Não se trata de um patinete — É sobre nós. Por Aragão.
Em cima de uma parada de ônibus ou na beira-mar, o patinete apenas leva e traz o que está entranhado em nossa sociedade: o descaso com o que é público, a incapacidade de preservar o que é de todos, a falta de civilidade.
Ele transporta, de modo inequívoco, o que nos envergonha e só traz o atraso — a falta de educação, de moral e de honestidade. Além de nossa sociedade carecer desses valores, ela se espelha — ou é espelhada — nos políticos corruptos, que nos deixam sem saúde, sem educação, sem moradia e sem segurança. Políticos sem valores, que querem aprovar leis para descriminalizar o pequeno furto e nos deixam sem bens, sem moral, sem dignidade.
O patinete é um avanço, que pode e deve trazer lazer, modernidade e sustentabilidade, mas ele vai além e já cumpriu um papel que nem é seu — o de nos obrigar a refletir sobre o que precisa mudar e sobre o que não podemos mais aceitar sem reagir.
Subir um patinete em cima de uma parada de ônibus não é “brincadeira”. É metáfora. É o retrato de nós, que precisamos mudar se quisermos avançar como cidadãos.
Cada patinete abandonado é uma pequena confiança depositada em nós — e que provamos não merecer.
Assim como as feridas não devem ser abafadas, vamos expor as nossas através das redes sociais. Mostrar ao mundo, à luz do dia, aqueles que depredam o que é público. Só assim talvez nossa sociedade possa começar a se curar.
— Filme e denuncie o que estiver errado.
Comentários (1)
É vergonhoso que nossa cidade tenha marginais, pessoas mal educadas, que não saiba merecer a modernidade, a praticidade de coisas alheia!