A- A+

MÁFIA: A incrível história da Cosa Nostra no RN. Entenda. 

Como a máfia siciliana enraizou suas operações em nosso estado? Investimentos que ultrapassam 800 milhões de reais no mercado imobiliário foram realizados por meio de uma engenhosa máquina de transferir e lavar dinheiro. A Cosa Nostra deixou no Rio Grande do Norte um rastro de golpes milionários, fraudes cartorárias, corrupção, grilagem de terras e dois assassinatos. Bem que poderia ser o roteiro de um filme policial, mas é um artigo que você começa a ler agora.

Era quase noite em Palermo, capital da Sicília, quando dois jovens, um deles com uma faca, entraram em uma pequena loja de produtos de limpeza na Via Altofonte. Depois de renderem os funcionários, os assaltantes levaram 4,5 mil euros que estavam na caixa registradora. Era 29 de agosto de 2019. Cinco dias depois, no mesmo horário, novo roubo na mesma loja: dois rapazes, fingindo estarem armados, levaram mais 2,8 mil euros.

O caminho natural do dono da loja seria procurar a polícia. Mas não foi o que aconteceu. Francesco Paolo Bagnasco preferiu telefonar para Giovanni Caruso, um membro da Cosa Nostra, organização mafiosa que desde o século XIX controla boa parte das relações socioeconômicas na Sicília. Ao analisarem imagens captadas por uma câmera de vídeo, os mafiosos identificaram três assaltantes (um deles havia participado dos dois roubos).

Na tarde de 7 de setembro, quatro dias após o segundo assalto, os três ladrões foram sequestrados e levados para um galpão. Caruso notificou o seu chefe, Giuseppe Calvaruso, bem como o dono da loja, e os três foram até o cativeiro, onde assistiram ao brutal espancamento dos assaltantes. Horas depois, Caruso descreveu, para outro membro da máfia, a face de um dos assaltantes, dizendo que parecia uma “peneira”. O dinheiro roubado foi devolvido a Francesco Bagnasco.

Sete meses depois, em abril de 2020, Bagnasco e outros cinco empresários recorreram a Calvaruso para adquirir nove partes de um grande armazém. Coube à máfia afastar outros pretensos concorrentes na compra do imóvel. Em troca, a Cosa Nostra exigiu uma taxa total de 90 mil euros – 40 mil a serem pagos apenas por Bagnasco por ele ter adquirido quatro partes do armazém. Foi a vez do empresário e seus sócios sentirem na pele a ira da máfia palermitana.

Em telefonema captado pela polícia italiana, Calvaruso ordenou que Caruso exigisse o dinheiro dos empresários antes que o negócio fosse formalizado em cartório. “Não tenha piedade”, disse o chefe. Bagnasco pagou, mas apenas uma parte – 15 mil euros. Em dezembro de 2020, Calvaruso reforçou as ameaças. “Se eles não me derem o dinheiro, tudo pode acontecer”, disse a Caruso. Em fevereiro de 2021, duas semanas antes da formalização do negócio no cartório, o chefe mafioso aumentou o tom das ameaças. “Se alguém ousar fazer a escritura sem ter pagado, não deixe ir ao cartório e meta um revólver na boca dele”, ordenou. Calvaruso falava de um lugar muito distante de Palermo, do outro lado do Oceano Atlântico – mais precisamente, de Natal, no Rio Grande do Norte.

Parte do dinheiro extorquido dos empresários custeou as despesas de familiares dos membros da Cosa Nostra que estão presos. Outra parte foi enviada ao Rio Grande do Norte, onde, ao longo de dezessete anos, sob o comando de Calvaruso, a máfia siciliana investiu 800 milhões de reais no mercado imobiliário por meio de uma engenhosa máquina de transferir e lavar dinheiro. Durante esse tempo, a Cosa Nostra deixou no estado nordestino um rastro de golpes milionários, fraudes cartorárias, corrupção, grilagem de terras e dois assassinatos.

Giuseppe Calvaruso tem cabelos castanho-claros, repartidos ao meio, e baixa estatura, o que lhe rendeu o apelido, entre os mafiosos sicilianos, de u curtu (o curto, literalmente, ou o baixote). Em 47 anos de vida, a maior parte atuando como empresário da construção civil, adquiriu o respeito da cúpula da Cosa Nostra, sobretudo depois de ter ajudado na fuga de Giovanni Motisi, no fim dos anos 1990. Motisi foi um dos mais sanguinários assassinos de aluguel de Salvatore “Totò” Riina, mafioso que aterrorizou a Sicília e foi o mandante dos assassinatos, em 1992, dos juízes Giovanni Falcone e Paolo Borsellino, responsáveis pelo Maxiprocesso de Palermo. Em 1993, Riina foi preso. Morreu em 2017, aos 87 anos.

Cada município da Sicília (ou, no caso das maiores cidades, cada bairro ou distrito) possui um líder mafioso, chamado capomandamento (mandamento é uma região controlada por determinado clã criminoso). Antonino Rotolo, o capomandamento de Pagliarelli, está preso desde 2006. Quem o substitui desde 2015 é Calvaruso, mas na condição de “regente”, como se chama o líder temporário. Em conversa interceptada pela polícia italiana, o regente disse ter à disposição cerca de 1 bilhão de dólares para investir.

Em fevereiro de 2009, Pietro Ladogana, um homem alto de queixo anguloso que, para a PF, era testa de ferro da Cosa Nostra, desembarcou em Natal. Na capital potiguar, ele fundou três empresas do ramo imobiliário, com um capital social total de 3,8 milhões de reais, e casou-se com Tamara Maria de Barros. A brasileira seria usada como laranja pelo italiano, que colocou no nome dela boa parte dos imóveis que adquiriu. 

Mas Ladogana também começou a grilar terras com o uso da violência. Chegou a criar uma milícia formada por policiais militares para expulsar moradores em Extremoz, município na Região Metropolitana de Natal, onde contava com a ajuda do então tabelião do cartório local e ex-prefeito João Soares de Souza, e de servidores da prefeitura para falsificar documentos que garantissem a posse dos imóveis. Quando o então secretário de Tributação de Extremoz Giovanni Gomes contrariou os interesses do esquema, Ladogana ordenou que um dos PMs de sua milícia, Alexandre Douglas Ferreira, “desse um susto nele” – como a mulher do mafioso contou à Polícia Civil. Gomes levou um tiro de raspão na perna quando saía da festa de formatura do filho, em uma noite de agosto de 2013.

No caso de outro desafeto, o desfecho foi trágico. O empresário italiano Enzo Albanese, que dirigia um time de rugby em Natal e não tinha relações com a Cosa Nostra, descobriu as fraudes fundiárias de Ladogana, bem como desvios de parte do dinheiro da máfia para o próprio bolso, e ameaçou denunciar tudo à polícia. Em março de 2014, Albanese foi ameaçado de morte, caso ousasse delatar seus esquemas. Mas ele não recuou. Em 2 de maio do mesmo ano, ele fechava o portão de entrada de sua casa quando o policial Ferreira se aproximou em uma moto e atirou. O italiano morreu no local. Um mês depois, a Justiça de Natal decretou a prisão preventiva de Ladogana, que foi detido no aeroporto de Roma, onde tentava embarcar para o Brasil com 120 mil euros escondidos na roupa. Acabou liberado meses depois, na Itália, e ficou no país natal. Tempos depois, recebeu uma pena de catorze anos de reclusão, que ele cumpre na penitenciária de Alcaçuz, no Rio Grande do Norte. Ferreira não chegou a ser julgado – a Justiça o considerou inimputável, depois que foi diagnosticado com esquizofrenia.)

Em 2016, Calvaruso iniciou o processo de troca do operador da lavanderia de dinheiro da máfia no Brasil. Recorreu então ao empresário Giuseppe Bruno (foto no início do artigo), cuja família lavava dinheiro para a máfia desde os anos 1990 na construção civil da Sicília, de acordo com a polícia italiana.

Em Natal, Bruno e Calvaruso investiram 830 mil euros na compra de novas áreas nos arredores de Natal, inclusive uma fazenda que seria transformada em loteamento com perspectivas de ganhos milionários. “Gostaria de salientar que estamos falando de 180 hectares, onde há a possibilidade de construir cerca de 7.500 casas, que por 100 mil reais são 750 milhões de reais de faturamento, com um lucro residual de mais de 50%…”, escreveu Bruno, por e-mail, a um integrante da máfia na Sicília. No total, segundo o Ministério Público Federal, a máfia adquiriu 76 imóveis no Brasil.

Certo dia, em um shopping de Ponta Negra, local abastado da cidade, Bruno conheceu Sara da Silva Barros, de 37 anos de idade. Logo, ela se tornaria não só a mulher de Bruno, como sua testa de ferro preferida, já que não tinha antecedentes criminais. “Sara é cem por cento limpa”, escreveu ele para Calvaruso, por WhatsApp. Foi em nome dela que Bruno e Calvaruso montaram a pizzaria e cafeteria Italy’s, na orla de Natal. 

O policial e advogado Carlos Menezes conheceu Bruno em 2016, quando o italiano e Nino Spadaro foram até a Delegacia de Apoio e Assistência ao Turista (Deatur), em Natal, onde o então agente trabalhava, para fazerem um boletim de ocorrência contra João Soares de Souza, tabelião do cartório de imóveis de Extremoz, e seu filho, Gustavo Eugênio Costa de Souza. Segundo Bruno, o tabelião e o filho haviam falsificado a escritura de uma área de 29 hectares adquirida pela empresa Tecnobloco Construções Ltda., da qual o italiano se dizia sócio e procurador, para revendê-la a terceiros por 16 milhões de reais.

Por causa do alegado prejuízo pela perda do terreno, Bruno e Spadaro passaram a pressionar o tabelião, que se comprometeu a pagar 1,2 milhão de reais e a entregar outra área a eles. Mas Souza só pagou 150 mil reais, e os italianos descobriram que os documentos da área oferecida eram falsos.

Na discussão com os italianos, o tabelião ameaçou Bruno e seu advogado com um revólver, dentro do cartório de Extremoz, o que motivou um segundo boletim de ocorrência contra Souza, agora por ameaça, registrado pelo então policial Menezes no fim de 2017, na mesma Deatur. A aproximação com o policial fez com que este fosse convidado a trabalhar como segurança para a viagem que a mãe de Bruno fez da Itália ao Brasil.

Em março do ano seguinte, Souza e o filho foram denunciados à Justiça por estelionato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro, acusados de uma série de fraudes documentais. Souza morreu um mês depois, de causas naturais. Gustavo, seu filho, foi absolvido. Sem saída, Bruno ingressou com ação na Justiça contra o tabelião e o filho, e a 1ª Vara de Extremoz condenou o espólio de Souza e também Gustavo a indenizarem Bruno em 22 milhões de reais.

Retornando ao Brasil em 2019, Calvaruso, regente da Cosa Nostra, acelerou os investimentos da máfia. Concluiu a construção de uma casa dentro de um resort em Bananeiras, interior da Paraíba; comprou dois apartamentos em Cabedelo, município vizinho a João Pessoa; adquiriu duas empresas em Natal (uma delas dona de imóveis avaliados em quase 4 milhões de reais, no total) e fundou a pizzaria Italy’s. 

Em 2021, os primeiros policiais italianos desembarcaram em Natal para rastrear o patrimônio amealhado pela máfia e seguir de perto os passos de Giuseppe Bruno.

No ano seguinte, em maio, o governo italiano decidiu solicitar formalmente um acordo de cooperação com o Ministério Público Federal (MPF) brasileiro para “a obtenção de dados confiáveis sobre rastreabilidade dos grandes fluxos financeiros movidos da Itália para o Brasil e informações sobre bens atribuídos a Giuseppe Calvaruso e outros”. A investigação do MPF, da PF e da Receita Federal, iniciada em outubro de 2022, não só confirmou os dados já investigados desde a Itália como encontrou novas suspeitas sobre o patrimônio do trio Calvaruso-Ladogana-Bruno no Rio Grande do Norte. 

Em novembro de 2023, a PF encaminhou à Justiça os pedidos de prisões preventivas e de buscas. Em poucas semanas as requisições foram acatadas pela 14ª Vara Federal de Natal, mas a operação tinha de ser deflagrada ao mesmo tempo no Brasil e na Itália, onde havia outros participantes do esquema mafioso. A Justiça italiana demorou a conceder os pedidos de prisão (só o fez em agosto de 2024).

Bruno foi preso na manhã de 13 de agosto de 2024. No mesmo dia, a Direção Distrital Antimáfia de Palermo prendeu na Itália a mãe dele, Rosa Simoncini. No Brasil, nove pessoas, incluindo Calvaruso, Bruno e sua ex-mulher, Ladogana, sua ex-mulher, Tamara Barros, e a atual, Regina Souza, são réus em ação penal, ainda não julgada, na 14ª Vara Federal de Natal, acusados de associação criminosa e lavagem de dinheiro. Em dezembro passado, o inquérito da polícia italiana seguia em andamento.

O advogado de Calvaruso na Itália, Michele Giovinco, disse à revista piauí que a Justiça ainda não provou a responsabilidade do réu na suposta extorsão aos compradores do armazém na via Altofonte, em Palermo, nem na lavagem de dinheiro na compra e venda de imóveis no Brasil. “Não há provas processuais nas investigações italianas de transferência de dinheiro de Hong Kong ou Cingapura, nem para a Itália e nem para o Brasil”, afirmou.

Em nota, a defesa de Ladogana informou apenas que o patrimônio dele no Brasil “foi adquirido com muito trabalho” e que o empresário nunca teve envolvimento com a Cosa Nostra. Nino Spadaro não quis se manifestar. A defesa de Bruno não foi localizada.

A última ponta solta dos esquemas da máfia siciliana no Rio Grande do Norte é o assassinato de Carlos Antonio Lopes da Silva, o taxista que se tornou laranja de Pietro Ladogana e era dono formal de duas empresas e de dezenas de imóveis no estado. Mesmo depois da prisão do italiano, em 2019, Silva continuou próximo dele – era uma das pessoas autorizadas por Ladogana a visitá-lo na prisão em Alcaçuz.

Na noite de 1º de março de 2023, Silva dormia em sua casa no bairro Pitangui, em Extremoz, com a mulher e as duas filhas do casal, quando ouviu a porta da entrada sendo arrombada. Pegou um bastão e conseguiu atingir um dos invasores, mas acabou levando sete tiros de pistola de outro criminoso. Morreu ao lado da sua cama.

A principal suspeita da polícia é que Silva tenha sido morto a mando de um empresário potiguar que teria grilado parte dos terrenos da Cosa Nostra no estado. Responsável pelo inquérito, o delegado André Kay, titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa de Ceará-Mirim, não revela a identidade do suspeito para não atrapalhar as investigações. Passados quase dois anos do crime, o inquérito ainda não foi concluído.

Fonte: Revista Piauí. Allan de Abreu.

Comentários (1)

Uma resposta para “MÁFIA: A incrível história da Cosa Nostra no RN. Entenda. ”

Comente aqui...

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Ícone de Comentário
Ícone de Usuário

Compartilhar artigo:
A- A+

Natal fecha maio liderando geração de empregos no RN pelo 4° mês seguido.

Natal segue firme na geração de empregos formais e acaba de fechar o mês de maio com mais um resultado positivo no Novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados): foram 510 novas vagas com carteira assinada no período, resultado de 10.877 admissões e 10.367 desligamentos no período.

O dado consolida o quarto mês consecutivo em que Natal registra saldo positivo no emprego, confirmando a boa fase da cidade no mercado de trabalho. No acumulado de 2025, já são 4.188 postos de trabalho criados – número que coloca a capital em 1º lugar entre os municípios do Rio Grande do Norte na geração de empregos neste ano.

Hoje, Natal tem um estoque de 237.669 empregos formais, o que mostra a força da economia da capital e o impacto direto de ações que vêm sendo adotadas pela Prefeitura para estimular o desenvolvimento local.

Para o prefeito Paulinho Freire, o resultado mais recente do Caged é reflexo de uma gestão que aposta no empreendedorismo, na qualificação e no incentivo aos negócios. “Estamos trabalhando com foco em destravar a economia da cidade. Facilitamos a abertura de empresas, fortalecemos programas como o Qualifica Natal e estamos de portas abertas para parcerias com o setor produtivo. Esses números mostram que Natal está crescendo e criando oportunidades reais para quem vive aqui”, destaca o prefeito.

Com o ritmo demonstrado neste ano, Natal vai se firmando como um dos motores do emprego no estado e reforçando o seu papel de destaque no cenário econômico do Rio Grande do Norte.

Comentários (0)

Nenhum comentário recente.

Compartilhar artigo:
A- A+

Eriko Jácome ou Nina Souza. A dúvida que Paulinho Freire não tem. Por Aragão.

Fica difícil esquecer o que Eriko Jácome fez — aliás, o que ele não fez. Lembremos a matéria que saiu no Novo Notícias, em julho de 2024: “Eriko Jácome tem a pior produção legislativa da Câmara Municipal de Natal — apresentando um projeto de lei a cada seis meses.”

Para termos uma ideia, somente no ano de 2024, até a data da matéria em julho, Eriko teve apenas 0,2% da produção dos Projetos de Lei (PLs) entre todos os legisladores — é bem pouco, é quase nada.

É bem verdade que sua produção vem melhorando em 2025, mas já se considerar pronto para sair candidato à Câmara Federal… existe um abismo enorme. Eriko é inteligente, tem capacidade de fazer um bom mandato e tem futuro na política — mas precisa ter presente. Sabe que, para isso, tem muito ainda o que fazer dentro de casa — da Casa Legislativa Municipal.

O patrimônio político construído por Paulinho Freire ao longo da vida pública pode ser traduzido por sua base eleitoral, que o elegeu deputado federal e, mais recentemente, o conduziu à Prefeitura com apoio expressivo. A transferência desse considerável capital político deve levar em conta não apenas se o candidato tem a capacidade de ocupar o cargo, mas, principalmente, se tem o perfil que o eleitor de Paulinho almeja, se há identificação com ele — é aí que Nina entra na conversa. Aliás, no artigo.

Nina Souza está no seu 3º mandato, mas se mostra incansável na busca pela melhoria social, como podemos comprovar à frente da Secretaria do Trabalho e Assistência Social. Os resultados aparecem — seja em ações voltadas à alimentação, capacitação, convivência ou moradia. Tem impulsionado iniciativas como a Restituição Solidária com o Imposto de Renda, a Cozinha Solidária, o Banco de Alimentos, o Creas, o Cras.

Outra coisa é o alinhamento natural com o estilo moderado, técnico e articulador de Paulinho Freire.

Não é um alinhamento de momento, mas real — e que se fortalece pelo laço familiar. O eleitor absorve com naturalidade a transferência de votos para alguém tão próximo e com competência comprovada.

— O mandato de deputado federal deve ficar próximo a Paulinho Freire. Se possível, dentro de casa.

Foto: Reprodução

Comentários (0)

Nenhum comentário recente.

Compartilhar artigo:
A- A+

EUA, 435 deputados. Brasil, 531. Que país é esse? Por Aragão.

Enquanto os EUA, que têm uma população 60% maior que a nossa, com quase o dobro de Estados (50), contam com apenas 435 deputados, o Brasil — um país que tenta sobreviver aos ataques contra a democracia e aos cofres públicos — aumenta de 513 para 531. Impactando os cofres públicos em 150 milhões de reais.

— A conta está chegando, e não temos dinheiro para pagar.

A partir de 1º de julho, o governo federal suspende a fiscalização dos combustíveis. A Agência Nacional do Petróleo alega falta de recursos. Os aviões da FAB estão parados por falta de verba. Teremos cortes na saúde, educação e moradia, além da falta das melhorias necessárias por todo o país.

Sabemos que Lula tem culpa por não fazer o ajuste fiscal necessário. Gasta demais. A corrupção não tem freios, e o caso INSS é apenas mais um que sai debaixo do tapete e vai para o ventilador. Mas a resposta do Congresso, ao ampliar o número de deputados, é como se dessem o dedo para o país — O dedo que vota contra a nação.

A sensação que temos é que o Brasil, cada vez mais, fica nas mãos dos parlamentares. Como quem segura um passarinho, vai controlando o presidente do momento de acordo com sua ambição. Sabe que, se apertar muito, o passarinho morre; se apertar pouco, ele voa.

O presidencialismo no Brasil está cada vez mais fraco. Seja pela imposição do Judiciário ou do Legislativo, qualquer presidente perde seu protagonismo. Não importa se a ideologia é de direita ou esquerda, a pressão é a mesma. Lembremos como a Câmara Federal apertou Michel Temer, Bolsonaro, e fizeram aprovar um aumento das emendas sem precedentes. Com Lula, da mesma forma, todo dia pressiona para satisfazer suas ambições. — As emendas parlamentares já chegam à cifra absurda de 53 bilhões de reais.

— Representatividade? Atualmente, representam os próprios interesses.

O sistema de freios e contrapesos é excelente — visa o equilíbrio de forças entre os três poderes. Mas a realidade no Brasil anda desequilibrada demais. O Congresso não vai abrir mão do poder e, no próximo ano, podemos mudar esse cenário.

A mudança é urgente, pois, independentemente de quem seja o próximo presidente, o Congresso vai querer que coma na mão deles.

 

Foto: Bruno Spada

Comentários (0)

Nenhum comentário recente.

Compartilhar artigo:
A- A+

30 anos Casa Durval Paiva: Rainha dos bailes, Rebekka Martins promete muita animação, Pop e Rock

No dia 11 de julho, a Casa Durval Paiva comemora 30 anos com grande festa no Versailles Recepções. A instituição referência no acolhimento a crianças e adolescentes em tratamento oncológico ou doenças hematológicas crônicas reúne toda sociedade, a partir das 20h, em evento all inclusive, pilotado por Bebeto Torres e Simone Silva, que terá renda revertida para os projetos da instituição.

A noite será embalada por um lineup musical diversificado, entre eles, Rebekka Martins, cantora profissional e musicista autodidata, que atua, desde 2001, nos palcos dos estados de Pernambuco, Rio Grande do Norte, Paraíba, Alagoas e Sergipe, onde mantém um cativo público e renome em sua profissão.

Pernambucana de nascimento, Rebekka tem um repertório que navega pelo pop rock internacional e nacional. Sua carreira musical teve início como integrante da banda Pandemia, em 2001, seguida pela banda Estrógeno, em 2003, onde possui parcerias de músicas autorais registradas em um CD gravado em 2004.

Contudo, foi na carreira solo, que Rebekka obteve seu maior êxito e realização e, por esse motivo, este tem sido o foco principal de sua carreira, com shows realizados em grandes casas nordestinas e eventos. Seus trabalhos são marcados por um repertório variado que cona com canções de Amy Winehouse, Adele, Billie Elish, Gun’s Roses, Coldplay, Bruno Mars, Marisa Monte, Vanessa da Mata, Alceu Valença, dentre outros. Seu principal ponto forte é o pop e rock!

Os passaportes para a festa de 30 anos da Casa Durval Paiva já estão disponíveis e podem ser adquiridos na Tota Tabacaria, em Petrópolis, e na Casa Durval Paiva, ao preço de R$350.

Serviço:
O quê: 30 anos da Casa Durval Paiva;
Quando: 11 de julho de 2025, às 20h;
Onde: Versailles Recepções;
Acessos: R$350 (Tota Tabacaria e Casa Durval Paiva);
Destaque: All inclusive (Espumante, Whisky Old Parr e drinks | Buffet Versailles) e manobrista.

 

Comentários (0)

Nenhum comentário recente.

Compartilhar artigo:
A- A+

APER participa de missão internacional e visita maior usina solar do mundo

A Associação Potiguar de Energias Renováveis (APER) integrou a Missão Sebrae SNEC 2025, uma jornada estratégica realizada de 7 a 18 de junho, com destino à China e aos Emirados Árabes Unidos. A comitiva participou da maior feira mundial do setor, em Xangai, e encerrou a missão com visitas técnicas em Dubai, incluindo a maior usina solar do planeta.

Representaram a APER o presidente Williman Oliveira, o vice-presidente Kaio César Medeiros e o diretor de Relações Institucionais, Cássio Maia. Também compuseram a delegação o superintendente do Sebrae/RN, Zeca Melo, a consultora Lorena Roosevelt e Rodrigo Sauaia, presidente da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR).

Em Dubai, a agenda incluiu três visitas técnicas voltadas para soluções sustentáveis e inovação. “Conhecemos uma grande usina solar, o Museu do Futuro e uma estrutura altamente eficiente em um dos maiores shoppings do mundo”, destacou Williman Oliveira.

O ponto alto da missão foi a visita ao Centro de Inovação da DEWA, situado no maior parque solar do mundo, com impressionantes 3,2 gigawatts de potência instalada. “Esse parque já supre 23% da demanda energética de Dubai, e a meta é alcançar 100% de fontes renováveis até 2050. Uma experiência única e inspiradora”, ressaltou o presidente da APER.

A participação da APER reforça o compromisso da associação com a busca por soluções sustentáveis e com a adoção das melhores práticas globais para impulsionar o setor de energias renováveis no Rio Grande do Norte.

Foto: Divulgação

Comentários (1)

Maria de Fátima 25 jun 2025

👏👏👏👏👏👏👏

Compartilhar artigo:
A- A+

A Chuva da Hipocrisia. Por Aragão.

Enquanto Natal enfrenta problemas de drenagem, provavelmente desde a época em que o menino Câmara Cascudo perdia suas bolas de gude nas áreas alagadiças da Ribeira, a cidade enfrenta um dilúvio de narrativas.

A esquerda culpa a atual gestão, que está no sexto mês, e a direita culpa o governo do Estado, que vai para o seu sétimo ano. Como a verdade foi substituída pela conveniência, cada um defende seu lado — e não o lado da verdade. Outra coisa é que os lacradores, em busca de likes e engajamento, fazem tempestade até num copo d’água. Sugiro ao eleitor pegar um guarda-chuva para se proteger desses que falam cuspindo agressões.

— Pode tirar seu cavalinho da chuva.

Como bem falou o Blog do Dina, “nenhum deputado ou senador, seja de direita ou de esquerda, destinou um real para a drenagem de nossa cidade, por meio das emendas de 2020 até hoje” — nenhum realzinho molhado para resolver. Mas já sabem levantar o dedo, clicar em “gravar” e começar a fazer vídeos com trovões de indignação. Enquanto isso, nossa cidade segue encharcada de discursos de sempre, que só geram goteiras nas narrativas e mofo nas promessas.

As eleições estão chegando, e quem sabe vai raiar o sol para iluminar um novo amanhã, onde nossos parlamentares estejam unidos contra os eternos problemas de nossa cidade e do nosso Estado.

Foto: Vinicius Marinho

Comentários (1)

Maria de Fátima 25 jun 2025

Perfeito!

Compartilhar artigo:
A- A+

Descontrole total. A partir de 1º de Julho o Governo federal suspende a fiscalização dos combustíveis.

As políticas públicas ficam falhando a todo instante, engasgando e morrendo sem avisar. Desta vez foi a ANP — Agência Nacional do Petróleo — que vai suspender por 30 dias o Programa de Monitoramento da Qualidade dos Combustíveis. Na prática, isso significa o seguinte: se o combustível estiver adulterado, você vai descobrir sozinho — quando estiver levando seu carro para oficina.

— Seu carro vai tremer com essa notícia.

O PMQC, que deveria ser a linha de frente contra fraudes em gasolina, etanol e diesel, será paralisado.
A ANP alega falta de recursos: Segundo agência, autorização para despesas discricionárias caiu de R$ 749 milhões em 2013 para R$ 134 milhões em 2024 (-82%).

Enquanto os cortes se impõem sobre a fiscalização, os postos continuam funcionando normalmente.
Mas agora, com menos vigilância, menos fiscalização e mais liberdade para quem quer lucrar adulterando.

E o consumidor?
Fica no escuro.
Sem saber se está pagando por gasolina pura ou por um coquetel de solvente, álcool e ilusão.

É como se o governo federal dissesse, na prática:

“Não temos como garantir que o combustível que você usa é confiável. Boa sorte.”

Não é um problema técnico. É uma escolha política.
Se há dinheiro para fundo eleitoral, perdão de dívidas bilionárias e shows patrocinados com verba pública, também deveria haver para garantir que o que sai da bomba não sabote o carro, o bolso e a vida do cidadão.

O silêncio é combustível para a fraude.
E se ninguém fiscaliza, então é hora de o povo começar a fiscalizar o governo.

Comentários (0)

Nenhum comentário recente.

Compartilhar artigo:
A- A+

Natal sediará os Jogos Universitários Brasileiros — Jubs 2025.

É oficial: Natal será a cidade-sede dos Jogos Universitários Brasileiros (JUBs) em 2025. O anúncio foi feito pela Confederação Brasileira do Desporto Universitário (CBDU), em reunião com representantes da Federação Norte-rio-grandense do Desporto Universitário (FNDU), realizada em 18 de junho.

O evento, o maior do esporte universitário da América Latina, acontecerá entre os dias 5 e 19 de outubro e deve reunir mais de 6.500 atletas de todo o país.

O esporte sempre traz bons resultados — desta vez, para o turismo, a economia local e a imagem da cidade.

Foto: Internet

Comentários (0)

Nenhum comentário recente.

Compartilhar artigo:
A- A+

Ergoespirometria? Eu fiz. Corri atrás da saúde. Por Aragão.

Você já parou para pensar que, além da pressão, da frequência cardíaca e da glicemia, existe outro número que pode dizer muito sobre seu futuro — e quase ninguém presta atenção nele? É o VO₂ máximo. Parece coisa de atleta olímpico, mas não é. É coisa de gente comum que quer viver bem. E viver mais.

— Dá pra você correr atrás da sua saúde. Basta subir na esteira ou na bike.

Descobri isso recentemente. Fiz o teste. Subi na esteira, com máscara, sensores e fomos medir minha função cardiorespiratória. O exame é bem simples e em menos de 10 minutos na esteira, finalizamos — incluindo a preparação, totaliza uns 40 minutos. Meu VO₂ deu 50 ml/kg/min — o que, segundo o médico, equivale à capacidade cardiorrespiratória de alguém bem mais jovem. Um dado que, longe de me acomodar, me lembrou que saúde é como crédito: pode acabar se a gente parar de investir.

O VO₂ mede quanto oxigênio seu corpo consegue usar durante o exercício. É basicamente a sua capacidade de resistir — ao esforço, à fadiga, à velhice. O cirurgião Renato Max, que me acompanhou no exame, é enfático: “Esse número deveria ser tratado como um sinal vital assim como a pressão arterial e a frequência cardíaca.” — E ele tem razão.

Junto com o cardiologista Dr. Thiago Gabriel, eles comandam uma clínica em Natal especializada em performance e prevenção. Segundo eles, o VO₂ começa a cair a partir dos 30 anos — 10% por década. Aos 60, se nada for feito, você pode ter perdido metade da sua capacidade cardiorrespiratória. E se nada for feito ao longo prazo, com o passar dos anos, pode interferir na sua liberdade de ir e vir sem ajuda, na disposição para brincar com os netos. De subir uma escada sem parar no meio do caminho.

Mas o corpo responde. E responde rápido. Um programa de atividade física bem orientado pode aumentar o VO₂ em até 30% em apenas três meses.

Dr. Renato costuma dizer que o VO₂ é como uma poupança física: quanto mais cedo você começar a investir, melhor será sua aposentadoria. Mas, se você já passou dos 50 anos, como eu, ainda dá tempo. E muito.

— Com os dados desse exame, um personal pode ajustar seu treino para potencializar os resultados, melhorando sua performance.

  Mede o VO₂ real

  Avalia a capacidade funcional, limiares ventilatórios e eficiência cardíaca/pulmonar

  Serve de base para montar um programa de exercício individualizado, seguro e eficaz

Além disso, estudos apontam benefícios consistentes ao aumentar o VO₂:

  Redução do risco de doenças cardiovasculares

  Prevenção de até 16 tipos de câncer

  Melhora na saúde mental e redução da depressão (British Medical Journal, 2023)

  Mais energia, mais autonomia e mais vida

O exame se chama ergoespirometria — um nome complicado para um teste simples que pode revelar muito. Em Natal, ele pode ser feito pela equipe da Ictus Cardiologia, no Manhattan Business Office. O telefone é (84) 99105-6886.

Porque viver, como eles dizem por lá, é muito mais do que apenas sobreviver.

Comentários (4)

giovanna 23 jun 2025

É feito por plano ou só particular, Marcus?

Carlos 22 jun 2025

Já vou marcar

Valéria 22 jun 2025

Muito interessante

Maria de Fátima 22 jun 2025

Bem interessante!

Compartilhar artigo:
A- A+

Quantas vezes Caim ainda vai matar Abel? Por Aragão.

Inventamos o avião a jato, o carro elétrico, a internet, o smartphone que nos entrega o mundo na palma da mão. Descobrimos a sequência do genoma, quase erradicamos a AIDS, criamos trens que flutuam, cirurgias robóticas, inteligências artificiais. Mas seguimos incapazes de controlar o mais primitivo dos nossos instintos: matar uns aos outros.

— A estupidez humana é a grande fênix da guerra. Sempre renasce.

O século XXI deveria ser sobre superação, não repetição. Não aprendemos com a história? Mas, ao que parece, toda geração precisa criar sua própria catástrofe. A diferença agora é que não precisaremos de seis anos para devastar o mundo — seis minutos podem ser o suficiente.

Todos querem prever o que pode acontecer. Mas a verdade é que ninguém pode ter a certeza. Penso que nem os líderes sabem o desfecho, estão analisando e ponderando os caminhos. Porém, uma coisa é certa, estamos caminhando para um abismo, cada dia um passo.

Analisar em retrospectiva, será mais fácil para adaptar a história ao lado vencedor. Todos os lados jogam xadrez com peças humanas e apostam na ousadia e no blefe, como se o tabuleiro aguentasse uma explosão nuclear.

É bizarro o Irã dizer que tem que exterminar Israel. Sou descendente dos Judeus que saíram de Portugal e Espanha para o Brasil — como boa parte do brasileiros — e torço pelo Estado de Israel mas sonho com o mundo unido que não precise arriscar sua existência a cada conflito.

E o Brasil? Vai com quem? Com os democratas do Ocidente ou com os regimes autoritários que batem continência para ditadores e sonham com um mundo sem Israel?

Talvez a Terceira Guerra nunca venha. Mas o mais assustador é que o comportamento que levou às duas primeiras já está aqui — em rede social, em palanques, em alianças geopolíticas que cheiram a pólvora.

Caim segue matando Abel. —Até quando?

Foto: Divulgação.

Comentários (2)

Maria de Fátima 22 jun 2025

Exatamente assim!👏👏👏👏

Alex 22 jun 2025

Já vivemos a terceira guerra, Israel agora deseja que os Estados Unidos entre de vez, assim todos os países vão entrar e aí sim, teremos a terceira guerra mundial

Compartilhar artigo: