Quanto mais examinamos a questão da eleição na Unimed, mais preocupados devemos ficar, pois a situação da democracia na cooperativa é grave. Os primeiros sintomas de autoritarismo foram percebidos quando o atual presidente achou por bem fazer parte do Conselho de Ética — quem está apto a julgar os próprios atos? Em alguma questão, poderia ser juiz e réu ao mesmo tempo?
Posteriormente, observamos uma recidiva desse comportamento autocrático quando, na Assembleia Geral dos Associados, a palavra não foi aberta aos cooperados. O cenário se agravou com a sua participação na chapa do continuísmo — é a perpetuação no poder? É uma autocracia? Outro marcador preocupante de autoritarismo foi o uso da mídia para prestação de contas, transformando-se, quase, em uma peça publicitária para a Chapa 1.
Um sintoma inquietante foi o incômodo explícito com a auditoria solicitada pelo coordenador do conselho fiscal, Márcio Rêgo. O que teria motivado essa auditoria? Talvez o orçamento, que começou em R$ 115,6 milhões em 2019, subiu para R$ 215 milhões em 2021 e atingiu R$ 395,7 milhões em 2023. Agora, a projeção de gastos já ultrapassa R$ 417,2 milhões.
— Um investimento de quase meio bilhão de reais não deveria ser auditado?
— O diagnóstico é claro: a democracia na Unimed sofre com metástases múltiplas.
Se a situação já era grave, agora se tornou invasiva e de alto grau. O atual presidente está fazendo uma interpretação questionável do estatuto, de forma conveniente para sua permanência no poder. Seu objetivo seria impedir que uma parcela expressiva dos cooperados vote?
Leiam atentamente o trecho do estatuto e entendam a gravidade da questão:
Artigo 44, inciso II, do Estatuto Social:
“Fica impedido de votar e de ser votado, nas Assembleias Gerais, o cooperado que:
I – tenha sido admitido após a respectiva convocação;
II – não tenha operado, sob qualquer forma, com a Cooperativa, durante o ano civil anterior à Assembleia Geral, ainda que tenha operado no mesmo ano de realização desta.”
Leia novamente e me diga: um cooperado que atuou como médico, que prestou serviço à cooperativa, que exerceu suas funções — apenas não recebeu remuneração por alguma razão legítima ou não — não pode votar?
— A democracia segue em cuidados paliativos.
Ainda há tempo! Se hoje já é difícil reverter esse quadro de autoritarismo crítico e enraizado, imagine se esse grupo permanecer no poder por mais 4 ou 8 anos?
Conscientes da gravidade da situação, o prognóstico nos enche de esperança. Não será fácil salvar a democracia, mas é possível. A união entre os cooperados é vital, e a participação de todos tornará possível reverter esse quadro.
— Hoje, a democracia sufoca à espera de um pronto-atendimento que virá no dia 31.
— Não será uma eleição. Será uma cirurgia.
Comentários (6)
6 respostas para “Eleições Unimed: A Metástase. Por Aragão”
Antes da eleição a Administração deve enviar um relatório de sua atuação durante o ano anterior aprovada por uma auditoria externa.
Alexandre de Morais e Nicolas Maduro, exemplos de “Democratas” fazendo escola na Unimed. *Contém muita ironia!
Classe médica revoltada com essa chapa 1
Excelente
Falou tudo
Perfeito