclusão”, destaca a assessora médica de Terapias Especiais da Unimed Natal, Dra. Camila Costa.

O público-alvo inclui empresários, representantes de instituições de ensino, órgãos de defesa de direitos, profissionais da saúde e da educação, além de famílias de pessoas com deficiência e beneficiários da Unimed Natal. A expectativa é reunir cerca de 200 participantes.

SERVIÇO;
📅 Data: 30 de setembro de 2025 – 19h às 21h30
📍 Local: Auditório da FIERN
🔗 Inscrições gratuitas: https://unimed.me/4r8r44

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Notícia boa: Chocolate suíço, remédios e até bacalhau norueguês podem ficar mais baratos no Brasil.

Amém! É difícil termos notícias boas no Brasil da atualidade. Então, aproveitemos o que temos: Depois de 8 anos de negociações, o Mercosul e a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA) — formada por Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein — fecharam um acordo histórico.

O tratado prevê a liberalização de 97% das exportações entre os blocos e pode reduzir preços de produtos cobiçados, como chocolates, medicamentos e o legítimo bacalhau norueguês.

— Será bom para importar e para exportar. 

Ainda falta a aprovação parlamentar, mas o acordo abre caminho para ampliar o comércio internacional e dar mais acesso a mercados de alta renda.

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O Mar não está para peixe no RN. Por Aragão.

Parece história de pescador mas é verdade. Além de enfrentar as inúmeras dificuldades da nossa economia, os empresários do setor de pesca estão a ver navios na espera de uma solução por parte do governo federal. As exportações de pescado do RN para os Estados Unidos caíram 80% após a imposição da tarifa de 50% pelo governo Trump. Antes, o RN exportava cerca de 300 toneladas de atum/mês; hoje, não chega a 50. Metade da frota de pesca está parada, embora não haja demissões até o momento — apenas férias coletivas.

— Empresários se afogando nesse mar de problemas.

Segundo Arimar França Filho, presidente do Sindipesca, “um pequeno percentual, em torno de 20%, continua sendo exportado para os Estados Unidos. Do que era feito normalmente, em torno de 300 toneladas, hoje não chega a 50. Parte da taxação é absorvida pelo comprador, parte pela indústria”. Ele destaca que até agora não houve desligamentos, apenas medidas paliativas para evitar cortes de pessoal.

As exportações totais do RN para os EUA também recuaram 74% entre julho e agosto, afetando principalmente os setores de pesca e sal. No setor salineiro, que destinava quase metade da produção ao mercado americano, a preocupação é com a perda de clientes definitivos. O presidente do Siesal, Airton Torres, alerta: “Quanto custa a perda de um cliente no exterior? Uma vez perdido, será possível recuperar no futuro? Qual será o prejuízo de cada uma das partes que integram a cadeia produtiva do sal?”.

Empresários e sindicatos defendem a abertura do mercado europeu como alternativa e cobram rapidez na regulamentação do Plano Brasil Soberano, que prevê crédito e proteção ao emprego. O governo estadual ampliou incentivos via Proedi e ICMS, enquanto a Fiern atua junto ao governo federal em busca de soluções.

Apesar da crise, até agora não há cortes de pessoal confirmados, mas o setor alerta que os próximos seis meses serão decisivos.

— O presidente Lula conseguirá reverter esse tsunami?

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Maria de Fátima 16 set 2025

Oremos!!!

Ana te 16 set 2025

Bora olhar emergencialmente pra China , países árabes e Europa !

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Parnamirim assegura mais de 500 postos de trabalho com decreto de isenção fiscal à Bonor

A Prefeita de Parnamirim, Nilda Cruz, se reuniu nesta sexta-feira (12) com os representantes da Bonor Indústria Botões. Empresa nascida em Parnamirim e com mais de 55 anos de história, se tornou a maior fabricante de botões da América Latina. No encontro, foi assinado um decreto de isenção fiscal, um feito histórico para a empresa que garante mais de 500 empregos para o povo parnamirinense.

 

Com a assinatura do decreto de isenção fiscal, a Prefeitura proporciona à Bonor – que é uma empresa consolidada com sua trajetória de sucesso em Parnamirim – novas condições para expandir suas atividades e gerar emprego e renda para a população. Na ocasião, a prefeita e os representantes da empresa se mostraram bastante otimistas com o feito, que deve contribuir significativamente para o desenvolvimento comercial da cidade e promovendo maior valorização para o setor empresarial.

 

“Este decreto significa emprego e renda para o povo parnamirinense, garantindo a permanência de mais de 500 empregos para a nossa gente, além de promover a valorização para a classe empresarial da nossa cidade. Dessa forma, Parnamirim só tem a ganhar com essa parceria”, disse Nilda.

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Maria de Fátima 16 set 2025

👏👏👏👏👏👏

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Municípios serranos defendem mais investimentos no turismo da Rota do Frio

Na audiência pública que a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte (ALRN) promoveu na manhã desta sexta-feira (12), em Portalegre, o deputado Luiz Eduardo (SDD), propositor do debate, defendeu que o turismo seja tratado como prioridade estratégica para o desenvolvimento do estado. Com o tema “Interiorização do Turismo do Alto Oeste e Promoção do Turismo Gastronômico das serras, Ecoturismo e da Rota do Frio”, o debate contou com a presença de prefeitos, lideranças políticas, associações comerciais e dos municípios e de empresários ligados ao setor.

O parlamentar tem se dedicado à pauta e ressaltou a importância da atividade para o RN, pois responde por cerca de 35% do orçamento estadual, movimenta mais de 59 segmentos da economia,  gera mais de 120 mil empregos e transforma a vida de comunidades inteiras.

“O Rio Grande do Norte tem uma cultura que encanta e um patrimônio natural e humano que desperta admiração no Brasil e no mundo. Nossa grandeza está na vocação para o turismo, mas não basta a vocação: é preciso planejamento e metas bem definidas para ampliar as oportunidades”, afirmou o deputado, que defendeu mais investimentos na infraestrutura de estradas e na qualificação de profissionais que atuam no setor.

Luiz Eduardo também anunciou que seu mandato irá destinar R$ 150 mil para o município utilizar na sinalização. No evento, foram homenageados pelo parlamentar o prefeito de Portalegre, José Augusto de Freitas Rego, o presidente da Associação Comercial e Empresarial de Apodi (ACEMA), Marcello Bernardo e o proprietário do hotel West Park Portalegre, Luiz Gonzaga Júnior.

José Augusto agradeceu a iniciativa do município ter sido escolhido para sediar o debate. “Essa audiência é profundamente simbólica. Precisamos da união para fortalecer o turismo na serra e na região e esse tipo de evento aproxima cada vez mais os municípios”, disse. O prefeito apresentou reivindicações ao governo estadual para a melhoria e sinalização de estradas.

O gestor público citou a campanha na cidade: “Um município orgulhosamente negro”. Portalegre tem o maior número de comunidades quilombolas do RN, como Pêga, Arrojado, Sobrado e Lajes, guardiãs de tradições únicas, como a Dança de São Gonçalo.

Para o deputado federal Benes Leocádio, o turismo atua como a política pública mais célere na geração de emprego e renda. “Quando os municípios se unem e quando um desses consegue implementar algo bem sucedido, quem ganha não é só ele, mas a região, aquecendo toda a economia”, afirmou, anunciando emenda do seu mandato para a melhoria de estradas na região.

O ex-deputado Getúlio Rêgo afirmou: “Emprego e renda é um dos objetivos mais desejados pelo cidadão comum e o turismo proporciona isso”, afirmou. Getúlio enalteceu a ampliação de cursos na UERN voltados para o turismo, capacitando quadros de profissionais gestores no turismo.

Durante o debate, o projeto RN Conecta foi apresentado por Pedro Tinoco, que pediu o empenho das prefeituras e câmaras municipais a fim de viabilizarem a iniciativa. “É preciso modernizar a legislação e uma internet mais veloz, com mais tecnologia, tem tudo a ver com o turismo”, defendeu.

Na sua explanação, o subsecretário de Turismo do RN, Dácio Galvão,  parabenizou a ALRN e o parlamentar pela iniciativa. O gestor afirmou que a rota do frio e da gastronomia sempre esteve no radar do governo do estado. O gestor apresentou iniciativas da atual gestão que vão além do “turismo de sol e mar” e que estão em andamento.

A qualificação dos profissionais que atuam no segmento turístico foi o destaque do representante do sistema Fecomércio, Benjamim Garcia, que também destacou os investimentos da entidade na qualificação de profissionais. “Precisamos formar garçons, cozinheiros, atendentes. Porque isso é qualidade em serviço, para que a gente consiga reter o turista e para isso colocamos toda a estrutura do sistema à disposição dos municípios”, disse.

O professor da UERN, Saulo Gomes, citou o papel da universidade na formação dos potiguares nos seus seis campi. Além do apoio a grandes eventos, como na festa de Santa Luzia, na Finecap e em tantos outros, o professor citou os inventários turísticos, que são os projetos de pesquisa e extensão desenvolvidos por estudantes e professores do curso de Turismo e que vêm fazendo um diferencial. A equipe coleta dados e elabora um documento completo sobre a oferta turística de um determinado município

Emery Costa Júnior, representando a FIERN/SENAI, reforçou também a necessidade de qualificação dos profissionais do setor e se colocou à disposição dos municípios. O presidente da Associação Comercial e Empresarial de Apodi (ACEMA), Marcello Bernardo, defendeu os investimentos no turismo devido ao seu potencial econômico para os municípios: “Não é apenas lazer, é cidadania e qualidade de vida e o processo de interiorização é essencial para valorizar as nossas riquezas locais”, disse.

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ALRN renova parceria com a Festa do Boi e prepara ações para edição de 2025

A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte renovou, nesta quinta-feira (11), a parceria com a Associação Norte-riograndense de Criadores (Anorc) para a realização da 63ª edição da Festa do Boi, que acontece de 12 a 18 de outubro no Parque Aristófanes Fernandes, em Parnamirim. A reunião contou com a presença do presidente da Anorc, Felipe Matheus Cavalcanti França, do vice-presidente Eduardo Carlos de Melo, do tesoureiro Yolando Cocentino Neto, além do diretor administrativo e financeiro da ALRN, Pedro Cascudo, e da diretora-geral da Presidência da Casa, Dulcineia Brandão.

O encontro consolidou a continuidade de uma parceria considerada de sucesso pelas duas instituições. Em 2024, o estande da Assembleia somou mais de 32 mil atendimentos ao público, oferecendo serviços de saúde, cidadania e atividades culturais que se tornaram referência durante o evento. Foram realizados testes de glicemia, aferição de pressão arterial, aplicação de flúor, distribuição de kits odontológicos, esmaltação de unhas, design de sobrancelhas e atividades interativas para crianças. Além disso, a Assembleia Cultural levou ao espaço apresentações musicais de artistas locais, teatro infantil e outras atrações, aproximando o Legislativo da população.

Para o presidente da Anorc, Felipe França, a presença da Assembleia fortalece ainda mais a dimensão da Festa do Boi. “Faltam menos de 30 dias para o evento e estamos preparando uma edição especial. Contar com o apoio forte e consolidado da Assembleia mostra o potencial que a festa vem ganhando a cada ano. Essa parceria torna a festa mais bonita para quem visita e mais valiosa para quem expõe, já que envolve negócios, cultura e tradição. Este ano teremos um incremento de leilões e shoppings de animais, além de uma área comercial diversificada, com setores que vão de máquinas agrícolas à construção civil. A expectativa é de uma comercialização ainda maior e de um evento que surpreenda expositores e visitantes”, afirmou.

O diretor administrativo e financeiro da Assembleia Legislativa do RN, Pedro Cascudo, destacou a importância da parceria. “É um momento em que a Assembleia reafirma seu papel de estar junto da comunidade, apoiando um evento tradicional que movimenta a economia do estado. Além de incentivar o agronegócio, a Casa leva para dentro da festa iniciativas próprias, como a Assembleia Cultural, com atrações locais em um palco aberto ao público, e um estande que apresenta projetos legislativos, serviços de saúde e ações de cidadania”, explicou.

Na última edição, a Festa do Boi movimentou cerca de R$ 80 milhões em negócios e atraiu aproximadamente 500 mil visitantes, consolidando-se como a maior vitrine do agronegócio potiguar. Para 2025, a expectativa da Anorc é ampliar os espaços de exposição de animais e fortalecer a área comercial, oferecendo ao público não apenas um encontro com os melhores criatórios do Nordeste, mas também oportunidades em setores diversos da economia.

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Maria de Fátima 16 set 2025

👏👏👏👏

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Morre o empresário José Eduardo Vila.

Nota de Pesar

Recebemos com tristeza a notícia do falecimento do empresário José Eduardo Vila, fundador do Grupo Morada da Paz, neste domingo, aos 75 anos.

Um nome que marcou o Rio Grande do Norte pelo empreendedorismo, pela dedicação e pelo legado construído ao longo de décadas.

Nossos sentimentos à família, aos amigos e a todos que compartilham dessa perda.

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Paulinho Freire. O que é bom para Natal, é bom para o RN.

As pesquisas do Instituto Paraná revelam um contraste que chama atenção: o prefeito de Natal, Paulinho Freire, tem 65% de aprovação em sua gestão na capital, enquanto a governadora amarga 63,5% de desaprovação no estado. É quase um espelho invertido: onde um acumula confiança, a outra perde fôlego.

Acredito que todo político quer acertar. A governadora não erra de propósito, claro que não. Erra porque não consegue ou não sabe fazer o que é melhor para o RN. Paulinho, por outro lado, vem mostrando que sabe governar — e prova isso com resultados.

Nesses oito meses à frente da prefeitura de Natal, Paulinho tem entregue obras, ações e, principalmente, esperança. Zerou as filas nas creches, aumentou o salário dos professores, fez contratações, implementou melhorias por toda a cidade — e o natalense responde positivamente, como registra a pesquisa.

A direita no RN ainda não resolveu quem será o candidato ao governo. Essa fragmentação pode levar à dispersão de forças e, consequentemente, a uma derrota nas urnas. Paulinho soube unificar a direita em torno do seu nome na disputa pela Prefeitura de Natal. Então, fica aqui minha esperança de que, quem sabe, no futuro em 2030 ou 2034, a gestão de Paulinho Freire possa ser ampliada para todo o nosso estado.

— Afinal, o sol nasceu para todos. Todos os potiguares.

Foto: Elpídio Júnior

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Felca no RN. Por Aragão.

Felca, você mostrou ao Brasil a imoralidade da adultização de menores. Expôs o que muitos fingiam não ver — e a repercussão foi gigantesca. Mas há outra imoralidade que você precisa conhecer: o descaso com o RN, nosso Estado de sofrimento.

Vou mandar as passagens. Aliás, precisamos conseguir um patrocínio, pois o preço dos voos partindo e chegando ao nosso aeroporto é muito mais caro do que nos estados vizinhos. Bem, quando você chegar, já no caminho até Natal, começará a entender por que nosso desenvolvimento é tão sofrível.

Não verá indústrias, porque elas simplesmente não vêm para cá. Indústria do crime? Essa temos. Duas facções controlam a violência. E fique atento ao celular: a percepção de insegurança é terrível.

Sugiro pararmos na primeira escola da rede pública. É importante você registrar que o ensino médio do RN foi avaliado como o pior do Brasil pelo Ideb. Crianças, desde a mais tenra idade, são expostas a uma educação irrelevante.

Antes do nosso almoço vamos conhecer o maior hospital do estado. Parece um hospital de guerra — mas faltando tudo. Você fará tantas filmagens lá que já daria um programa inteiro só sobre o caos da saúde.

No almoço, temos excelentes restaurantes à sua escolha. O sabor e o serviço são compatíveis com os melhores de São Paulo — mas o preço também é. Outra coisa de cidade grande que temos é o trânsito engarrafado.

À tarde, podemos descer para o bairro abandonado da Ribeira. Bem localizado, com infraestrutura completa e próximo dos melhores bairros da cidade, mas transformado em ruínas. O atual prefeito vem fazendo um bom trabalho, mas esse problema existe há décadas.

Depois, vou levá-lo para conhecer a Via Costeira, a praia mais bonita do estado que o potiguar não pode usar. É exclusiva para uns dez hotéis. Merece um programa, Felca. O potiguar, assim como um empregado que não pode fazer refeições na sala de jantar, também não pode usufruir da Via Costeira. Ela é só para turistas.

São tantos pontos para filmar que você não faria apenas um documentário, mas uma série que poderia sair na Netflix. Porque conseguir reunir drama, violência, suspense e comédia ao mesmo tempo, só mesmo no RN.

Imagem gerada por IA.

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