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MÁFIA: A incrível história da Cosa Nostra no RN. Entenda. 

Como a máfia siciliana enraizou suas operações em nosso estado? Investimentos que ultrapassam 800 milhões de reais no mercado imobiliário foram realizados por meio de uma engenhosa máquina de transferir e lavar dinheiro. A Cosa Nostra deixou no Rio Grande do Norte um rastro de golpes milionários, fraudes cartorárias, corrupção, grilagem de terras e dois assassinatos. Bem que poderia ser o roteiro de um filme policial, mas é um artigo que você começa a ler agora.

Era quase noite em Palermo, capital da Sicília, quando dois jovens, um deles com uma faca, entraram em uma pequena loja de produtos de limpeza na Via Altofonte. Depois de renderem os funcionários, os assaltantes levaram 4,5 mil euros que estavam na caixa registradora. Era 29 de agosto de 2019. Cinco dias depois, no mesmo horário, novo roubo na mesma loja: dois rapazes, fingindo estarem armados, levaram mais 2,8 mil euros.

O caminho natural do dono da loja seria procurar a polícia. Mas não foi o que aconteceu. Francesco Paolo Bagnasco preferiu telefonar para Giovanni Caruso, um membro da Cosa Nostra, organização mafiosa que desde o século XIX controla boa parte das relações socioeconômicas na Sicília. Ao analisarem imagens captadas por uma câmera de vídeo, os mafiosos identificaram três assaltantes (um deles havia participado dos dois roubos).

Na tarde de 7 de setembro, quatro dias após o segundo assalto, os três ladrões foram sequestrados e levados para um galpão. Caruso notificou o seu chefe, Giuseppe Calvaruso, bem como o dono da loja, e os três foram até o cativeiro, onde assistiram ao brutal espancamento dos assaltantes. Horas depois, Caruso descreveu, para outro membro da máfia, a face de um dos assaltantes, dizendo que parecia uma “peneira”. O dinheiro roubado foi devolvido a Francesco Bagnasco.

Sete meses depois, em abril de 2020, Bagnasco e outros cinco empresários recorreram a Calvaruso para adquirir nove partes de um grande armazém. Coube à máfia afastar outros pretensos concorrentes na compra do imóvel. Em troca, a Cosa Nostra exigiu uma taxa total de 90 mil euros – 40 mil a serem pagos apenas por Bagnasco por ele ter adquirido quatro partes do armazém. Foi a vez do empresário e seus sócios sentirem na pele a ira da máfia palermitana.

Em telefonema captado pela polícia italiana, Calvaruso ordenou que Caruso exigisse o dinheiro dos empresários antes que o negócio fosse formalizado em cartório. “Não tenha piedade”, disse o chefe. Bagnasco pagou, mas apenas uma parte – 15 mil euros. Em dezembro de 2020, Calvaruso reforçou as ameaças. “Se eles não me derem o dinheiro, tudo pode acontecer”, disse a Caruso. Em fevereiro de 2021, duas semanas antes da formalização do negócio no cartório, o chefe mafioso aumentou o tom das ameaças. “Se alguém ousar fazer a escritura sem ter pagado, não deixe ir ao cartório e meta um revólver na boca dele”, ordenou. Calvaruso falava de um lugar muito distante de Palermo, do outro lado do Oceano Atlântico – mais precisamente, de Natal, no Rio Grande do Norte.

Parte do dinheiro extorquido dos empresários custeou as despesas de familiares dos membros da Cosa Nostra que estão presos. Outra parte foi enviada ao Rio Grande do Norte, onde, ao longo de dezessete anos, sob o comando de Calvaruso, a máfia siciliana investiu 800 milhões de reais no mercado imobiliário por meio de uma engenhosa máquina de transferir e lavar dinheiro. Durante esse tempo, a Cosa Nostra deixou no estado nordestino um rastro de golpes milionários, fraudes cartorárias, corrupção, grilagem de terras e dois assassinatos.

Giuseppe Calvaruso tem cabelos castanho-claros, repartidos ao meio, e baixa estatura, o que lhe rendeu o apelido, entre os mafiosos sicilianos, de u curtu (o curto, literalmente, ou o baixote). Em 47 anos de vida, a maior parte atuando como empresário da construção civil, adquiriu o respeito da cúpula da Cosa Nostra, sobretudo depois de ter ajudado na fuga de Giovanni Motisi, no fim dos anos 1990. Motisi foi um dos mais sanguinários assassinos de aluguel de Salvatore “Totò” Riina, mafioso que aterrorizou a Sicília e foi o mandante dos assassinatos, em 1992, dos juízes Giovanni Falcone e Paolo Borsellino, responsáveis pelo Maxiprocesso de Palermo. Em 1993, Riina foi preso. Morreu em 2017, aos 87 anos.

Cada município da Sicília (ou, no caso das maiores cidades, cada bairro ou distrito) possui um líder mafioso, chamado capomandamento (mandamento é uma região controlada por determinado clã criminoso). Antonino Rotolo, o capomandamento de Pagliarelli, está preso desde 2006. Quem o substitui desde 2015 é Calvaruso, mas na condição de “regente”, como se chama o líder temporário. Em conversa interceptada pela polícia italiana, o regente disse ter à disposição cerca de 1 bilhão de dólares para investir.

Em fevereiro de 2009, Pietro Ladogana, um homem alto de queixo anguloso que, para a PF, era testa de ferro da Cosa Nostra, desembarcou em Natal. Na capital potiguar, ele fundou três empresas do ramo imobiliário, com um capital social total de 3,8 milhões de reais, e casou-se com Tamara Maria de Barros. A brasileira seria usada como laranja pelo italiano, que colocou no nome dela boa parte dos imóveis que adquiriu. 

Mas Ladogana também começou a grilar terras com o uso da violência. Chegou a criar uma milícia formada por policiais militares para expulsar moradores em Extremoz, município na Região Metropolitana de Natal, onde contava com a ajuda do então tabelião do cartório local e ex-prefeito João Soares de Souza, e de servidores da prefeitura para falsificar documentos que garantissem a posse dos imóveis. Quando o então secretário de Tributação de Extremoz Giovanni Gomes contrariou os interesses do esquema, Ladogana ordenou que um dos PMs de sua milícia, Alexandre Douglas Ferreira, “desse um susto nele” – como a mulher do mafioso contou à Polícia Civil. Gomes levou um tiro de raspão na perna quando saía da festa de formatura do filho, em uma noite de agosto de 2013.

No caso de outro desafeto, o desfecho foi trágico. O empresário italiano Enzo Albanese, que dirigia um time de rugby em Natal e não tinha relações com a Cosa Nostra, descobriu as fraudes fundiárias de Ladogana, bem como desvios de parte do dinheiro da máfia para o próprio bolso, e ameaçou denunciar tudo à polícia. Em março de 2014, Albanese foi ameaçado de morte, caso ousasse delatar seus esquemas. Mas ele não recuou. Em 2 de maio do mesmo ano, ele fechava o portão de entrada de sua casa quando o policial Ferreira se aproximou em uma moto e atirou. O italiano morreu no local. Um mês depois, a Justiça de Natal decretou a prisão preventiva de Ladogana, que foi detido no aeroporto de Roma, onde tentava embarcar para o Brasil com 120 mil euros escondidos na roupa. Acabou liberado meses depois, na Itália, e ficou no país natal. Tempos depois, recebeu uma pena de catorze anos de reclusão, que ele cumpre na penitenciária de Alcaçuz, no Rio Grande do Norte. Ferreira não chegou a ser julgado – a Justiça o considerou inimputável, depois que foi diagnosticado com esquizofrenia.)

Em 2016, Calvaruso iniciou o processo de troca do operador da lavanderia de dinheiro da máfia no Brasil. Recorreu então ao empresário Giuseppe Bruno (foto no início do artigo), cuja família lavava dinheiro para a máfia desde os anos 1990 na construção civil da Sicília, de acordo com a polícia italiana.

Em Natal, Bruno e Calvaruso investiram 830 mil euros na compra de novas áreas nos arredores de Natal, inclusive uma fazenda que seria transformada em loteamento com perspectivas de ganhos milionários. “Gostaria de salientar que estamos falando de 180 hectares, onde há a possibilidade de construir cerca de 7.500 casas, que por 100 mil reais são 750 milhões de reais de faturamento, com um lucro residual de mais de 50%…”, escreveu Bruno, por e-mail, a um integrante da máfia na Sicília. No total, segundo o Ministério Público Federal, a máfia adquiriu 76 imóveis no Brasil.

Certo dia, em um shopping de Ponta Negra, local abastado da cidade, Bruno conheceu Sara da Silva Barros, de 37 anos de idade. Logo, ela se tornaria não só a mulher de Bruno, como sua testa de ferro preferida, já que não tinha antecedentes criminais. “Sara é cem por cento limpa”, escreveu ele para Calvaruso, por WhatsApp. Foi em nome dela que Bruno e Calvaruso montaram a pizzaria e cafeteria Italy’s, na orla de Natal. 

O policial e advogado Carlos Menezes conheceu Bruno em 2016, quando o italiano e Nino Spadaro foram até a Delegacia de Apoio e Assistência ao Turista (Deatur), em Natal, onde o então agente trabalhava, para fazerem um boletim de ocorrência contra João Soares de Souza, tabelião do cartório de imóveis de Extremoz, e seu filho, Gustavo Eugênio Costa de Souza. Segundo Bruno, o tabelião e o filho haviam falsificado a escritura de uma área de 29 hectares adquirida pela empresa Tecnobloco Construções Ltda., da qual o italiano se dizia sócio e procurador, para revendê-la a terceiros por 16 milhões de reais.

Por causa do alegado prejuízo pela perda do terreno, Bruno e Spadaro passaram a pressionar o tabelião, que se comprometeu a pagar 1,2 milhão de reais e a entregar outra área a eles. Mas Souza só pagou 150 mil reais, e os italianos descobriram que os documentos da área oferecida eram falsos.

Na discussão com os italianos, o tabelião ameaçou Bruno e seu advogado com um revólver, dentro do cartório de Extremoz, o que motivou um segundo boletim de ocorrência contra Souza, agora por ameaça, registrado pelo então policial Menezes no fim de 2017, na mesma Deatur. A aproximação com o policial fez com que este fosse convidado a trabalhar como segurança para a viagem que a mãe de Bruno fez da Itália ao Brasil.

Em março do ano seguinte, Souza e o filho foram denunciados à Justiça por estelionato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro, acusados de uma série de fraudes documentais. Souza morreu um mês depois, de causas naturais. Gustavo, seu filho, foi absolvido. Sem saída, Bruno ingressou com ação na Justiça contra o tabelião e o filho, e a 1ª Vara de Extremoz condenou o espólio de Souza e também Gustavo a indenizarem Bruno em 22 milhões de reais.

Retornando ao Brasil em 2019, Calvaruso, regente da Cosa Nostra, acelerou os investimentos da máfia. Concluiu a construção de uma casa dentro de um resort em Bananeiras, interior da Paraíba; comprou dois apartamentos em Cabedelo, município vizinho a João Pessoa; adquiriu duas empresas em Natal (uma delas dona de imóveis avaliados em quase 4 milhões de reais, no total) e fundou a pizzaria Italy’s. 

Em 2021, os primeiros policiais italianos desembarcaram em Natal para rastrear o patrimônio amealhado pela máfia e seguir de perto os passos de Giuseppe Bruno.

No ano seguinte, em maio, o governo italiano decidiu solicitar formalmente um acordo de cooperação com o Ministério Público Federal (MPF) brasileiro para “a obtenção de dados confiáveis sobre rastreabilidade dos grandes fluxos financeiros movidos da Itália para o Brasil e informações sobre bens atribuídos a Giuseppe Calvaruso e outros”. A investigação do MPF, da PF e da Receita Federal, iniciada em outubro de 2022, não só confirmou os dados já investigados desde a Itália como encontrou novas suspeitas sobre o patrimônio do trio Calvaruso-Ladogana-Bruno no Rio Grande do Norte. 

Em novembro de 2023, a PF encaminhou à Justiça os pedidos de prisões preventivas e de buscas. Em poucas semanas as requisições foram acatadas pela 14ª Vara Federal de Natal, mas a operação tinha de ser deflagrada ao mesmo tempo no Brasil e na Itália, onde havia outros participantes do esquema mafioso. A Justiça italiana demorou a conceder os pedidos de prisão (só o fez em agosto de 2024).

Bruno foi preso na manhã de 13 de agosto de 2024. No mesmo dia, a Direção Distrital Antimáfia de Palermo prendeu na Itália a mãe dele, Rosa Simoncini. No Brasil, nove pessoas, incluindo Calvaruso, Bruno e sua ex-mulher, Ladogana, sua ex-mulher, Tamara Barros, e a atual, Regina Souza, são réus em ação penal, ainda não julgada, na 14ª Vara Federal de Natal, acusados de associação criminosa e lavagem de dinheiro. Em dezembro passado, o inquérito da polícia italiana seguia em andamento.

O advogado de Calvaruso na Itália, Michele Giovinco, disse à revista piauí que a Justiça ainda não provou a responsabilidade do réu na suposta extorsão aos compradores do armazém na via Altofonte, em Palermo, nem na lavagem de dinheiro na compra e venda de imóveis no Brasil. “Não há provas processuais nas investigações italianas de transferência de dinheiro de Hong Kong ou Cingapura, nem para a Itália e nem para o Brasil”, afirmou.

Em nota, a defesa de Ladogana informou apenas que o patrimônio dele no Brasil “foi adquirido com muito trabalho” e que o empresário nunca teve envolvimento com a Cosa Nostra. Nino Spadaro não quis se manifestar. A defesa de Bruno não foi localizada.

A última ponta solta dos esquemas da máfia siciliana no Rio Grande do Norte é o assassinato de Carlos Antonio Lopes da Silva, o taxista que se tornou laranja de Pietro Ladogana e era dono formal de duas empresas e de dezenas de imóveis no estado. Mesmo depois da prisão do italiano, em 2019, Silva continuou próximo dele – era uma das pessoas autorizadas por Ladogana a visitá-lo na prisão em Alcaçuz.

Na noite de 1º de março de 2023, Silva dormia em sua casa no bairro Pitangui, em Extremoz, com a mulher e as duas filhas do casal, quando ouviu a porta da entrada sendo arrombada. Pegou um bastão e conseguiu atingir um dos invasores, mas acabou levando sete tiros de pistola de outro criminoso. Morreu ao lado da sua cama.

A principal suspeita da polícia é que Silva tenha sido morto a mando de um empresário potiguar que teria grilado parte dos terrenos da Cosa Nostra no estado. Responsável pelo inquérito, o delegado André Kay, titular da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa de Ceará-Mirim, não revela a identidade do suspeito para não atrapalhar as investigações. Passados quase dois anos do crime, o inquérito ainda não foi concluído.

Fonte: Revista Piauí. Allan de Abreu.

Comentários (1)

Carlos 27 fev 2025

😱😱😱

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Carnaval, sim! Mas sem farra com dinheiro público. Por Aragão.

Festas faraônicas de Carnaval sempre me pareceram uma forma de o poder público fantasiar o cidadão de feliz. Fazem, literalmente, um Carnaval com o nosso dinheiro. Mas sabemos que não temos tantos motivos assim para comemorar.

Não que o Carnaval seja culpado pelos nossos problemas — claro que não. Pode estimular o turismo e o comércio. Mas é intolerável que rios de dinheiro sejam gastos com folia enquanto há escassez enorme na saúde, na educação, no saneamento e na segurança. Se uma cidade quer oferecer alegria real, deve conter os grandes excessos no Carnaval e direcionar a verba para solucionar nossos verdadeiros problemas — escolas, postos de saúde, ruas, calçadas e tantas outras prioridades.

— A alegria deve ser sem limites. O orçamento com festas, não!

Este é um bom momento para que a gestão municipal mostre que está no caminho certo, buscando a verdadeira alegria para o cidadão — promovendo um Carnaval sem excessos, adequado ao nosso momento, e investindo no que realmente importa. Aí sim, ao percebermos a cidade caminhando rumo ao equilíbrio orçamentário e seguindo uma meta de desenvolvimento sustentável, teremos motivos mais que suficientes para pularmos de alegria. Bom carnaval!

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Albanisa 26 fev 2025

Excelentes mesmo, porque o ano passado de eleição municipal, o pão e circo estiveram presentes o ano inteiro com muitas festas e shows promovidos pela PMN.

26 fev 2025

Como sempre excelente

Marilia 26 fev 2025

👏👏👏👏👏👏

Romulo 26 fev 2025

Bom dia, Amigo! Oportunas considerações… Excelente dia!!

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Nem Caiado nem Michelle. Por que Tarcísio é o melhor nome em 2026? Por Aragão.

Com Jair Bolsonaro inelegível e na iminência de ser preso, a direita pode se dar ao luxo de perder tempo fragmentando-se diante das possíveis escolhas para 2026? Alguém aqui acredita mesmo que ele não terminará preso nesse processo?

Se o objetivo é vencer e oferecer uma alternativa viável à reeleição de Lula ou à ascensão de um sucessor petista, a direita precisa de um nome que alie credibilidade, experiência e capacidade de expansão eleitoral. Esse nome existe — e é Tarcísio de Freitas.

— Michelle Bolsonaro — Apenas carisma não é suficiente

Michelle Bolsonaro, sem dúvidas, conquistou um espaço importante no imaginário da base bolsonarista. Sua defesa de pautas conservadoras e sua identidade cristã a tornam uma figura respeitada entre o eleitorado mais fiel ao ex-presidente. No entanto, ser primeira-dama e ser chefe de Estado são desafios completamente distintos.

Governar o Brasil exige habilidade para lidar com crises, experiência em gestão pública e capacidade de negociação com o Congresso. Michelle não possui nenhuma dessas credenciais. Além disso, sua candidatura teria enorme dificuldade para atrair eleitores moderados, que muitas vezes são decisivos no segundo turno.

Ao insistir na viabilidade de Michelle, Bolsonaro pode estar desperdiçando tempo e capital político que poderiam ser empregados para fortalecer um nome mais competitivo.

— Ronaldo Caiado — Um nome forte, mas com limitações

Ronaldo Caiado é um nome tradicional da direita. Médico, ruralista e ex-senador, construiu uma trajetória política respeitável e hoje governa Goiás com uma base sólida de apoio — conseguiu reduzir significativamente a criminalidade. No entanto, enfrenta um entrave jurídico significativo: foi declarado inelegível por oito anos pelo Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO) por abuso de poder político nas eleições de 2024.

Mesmo que consiga reverter essa decisão, Caiado enfrenta outro problema: seu perfil tem pouca penetração fora do agronegócio e de Goiás. Sua capacidade de agregar votos em centros urbanos e entre setores mais amplos da direita é limitada.

— Tarcísio de Freitas — Vinde a mim os isentões!

Dentre os nomes disponíveis, Tarcísio de Freitas se apresenta como a melhor opção da direita para 2026. Com um histórico técnico e administrativo incontestável, ele reúne características que poucos candidatos podem oferecer.

Além disso, possui grande capacidade de expansão eleitoral — e é aqui que entra o voto dos moderados. O termo “isentão” deveria ser abolido e substituído por “moderado”, pois a direita precisa se tornar atrativa para esse grupo que pode decidir uma eleição.

Pois bem, Tarcísio consegue conquistar esses eleitores com mais facilidade — e sem eles, é quase impossível vencer uma eleição presidencial.

— Não basta vencer as eleições, é preciso fazer o Brasil renascer

Tarcísio tem experiência de gestão pública, algo que se tornou ainda mais evidente durante sua passagem pelo Ministério da Infraestrutura, onde entregou projetos estruturantes e consolidou sua credibilidade nacional. Como governador de São Paulo, vem mostrando governabilidade e pragmatismo, mantendo uma gestão equilibrada e eficiente.

Além disso, sua capacidade de diálogo com o setor produtivo é um ativo valioso. Empresários e investidores enxergam nele um líder confiável, o que fortalece seu apelo econômico e amplia sua aceitação além da base bolsonarista tradicional.

— Vamos continuar perdendo tempo com disputas internas enquanto a esquerda segue unida?

Comentários (3)

Ricardo 25 fev 2025

Concordo plenamente.

Ricardo Cunha 25 fev 2025

Parabéns pela clarividência do texto.

Ricardo Cunha 25 fev 2025

Concordo plenamente. Em gênero, número e grau 👏👏👏

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O Brasil é uma Carreta Sem Freios: O Desrespeito Mata Médico no Trânsito. Por Aragão.

Hoje, uma mãe perdeu um filho. Uma esposa perdeu um marido. Filhos perderam um pai. Amigos perderam um amigo. Entre tantas perdas, todos nós perdemos como sociedade.

Mais um ciclista morto pedalando pelas ruas de Natal, esmagado por uma carreta. Amanhã, poderá ser qualquer um de nós — ciclistas, pedestres ou motoristas.

— O que aconteceu não foi um acidente. Foi uma consequência.

Aqui, não se respeita o ciclista, que sai para treinar ou ir ao trabalho e volta em um caixão. Não se respeita o pedestre, que precisa correr para atravessar a faixa. Não se respeita o motorista, que paga impostos caros para trafegar em estradas esburacadas.

O problema não é apenas a imprudência. É a cultura da impunidade, que transforma vidas perdidas em estatísticas frias nos mais variados segmentos. Se pensarmos bem, no Brasil não se respeita o consumidor, não se respeita o eleitor, não se respeita o contribuinte. Resumindo, não se respeita o cidadão.

As leis de trânsito são claras. O Código de Trânsito Brasileiro diz que o ciclista tem prioridade sobre veículos maiores. Mas, na prática, a lógica é inversa: o menor que saia do caminho, o maior que passe como quiser.

Quem pedala em uma cidade brasileira sabe que está vulnerável. Motoristas ignoram a distância mínima de segurança, fecham ultrapassagens e aceleram como se a pressa justificasse a indiferença.

— A Impunidade Nos Torna Cúmplices

Se um motorista atropelar um ciclista hoje, o que acontece? Talvez um boletim de ocorrência, algumas manchetes e, em poucos dias, tudo volta ao normal. A cada ano, milhares morrem no trânsito, e quantos motoristas realmente respondem por isso?

E quando um caso como o de hoje acontece, a indignação dura até o próximo atropelamento. Cada vez que um ciclista morre, a manchete se repete. Cada vez que um motorista foge sem prestar socorro, a história se repete O motorista de hoje não fugiu, mas, geralmente, fogem.

O trânsito brasileiro não é caótico por acaso. Ele reflete exatamente o que somos como sociedade. Quantos Araken Britto teremos que perder para evoluirmos como nação?

Comentários (10)

Marcelo 25 fev 2025

Faz todo sentido seu desabafo é vc foi cirurgico em sua abordagem - falta de educacao, respeito é um largo amparo dá impunidade que comeca no topo!

Julio Costa 25 fev 2025

Triste realidade !

jorge 24 fev 2025

Brilhante o seu artigo ! O caos é aqui, no Brasil

Marcelo 25 fev 2025

Faz todo sentido seu desabafo é vc foi cirurgico em sua abordagem - falta de educacao, respeito é um largo amparo dá impunidade que comeca no topo!

Jedra 24 fev 2025

Nós co Muito oportuno comentários sobre riscos de pedalar no único local disponível - ruas e estradas. Enquando os políticos dão pedaladas nas emendas parlamentares enriquecendo e “lavando a burra”

Ronaldo 24 fev 2025

Perfeito, uma triste realidade da nossa sociedade ! Não valoriza o maior bens, que é a Vida.

Albanisa 24 fev 2025

Até quando vamos continuar "banalizando" esses fatos ocorridos, cada vez mais, em nossos dia a dia. Que lástima!

Paulo Ferraz 24 fev 2025

Carro, moto, caminhão, ninguém respeita ciclista. Acha que alí vai um monte de alumínio e não uma vida. Lamentável. Os carros, motos, caminhões, desviam de um buraco, param em uma lombada, mas não respeitam a distância mínima de segurança nem a velocidade mínima recomendada

Marília 24 fev 2025

Excelente artigo. Absurdo esse acontecimento.

Carlos 24 fev 2025

Absurdo. Perda enorme para todos nós.

Sabrina 24 fev 2025

👏👏👏👏👏👏

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Márcio Rêgo e Carla Karini — Uma nova Unimed está chegando. Por Aragão.

“As pesquisas nos colocam em plena vantagem — isso é ótimo. Mas a melhor pesquisa acontece quando encontramos os médicos cooperados nos hospitais, clínicas, consultórios, centros cirúrgicos e nos unimos no sentimento de otimismo pela certeza da mudança que se aproxima. São centenas de mensagens de entusiasmo que recebemos, até de quem nunca esperávamos. Não existe clima de ‘já ganhou’, mas, a cada dia, a certeza da vitória se torna mais tranquila — é a onda da mudança chegando.” — afirmou um médico cooperado.

— O forte diferencial é que a Chapa 2 não tem apenas uma campanha, tem uma causa: trabalhar por uma Unimed livre, democrática e transparente. 

Somente a união que se forma em torno dessa causa tem encorajado o desafio ao poder estabelecido, que parece tão decidido ao continuísmo no controle absoluto dos rumos da Unimed. A gestão atual tem demonstrado não medir esforços para que isso se viabilize.

Até que ponto esse “sentimento de posse” pode ser benéfico para a Unimed? Sua presença na Chapa 1 não seria um terceiro mandato velado? — É preciso mudar isso.

O atual presidente implantou o Conselho de Ética e achou por bem fazer parte do conselho e, ainda, achou por bem também escolher os outros dois participantes. O presidente não deveria se abster? Como um órgão pode ser imparcial sob tais condições? — É preciso mudar isso.

Falando em ética, você, médico cooperado, vem percebendo a mídia atual da Unimed como uma propaganda quase explícita da Chapa 1? A prestação de contas se confunde com uma campanha publicitária pró-Chapa 1? — É preciso mudar isso.

E tem mais. Seria ético o aumento na remuneração para algumas especialidades médicas justamente às vésperas da eleição? Os reajustes não deveriam ocorrer independentemente de eleições? — É preciso mudar isso.

É condizente com uma gestão sensata e equilibrada inaugurar um hospital com vários andares vazios, sacrificando a saúde financeira da Unimed? — É preciso mudar isso.

A propaganda da Chapa 1 insiste em mostrar tanta pujança financeira. Então, o que justifica as tabelas de especialidades e procedimentos dos cooperados estarem tão desatualizadas? — É preciso mudar isso.

É preciso mudar tanta coisa. O médico cooperado sabe que esperou oito (8) longos anos da gestão atual para ter a justa valorização e a redução dos custos administrativos. É justo receber novas promessas para atender antigas demandas? Demandas proteladas que nunca foram prioridade, pois, se assim fossem, não seriam proteladas.

— Não se pode pensar em mudança e em continuísmo ao mesmo tempo — é um contrassenso.

O curioso é que a chapa de Ricardo Queiroz, que representa a situação e o continuísmo, está apresentando propostas de oposição claramente inspiradas nas da Chapa 2, que é a verdadeira oposição. Este é mais um contrassenso que só prosperaria se o cooperado fosse ingênuo.

— Qual a mensagem os cooperados passarão às futuras gestões no dia 31 de março quando votarem na Chapa 2? Se não houver valorização, isonomia e transparência, nós mudaremos!

Uma das maiores mudanças da nova Unimed é que a gestão proposta por Márcio Rêgo será democrática e para todos! Apesar das dificuldades inerentes a uma disputa tão desigual, quando assumir a direção, fará uma gestão plural, pois não vê inimigos, apenas adversários momentâneos que hoje disputam a eleição, mas que amanhã devem trabalhar juntos pelo futuro da Unimed. — Isso faz a diferença.

É possível fazer uma nova Unimed livre, democrática e transparente por meio de propostas que valorizem o cooperado, reduzam os custos administrativos e garantam uma gestão plural?

— “Yes, we can!”

Comentários (9)

Pedro Paulo 23 fev 2025

É preciso mudar isso! 👏👏👏👏

Albanisa 23 fev 2025

Sim, nós pudemos! Muda UNIMED!

Alex 23 fev 2025

Liberdade, democracia e transparência em uma mesma frase, já me deixa preocupado a vaidade do ser humano e a sede de poder prova o contrário. O melhor que poderia acontecer, ninguém votar e realmente fazer mudanças na cooperativa, com a formação de um conselho independente e a criação em comum acordo de um administrador para tocar a empresa com metas a ser realizadas. Tipo um modelo, onde tem o primeiro ministro e um presidente, cada um com a suas atribuições!

Giovanna 23 fev 2025

👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼 Disse tudo! Excelente reflexão.

Kleber 23 fev 2025

Queremos mudança.

Fe 23 fev 2025

Esclarecedor. Ta na hora de votar certo. 👏👏👏👏

Carlos 23 fev 2025

Yes, we can!

Chico 23 fev 2025

Excelente

Marilia 23 fev 2025

👏👏👏👏👏

Carlos 23 fev 2025

Yes, we can!

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Luciano Huck, e a luta contra o câncer de Luiz Eduardo? Por Aragão

Sensacional a mobilização de Luciano Huck para ajudar Jonny. Já arrecadou mais de R$ 110.000,00 e um carro elétrico 0km — louvável essa comoção para ajudar o próximo. Minha sugestão é ampliarmos essa corrente de solidariedade para apoiarmos, também, outro potiguar que trava uma luta contra o câncer e contra o tempo.

Como Luciano Huck é uma influência nacional e um simples vídeo mobiliza todo o país, não posso deixar de pedir ajuda para Luiz Eduardo Valle — que vem apanhando feio em uma luta desigual e potencialmente mais destrutiva e mortal contra o câncer no pulmão.

Uma luta sem fim que já se arrasta há anos. Primeiro, Luiz foi gravemente atingido nos pulmões, depois nas costelas, na cabeça e agora nos ossos. Esse martírio sem fim só pode ser aliviado através do remédio Everolimo 10mg, que custa em torno de R$ 12.000,00 a caixa — a compra deve ser mensal. Outra batalha que Luiz Eduardo Valle enfrenta é contra o atraso da UNICAT em liberar essa medicação. A Justiça já deu ganho de causa, mas o governo parou de liberar.

— Quem luta pela vida não pode esperar.

Qualquer um de nós pode ajudar pelo PIX 84 99945-0789 (Luiz Eduardo Correia Valle).

Vamos todos juntos — eu, você e Luciano Huck — ajudar a dar pelo menos esperança a esse guerreiro que luta pela vida.

Comentários (5)

Maiza 23 fev 2025

👏👏👏👏👏

Jair Lourenço 22 fev 2025

👏👏👏👏👏👏👏

Agostinho 22 fev 2025

Excelente publicação!!! Todos abracem a causa. É um descaso gigantesco contra a vida humana. Mas, passeios de secretários pela Europa e outras coisas mais tem dinheiro de sobre. Isso é um absurdo contra um ser humano.

Alex 22 fev 2025

Infelizmente por uma porcaria de país, onde o seu próprio povo do responsável, estamos a onde estamos, executivo, legislativo e judiciário podres, corruptos, sem contar o quarto poder, as melancias! Estou na mesma situação com um familiar, precisando de uma duas cirurgias, uma rápida precisa fazer urgente, cadê o dinheiro, 7 mil Reais, isso se correr tudo bem a outra mais de 100 mil reais, já com advogado pra buscar na justiça fazer pelo SUS o mais rápido possível. Isso é o retrato do povo brasileiro, semana passada uma senhora na UPA de Parnamirim, aguardando vaga para uma cirurgia, ela está com um cálculo no rim, muito grande, precisando da cirurgia, e nada, várias desculpas para ir pro Walfredo Gurgel para fazer a cirurgia. Enfim, quando o povo (se acordar) começar a da uma surra nestes 3 cânceres no país, nada vai ser resolvido. A protesto pacífico, uma ova, só resolve de um jeito, porque infelizmente o povo e necio, no geral em todas as esferas!

Jorge 22 fev 2025

Excelente sugestão, Marcus ! 👏🏼👏🏼👏🏼👏🏼

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A Briga. Por Aragão

Nem as lutas de Tyson ou Popó mobilizaram tanto nossa cidade quanto esta entre o praticante de jiu-jitsu e o motoboy. Antes de começar o artigo, quero deixar claro que o lutador errou, pois a violência não é uma opção — sugiro ao caro leitor reler essa frase para que não esqueça até o final da leitura.

Como todos nós somos defensores da paz, independentemente de sexo, cor, religião ou condição social, tenho certeza de que nos uniremos ao longo deste texto. Ora, já concordamos que o Vitor errou, pois, independentemente do que o motoboy fez ou deixou de fazer, um erro não justifica o outro. E, em decorrência disso, estimularmos a violência seria cometer o mesmo erro do Vitor. Ao meu ver, quebrar o portão do prédio que não é de Vitor, e, mesmo que fosse, ainda assim, é uma manifestação de violência, e todos nós, defensores da paz, condenamos. Manifestações de ódio na internet também não condizem com um movimento pacífico.

Acho importante registrar que a terceirização da culpa do Vitor para quem quer que seja é injusta, inclusive para uma academia. Afinal, culparemos as faculdades de direito se um advogado se tornar corrupto? Condenaremos as escolas de tiro se algum aluno, por ventura, cometer algum crime com sua arma? Ou ainda, processaremos o restaurante onde um cliente bebeu antes de dirigir? Não! Seria injusto. Enfim, somos adultos e devemos responder pelos nossos atos. A academia desligou o aluno e isso é suficiente.

— Vamos ajudar o motoboy Jonny.

É espetacular a mobilização de todos para ajudar o Jonny na vaquinha virtual que o Luciano Huck lançou recentemente — já ultrapassou os 100 mil reais. Isso é sensacional, espero que seja só o início. Ele merece e é sempre gratificante poder ajudar quem precisa. Por outro lado, a escalada da polêmica para acabar com a vida profissional do Vítor pode ser um exagero, um excesso. Vitor errou? Sim! Por isso mesmo está sendo processado. Certamente pagará na justiça pelo erro e também perante a sociedade, através da grande exposição.

— Não queremos caça às bruxas. Queremos justiça.

O caso foi amplamente noticiado na mídia, já foi realizado exame de corpo de delito e colhidos depoimentos de ambas as partes. O processo deve correr naturalmente e, com a comoção nacional, não há possibilidade de ficar impune. Entretanto, essa pressão pelo cancelamento do Vítor começa a se tornar uma extensão da briga. Está na hora de lutarmos pela paz, de focarmos no que interessa, que é ajudar o Jonny. Vitor errou e pagará na justiça por isso. Lutar para prejudicar sua profissão significaria ampliar a briga e atingir também sua família — que é totalmente inocente e não merece pagar por isso. A paz que queremos no mundo depende de todos nós.

— Vamos em paz e que o Senhor nos acompanhe.

Comentários (15)

Milena 20 fev 2025

Perfeito! Coerente em tudo, parabéns.

Sandra Rufino 20 fev 2025

Parabéns, falou tudo!!👏🏼👏🏼👏🏼

Felipe Alexandre Leite 20 fev 2025

Que o texto sensibilize os moralistas de plantão. Parabéns Aragão!

Albanisa 20 fev 2025

PAZ! É o que está faltando no mundo.

Diogo 20 fev 2025

A história é a verdade que prevalece no tempo!!! Não quer dizer que seja a real verdade! Lembrando que quem se defende não é violento se reprime violentamente injusta agressão!!!

Márlon 20 fev 2025

Excelente texto para reflexão 👏👏👏

Marcelo 20 fev 2025

Excelente artigo... talvez a pior parte de todo este acontecido seja a onda de violência que foi comentada agora. Seja ela física, verbal, digital e patrimonial. Percebe-se também, como é impressionante à velocidade com a qual uma pessoa fica famosa nos dias de hoje, graças às mídias sociais (falo sobre ambos envolvidos). Porém, o que também impressiona, chegando a ser bizarro, é como os canais de publicidade (repórteres, blogs, influenciadores, etc.), assim como advogados (os de profissão e os da Internet) abraçam uma causa deste tipo com uma única versão do ocorrido. Sabe-se que em confrontos como este, existem 3 versões: a de cada um envolvido e a verdadeira; aquela que apenas vídeos e testemunhas oculares poderão "provar".

Marco 20 fev 2025
Chico 20 fev 2025

A vida do motoboy já está feita. Vamos ter cuidado para não cairmos nas provocações pois todos vão querer ibope.

Jesus 20 fev 2025

👏👏👏👏👏

Fátima 20 fev 2025

Por mais textos assim. Vamos propagar a paz

Marília 20 fev 2025

Excelente texto. 👏

Fe 20 fev 2025

Situação muito difícil de julgamentos

20 fev 2025

Acho que os 2 erraram.

Carlos 20 fev 2025

Conheço esse rapaz e ele sempre foi tranquilo. Estranho tudo isso. Gostaria de ver as imagens desde o início.

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“Pena Justa” causa polêmica ao priorizar benefícios para detentos

O Plano Pena Justa, lançado pelo governo federal e pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) na última semana, continua gerando forte repercussão e polêmica.

A iniciativa, que propõe mudanças no sistema prisional sob a alegação de reduzir a superlotação e melhorar a ressocialização dos detentos, tem sido alvo de críticas por priorizar benefícios a criminosos enquanto a população enfrenta desemprego, inflação e uma sensação crescente de insegurança.

Entre as medidas mais controversas, o plano estabelece cotas obrigatórias para a contratação de presos e ex-presidiários por empresas que prestam serviços ao governo federal, além de permitir a redução de penas por meio de trabalho doméstico. Há ainda a flexibilização do uso de tornozeleiras eletrônicas e um pacote de incentivos para a reintegração de detentos, incluindo financiamento para educação e profissionalização.

A falta de mecanismos rigorosos de fiscalização levanta preocupações sobre o risco de que os recursos destinados ao programa acabem beneficiando facções criminosas, que controlam grande parte do sistema penitenciário.

O economista Pedro Fernando Nery apontou, em publicação na rede X, que o governo estaria “criando cotas para condenados em 60% dos contratos e permitindo a redução de pena por trabalho doméstico”, medidas que, segundo ele, chegam em um momento político crítico.

O cientista político Andrei Roman, CEO da Atlas Intel, também criticou o plano, alertando para a desconexão entre as prioridades do governo e o desejo da população.

“Diversas pesquisas mostram com clareza o que os brasileiros desejam: combater a impunidade de maneira firme e justa”, escreveu. Segundo ele, as medidas propostas pelo CNJ e pelo governo, ao invés de fortalecer a punição a criminosos, focam na redução de penas e em benefícios para detentos, o que pode ampliar a insatisfação popular e reforçar a demanda por uma política de segurança mais rígida.

Outro ponto de crítica é a inversão de prioridades. Em um país onde milhões de brasileiros enfrentam dificuldades para conseguir trabalho e educação, o Estado impõe cotas obrigatórias para detentos e financia programas exclusivos para presos.

O governo e o CNJ defendem o plano como uma tentativa de enfraquecer o crime organizado dentro dos presídios e reduzir a reincidência criminal.

O Plano Pena Justa estabelece mais de 300 metas até 2027, organizadas em quatro eixos: redução do encarceramento, melhoria da infraestrutura dos presídios, reintegração social dos detentos e monitoramento da execução penal. Estados deverão criar diretrizes próprias alinhadas à política federal, ampliando a abrangência da iniciativa.

Diante das críticas, parlamentares da oposição já indicaram que irão pressionar o governo a esclarecer como pretende evitar que o plano se transforme em mais uma porta aberta para o avanço das facções criminosas. Enquanto isso, a população segue cobrando medidas concretas para combater a criminalidade e garantir mais segurança nas ruas.

Fonte: O Antagonista

Foto: Policia Penal Paraná

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Lembrando os deputados que votaram a favor do aumento do ICMS. Por Aragão.

  • Não vou tomar muito seu tempo. Apenas devemos nos lembrar quem votou pelo aumento do ICMS. Não tem como esquecer pois a todo instante quando vamos comprar algo, é certeza que está mais caro. 

Além do mais, um estado sem memória não vale muita coisa — Um eleitor, então, nem se fala. Por isso vamos lembrar da votação inesquecível de 17 de dezembro?

Numa terça-feira de sol escaldante, os seguintes deputados fizeram o potiguar suar um pouquinho mais  — O ICMS subiu de 18% para 20% — o que equivale a 11,11% de aumento efetivo. Vale lembrar que quando o copo está cheio, qualquer gota esborrota — E todos nós estamos cheios de impostos até não poder mais.

Deputados que votaram a favor do Aumento:

Francisco do PT;

Isolda Dantas;

Divaneide Basilio;

Dr Bernardo;

Ubaldo Fernandes;

Eudiane Macedo;

Ivanilson Oliveira;

Neilton Diógenes;

Hermano Morais;

Kleber Rodrigues;

Vivaldo Costa;

Ezequiel Ferreira.

Anotou? Bem, vamos ajudar a preservar a memória da nossa gente. Compartilhe.

Foto: Eduardo Maia

Comentários (5)

Paula 19 fev 2025

Há quem os defenda. Fazendo parte das barbáries em série. Lamentável! Muitos desses oportunistas... O que eles querem mesmo? Dinheiro no bolso deles... E a população em extinção de uma moeda no bolso...

Romulo 18 fev 2025

Boa tarde, prezado! Lembranças sempre bem vindas, afinal todos os listados sem exceção mudam vestes e faces ao sabor do oportunismo continuamente… e por óbvio seguirão apoiando absurdos e os criticando ao sabor de suas ambições de momento… e quando for oportuno!

Fe 18 fev 2025

👏👏👏👏👏

Tiago 18 fev 2025

Osmar Terra, Bia Kicis, Gustavo Gayer, Nikolas Ferreira, Ricardo Sales, Marcel Van Haten, Bibo Nunes, Abílio Brunini, Zambelli.......chega. Sabem o que estes deputados federais votaram contra? Uma reforma tributária que é modelo em praticamente TODOS OS PAÍSES DESENVOLVIDOS e que resultará em ISENÇÃO DE IMPOSTOS SOBRE ITENS DA CESTA BÁSICA a partir de 2027. Já que o assunto aqui é " refrescar a memória" sobre assuntos que irão refletir diretamente no bolso do potiguar, sejamos justos... PAU QUE DÁ EM CHICO DA EM FRANCISCO

Patriota 18 fev 2025

Boa lembrança!

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Escolas off-line  — Por que celulares foram proibidos em sala de aula? Por Aragão

Por muito tempo, justificou-se o uso do celular como um instrumento pedagógico, uma forma de trazer a tecnologia para o aprendizado. Mas sejamos sinceros: quantos alunos realmente estavam assistindo videoaulas e quantos estavam no WhatsApp ou no TikTok?

O argumento da “educação digital” perdeu força quando os próprios professores passaram a perceber que os celulares estavam roubando o protagonismo da sala de aula.

Em vez de ouvirem a explicação do professor, os alunos estavam rolando a tela sem parar.

Em vez de interagirem entre si, estavam imersos em redes sociais, conversando com quem não estava ali. Em vez de enfrentarem os desafios da aprendizagem, estavam buscando respostas prontas no Google.

— Como competir com um universo inteiro dentro de uma tela?

A ciência já nos alertava há tempos. Pesquisas ao redor do mundo demonstram os impactos negativos do uso excessivo de celulares na escola:

Menos aprendizado, mais distração → Um estudo da London School of Economics mostrou que escolas que baniram celulares tiveram melhora de 6% no desempenho acadêmico dos alunos.

Menos criatividade, mais respostas prontas → Pesquisadores da Universidade de Stanford demonstraram que crianças expostas a telas excessivas têm dificuldades para interpretar expressões faciais e desenvolver empatia.

Mais ansiedade, menos interação → A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou que adolescentes que passam mais de 3 horas por dia no celular apresentam maior risco de ansiedade, depressão e dificuldades de socialização.

Lívia, de cinco anos, costuma usar o celular desde pequenininha. Começou como uma estratégia dos pais para entrete-la enquanto faziam as tarefas domésticas. Mas acabou virando hábito: todo dia, ela abre o YouTube e vê um vídeo atrás do outro.

A rotina, no entanto, começou a preocupar os pais. Não só pelo que a pequena vê no celular, mas, principalmente, pelas reações dela quando está sem o aparelho. É o que conta a mãe de Lívia, a fisioterapeuta Bruna Rosa. Pesquisas traduzem em números o problema que ela vive em casa.

“Essa irritabilidade quando acaba a bateria do celular, quando a gente tira do celular porque acabou o horário (de usar o aparelho). Ou quando não pode pegar o celular naquele momento, ou não tem como pegar o celular naquele momento. Essa mudança de comportamento dela, de ficar mais estressada, mais agitada a gente começou a perceber que talvez ela estivesse passando para um nível de vício mesmo. De vício em telas.”

Ou seja, estamos criando uma geração cada vez mais conectada também aos problemas advindos do uso excessivo dos smartphones — além de ficarem mais desconectada do mundo real.

Noventa e cinco por cento das pessoas entre 9 e 17 anos acessam a internet. A grande maioria usa o celular para isso. 24% delas começam a usar a internet antes dos seis anos. Em 2015, esse percentual era de 11%.

O ambiente escolar precisa de foco, disciplina e troca real entre alunos e professores. Não há aprendizado profundo sem atenção plena. 

A ideia de banir o uso de celulares nas escolas acompanha mobilizações semelhantes de pais nos Estados Unidos e na Inglaterra e vem na esteira da decisão de países como Holanda, Finlândia e França, que aboliram o aparelho das salas de aula.

A proibição não significa um retrocesso, mas um passo necessário para que os alunos redescubram a arte de pensar sem distrações. A forma como as escolas irão proibir deve ser combinada com pais e alunos para evitar desgastes desnecessários. 

Porque no fim das contas, não estamos apenas proibindo um aparelho — estamos tentando resgatar o que foi perdido. Porque o mundo é on e off-line — o desafio será sempre equilibrar esses dois mundos.

E você, acha que ainda dá tempo?

Comentários (9)

Felipe leite 17 fev 2025

Difícil, mas ainda dá tempo.

Ana Lúcia 17 fev 2025

Essa abstinência vem depois de qq vício q e cortado. Mas, antes tarde do q nunca. Sofre um pouco agora, pra sofrer menos depois..

Jurema 17 fev 2025

Sensatíssimo 👏👏👏

Carlos 17 fev 2025

Pela saúde dos nossos filhos 🙏

Fe 17 fev 2025

Exatamente assim. Parabéns pelo artigo

Romulo 17 fev 2025

Argumentos fortes e interessantes. No entanto, considerando a origem da ideia, o meio de efetivação do projeto, e seu desenrolar até a aprovação e efetivação, ofereço um contraponto, também fundamentado em um sem número de ocorrências nos países citados e também por aqui: até onde ficarão os alunos privados de registrar e denunciar os assédios, ideológicos e de gênero, principalmente, daqui para a frente? E como pais e efetivos responsáveis pelas condutas em sala de aula ficarão ainda mais alheios do que realmente acontece em sala de aula nestes tempos sombrios? A refletir! Feliz dia!

Maria de Fátima 17 fev 2025

Ótima e necessária proibição, as crianças estão viciadas mesmo. Nesse momento estão em abstinência, algumas nem querem ir p a escola.

Maria de Fátima 17 fev 2025

Ótima e necessária proibição, as crianças estão viciadas mesmo. Nesse momento estão em abstinência, algumas nem querem ir p a escola.

Maria de Fátima 17 fev 2025

Ótima e necessária iniciativa. As crianças estão viciadas mesmo...nesse momento ,estão em abstinência!

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