A- A+

Comitê de Governança da Assembleia Legislativa se reúne para avaliação de metas

Com a presença das diretorias  que compõem a ALRN, o Comitê de Governança da ALRN se reuniu nesta sexta-feira (8), na Sala das Comissões.

A reunião acontece mensalmente a fim de avaliar as metas, tratar dos avanços e demais assuntos pertinentes na Casa.

Hoje estão sendo apresentados os resultados dos indicadores e metas de todos os setores da ALRN. Os números são relativos ao último trimeste.

O Comitê de Governança fiscaliza e avalia o cumprimento dos indicadores do planejamento estratégico implantado pela primeira vez na história do Legislativo do RN, uma iniciativa da gestão do presidente da Casa, deputado Ezequiel Ferreira (PSDB).

Comentários (0)

Nenhum comentário recente.

Compartilhar artigo:
A- A+

Alessandro Bicca. Temos um Predador entre nós? Por Aragão.

Atendendo aos inúmeros pedidos que recebi, escrevo sobre um caso que tomou as redes sociais após o relato de Geovana Almeida. No centro da denúncia está o dentista Alessandro Bicca, cuja imagem pública de profissional respeitado contrasta com a experiência que ela decidiu expor: um padrão de violência meticulosa, requinte de crueldade e dominação psicológica que choca pelo cálculo e pela frieza.

À luz do dia, um homem cordial e aparentemente inofensivo. Mas, atrás das portas fechadas — ainda de acordo com seu relato —, a violência se agravava especialmente quando consumia álcool. Geovana contou que os sinais de abuso começaram com controle disfarçado de cuidado, passando por ciúmes, manipulação e isolamento social. Disse que se afastou da família e amigos e foi convencida a deixar o trabalho. A situação escalou até culminar em episódios de extrema violência física e mental. Geovana se mudou para a Europa com apoio da família, em busca de segurança e recomeço.

— Ele desferiu socos, chutes e me sufocou por diversas vezes. Bateu forte contra minha nuca e meu rosto, relatou Geovana.

A vítima afirma que, a cada três minutos, um novo ataque acontecia — o que, pelo relato, sugere que Alessandro não agia por impulso. Não era para “acabar logo” — e sim para mantê-la em estado permanente de pânico. Essa cadência, segundo especialistas, transforma a dor física em tortura psicológica, algo que a criminologia chama de sadismo instrumental: o sofrimento como ferramenta de controle.

— Me pegou pelos cabelos e me arrastou pelo chão por 2 metros, afirmou a vítima.

Será que Geovana poderia chorar? Imagino o quanto se sentiu reduzida a uma garotinha diante de uma autoridade com comportamento sádico.

O depoimento de Geovana mostra um martírio digno de filmes sobre psicopatas: sem defesa, sem fuga, sem chance de pedir ajuda. Aqui, damos voz a Geovana e a tantas outras mulheres que dizem ter sofrido abusos. A solução para casos assim está na reação da sociedade. A imprensa expõe, a população pressiona e o Judiciário deve fazer prevalecer a justiça — sinalizando aos agressores que se mantenham na coleira, com a focinheira apertada.

— O silêncio protege o agressor. A voz protege a vítima.

Comentários (0)

Nenhum comentário recente.

Compartilhar artigo:
A- A+

Imoral. As mortes violentas cresceram 37,9% no RN. Olha aí, a violência taí. Por Aragão.

 

O Blog Marcus Aragão teve acesso aos relatórios da Polícia Civil que mostram a situação da violência em nosso estado.

— Em julho de 2025, as mortes violentas cresceram 37,9% no RN, quando comparadas com julho de 2024.

O impacto da violência molda nosso dia a dia. Vivemos assustados, muitas vezes com receio de ir e vir a lugares que antes transitávamos sem medo. Alteramos nosso trajeto, nossos horários, investimos em segurança eletrônica, mas o temor de sermos a próxima vítima não passa.

Toda noite é a mesma coisa: ruas vazias, praças sem vida e calçadas sem as senhoras conversando em frente às casas — paisagem muito comum até poucos anos atrás. Nas áreas mais residenciais, ninguém ousa sair para conversar, as crianças não brincam nas praças; só sai de casa quem precisa. É um entra e sai ligeiro, atento, olhando para os lados. É como se um alerta interno ficasse ligado 24 horas por dia.

O Estado tenta reagir, mas não consegue controlar a escalada da violência, em parte pelo déficit absurdo nas polícias Civil e Militar. Para você ter uma ideia, a Civil conta com apenas 34,83% do seu efetivo. Por que não faz mais concursos? Como vencer a criminalidade? Você entende por que a percepção de insegurança é enorme em nosso estado?

É verdade que as mortes por 100 mil habitantes diminuíram de 68,78 em 2017 para 24,23 em 2024. Foi uma conquista. Mas o crime, de forma geral, tem crescido, e a percepção de insegurança cresce junto. É preciso fazer muito mais.

— Pense e responda: você se sente seguro nas ruas do RN?

Com a economia em frangalhos, a pior nota do país no ensino médio segundo o IDEB, polícias sem efetivo nem estrutura, e um presídio federal em Mossoró, o RN se torna terreno fértil para as facções. Uma guerra silenciosa para quem vê de fora, mas real e mortal para quem vive aqui.

Nossa guerra não aparece em rede nacional. Nossa gente vive assustada e tem tombado, vítima de uma violência atroz, perpetrada por duas grandes facções, Comando Vermelho e Sindicato do Crime, que disputam território, impõem regras e estabelecem o medo como método.

— Tá tudo dominado.

Comentários (0)

Nenhum comentário recente.

Compartilhar artigo:
A- A+

Pesquisa mostra que aprovação de Paulinho Freire só cresce. Quando o político trabalha, o resultado sempre aparece.

Existe o político que vive de promessas e há o que vive de entregas.

Nos últimos meses, a gestão de Paulinho Freire coleciona resultados concretos que saíram do papel e já estão mudando o dia a dia dos natalenses:

• Fila zero nas creches: mais de 1.600 novas vagas e o fim da espera de pais e mães que lutavam por um lugar para seus filhos.

• 85% da cidade iluminada com LED: mais segurança, economia e modernização em mais de 52 mil pontos.

• Grandes obras de drenagem: 170 km de rede limpa e 17 lagoas de captação revitalizadas para enfrentar o inverno com menos transtornos.

• Mobilidade urbana: binários implantados, calçadas acessíveis, sinalização renovada.

• Eventos que movimentam a economia: Carnaval e São João somando mais de R$ 380 milhões em impacto econômico.

• Atenção à saúde: ampliação do Corujão da Saúde, telemedicina e prontuário eletrônico.

Esses avanços não são peças de marketing. São obras, projetos e ações com impacto direto na vida das pessoas.

É por isso que a aprovação de Paulinho tem crescido tanto.

Contra fatos, não há argumentos.

Comentários (0)

Nenhum comentário recente.

Compartilhar artigo:
A- A+

Complexo de Saúde Unimed amplia capacidade com nova UTI.

A Unimed Natal inaugurou, nesta sexta-feira (8), a terceira Unidade de Terapia Intensiva (UTI) adulto do Complexo de Saúde Unimed (CSU) – a UTI 5A, voltada ao perfil cardiológico e cirúrgico. Com a nova ala, o hospital passa a contar com 30 leitos de UTI adulto e quatro de semi-intensiva.

O diretor-presidente da Unimed Natal, Dr. Márcio Rêgo, destacou: “A entrega desta nova UTI reforça o compromisso da Unimed Natal em ampliar e qualificar a estrutura do Complexo de Saúde Unimed. Nosso objetivo é oferecer aos pacientes atendimento seguro, eficiente e com tecnologia de ponta, aliado à dedicação da nossa equipe multiprofissional”.

Para o diretor médico do CSU, Dr. Hermann Gomes, “é muito gratificante, para um diretor de hospital, entregar uma ala tão nobre como essa UTI, com perfil cirúrgico, para atender os pacientes da nossa Unimed. A satisfação é enorme e espero que esta seja mais uma das muitas entregas que ainda faremos, garantindo a notoriedade que o Complexo de Saúde Unimed merece”.

O diretor de Recursos Próprios da Unimed Natal, Dr. Robinson Dias, afirmou: “É um momento bastante significativo, que amplia a perspectiva de ser um divisor na qualidade da assistência que precisamos prestar na média e alta complexidade dentro deste hospital”.

A inauguração integra o plano de expansão e modernização do CSU, que investe em tecnologia, infraestrutura e capacitação de equipes para oferecer atendimento seguro, humanizado e de excelência.

Comentários (0)

Nenhum comentário recente.

Compartilhar artigo:
A- A+

Ensino Superior Privado no Brasil: Entre a Acessibilidade e a Mercantilização. Por Ronald Campos.

Em muitos cantos do Brasil, o valor de uma mensalidade em um curso de ensino superior privado
é inferior ao custo de uma escola de educação básica particular. Esse aparente paradoxo
escancara uma realidade desconfortável: estamos formando jovens no nível universitário com
investimentos que, em tese, não sustentariam sequer o ciclo fundamental de ensino. A que custo
– simbólico, social e pedagógico – estamos entregando esse diploma?

Segundo o Censo da Educação Superior 2022, publicado pelo INEP, mais de 87% das matrículas
de graduação no Brasil estão na rede privada. Ainda de acordo com o estudo, o valor médio da
mensalidade em cursos de graduação EAD gira em torno de R$ 270, cifra inferior a muitas
mensalidades de escolas particulares de educação infantil. Essa discrepância revela um modelo
que aposta em volume e custo reduzido, frequentemente em detrimento da qualidade.

A expansão do ensino superior privado nas últimas décadas foi vertiginosa. Impulsionadas por
programas como o FIES e o Prouni, além da liberação de capital estrangeiro no setor, centenas
de instituições ampliaram sua oferta, especialmente nas modalidades semipresencial e a
distância. Essa democratização numérica, entretanto, não veio acompanhada de um
compromisso uniforme com a excelência acadêmica.

Boa parte das instituições privadas opera com margens apertadas, infraestrutura limitada e um
corpo docente sobrecarregado. Em 2021, o próprio INEP apontou que mais da metade dos
cursos de graduação a distância oferecidos por instituições privadas recebeu conceito 3 ou
inferior (em uma escala de 1 a 5) no Conceito Preliminar de Curso (CPC), um dos principais
indicadores de qualidade do MEC.

Entretanto, seria injusto demonizar por completo o setor privado. Em muitos municípios
brasileiros, principalmente em regiões afastadas dos grandes centros urbanos, é ele quem
sustenta o sonho do ensino superior. Segundo levantamento do Semesp, em mais de 70% dos
municípios brasileiros com instituições de ensino superior, a única oferta disponível é da rede
privada. Enquanto universidades públicas concentram-se nas capitais ou em cidades de porte
médio, as instituições privadas marcam presença em quase todo o território nacional. Elas
chegam onde o Estado não chegou – ou não quis chegar.

É comum encontrarmos histórias de superação: jovens de famílias humildes, os primeiros a
cursar uma faculdade, mudando o destino de suas famílias graças a uma faculdade particular em
sua cidade. Ainda que a estrutura seja modesta, o acesso à formação representa uma chance
real de mobilidade social.

O desafio, portanto, não está apenas em criticar o modelo privado, mas em propor uma revisão
mais ampla do papel do ensino superior no país. O Estado precisa retomar seu protagonismo
com mais investimentos, expansão responsável da rede pública e fortalecimento das
universidades federais e estaduais. Ao mesmo tempo, é urgente redefinir com clareza as funções
e responsabilidades das Universidades, Centros Universitários e Faculdades isoladas,
especialmente no que se refere à produção científica, à pesquisa aplicada e ao compromisso
com o desenvolvimento local e regional. Cada tipo de instituição deve assumir seu papel com
coerência e responsabilidade, evitando uma homogeneização do sistema que enfraquece a
identidade e o propósito da educação superior. Por fim, é necessário estabelecer marcos mais
firmes de regulação e qualidade para o setor privado, garantindo que acessibilidade não seja
sinônimo de precarização.

O Brasil não pode aceitar um ensino superior barato como produto de prateleira nem raro como
um privilégio de elite. É necessário equilibrar o acesso com a qualidade, e a escala com o
compromisso formativo. Formar profissionais, sim – mas também cidadãos críticos, capazes de
compreender e transformar a realidade à sua volta.

Referências:
• Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP). Censo da
Educação Superior 2022.
• INEP/MEC. Indicadores de Qualidade da Educação Superior 2021.
• SEMESP – Sindicato das Mantenedoras de Ensino Superior. Mapa do Ensino Superior no
Brasil 2023.
• MEC. Sistema e-MEC – Avaliação de Cursos e Instituições.

Ronald Campos é Diretor da Eco Consultoria & Sistemas | Consultor no Ensino Superior

Comentários (1)

Maria de Fátima 09 ago 2025

Perfeito!

Compartilhar artigo:
A- A+

VÍDEO: Aragão comemora desempenho do Blog.

 

 

Nesses últimos dias Natal mais uma vez foi ultrajada e violentada com o infame Igor Cabral. 

Nosso post atingiu quase 80 mil visualizações no estado. Nesse 5 meses do blog esse foi um marco importante. 

Passados dois dias achamos importante jogar luz sobre outro nome que se esconde nas trevas, João Batista Carvalho Neto, o João Bomba que assassinou a psicóloga Fabiana Veras em abril do ano passado. 

Quando pensei que ligaria um holofote, vocês ligaram um canhão de luz sobre esses dois casos com mais de 113 mil visualizações.   

Essa resposta do povo potiguar aos nossos posts que através de reflexões busca trazer mais lucidez ao debate é um incentivo para que continuemos nessa luta pela informação livre, pela justiça e pela democracia. 

Romper a bolha dos 100k com 15 mil seguidores só ocorre pq o algoritmo do Instagram percebe relevância quando vcs curtem, comentam, compartilham nossos artigos. 

Não é a quantidade de seguidores que determina o alcance, o diferencial é a qualidade do texto que promove o engajamento e por conseguinte é exibido para mais e mais pessoas. 

Fica aqui meu muito obrigado a todos vocês que acompanham, interagem e engajam com nosso blog. Afinal, ele foi feito para vocês.

Comentários (0)

Nenhum comentário recente.

Compartilhar artigo:
A- A+

ALRN promove curso sobre saúde mental e inteligência emocional para gestores e equipes

Com o objetivo de enfrentar os desafios crescentes relacionados à saúde mental no ambiente corporativo e promover relações interpessoais mais saudáveis e colaborativas, a Diretoria de Gestão de Pessoas da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, por meio de suas coordenadorias e do Núcleo de Qualidade de Vida no Trabalho, articula uma nova capacitação voltada para gestores e equipes do Parlamento Potiguar.

Intitulado “Segurança Psicológica e Inteligência Emocional para Gestores e Equipes”, o curso será ministrado pelas professoras Rita de Cássia e Sarita Cesano, especialistas na área. As aulas acontecerão nos dias 19 e 26 de agosto de 2025, das 8h às 12h, na Escola da Assembleia, totalizando 8 horas de carga horária.

A iniciativa visa desenvolver competências essenciais para o bom convívio no ambiente de trabalho, como a resolução de conflitos, o gerenciamento do estresse e da ansiedade, além da identificação de padrões de comportamento que impactam a dinâmica das equipes.

A Escola da Assembleia disponibilizou a grade curricular do curso em anexo, e as inscrições devem ser feitas por meio do aplicativo da instituição.

Comentários (0)

Nenhum comentário recente.

Compartilhar artigo:
A- A+

Unimed Natal reforça compromisso com pacientes com TEA na Câmara Municipal.

A Unimed Natal foi a única operadora de saúde a comparecer com colaborador próprio à reunião da Comissão Especial de Inquérito (CEI) dos Planos de Saúde, realizada na Câmara Municipal, para tratar do atendimento a pacientes com Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Durante a audiência, a cooperativa apresentou ações implantadas e investimentos realizados, com foco na ampliação da rede assistencial e na qualificação do cuidado. Hoje, são três unidades próprias de terapias especiais (duas em Natal e uma no interior), além de uma rede credenciada com 12 clínicas especializadas.

A Unimed também anunciou a criação de um conselho consultivo com participação de familiares de pacientes com TEA, visando escutar demandas reais e fortalecer o diálogo com quem vivencia a rotina do atendimento.

Por fim, a cooperativa reafirmou que não há negativas no atendimento aos pacientes com TEA, e que todos os procedimentos seguem integralmente as normas da ANS, com investimentos contínuos em infraestrutura, como a nova unidade modelo da Zona Norte.

Com foco em um cuidado ético, individualizado e humanizado, a Unimed Natal reitera seu compromisso com os beneficiários com TEA e com o aperfeiçoamento constante dos processos de assistência, ouvindo as famílias e trabalhando para garantir mais acesso, qualidade e evolução terapêutica.

Comentários (1)

Maria de Fátima 07 ago 2025

👏👏👏👏👏

Compartilhar artigo:
A- A+

Liberdade de expressão e o Zeitgeist: entre a tirania, a anarquia e a síntese reguladora. Por Fernando Rocha.

O conteúdo a seguir é de autoria do articulista e não expressa, obrigatoriamente, o posicionamento do Blog Marcus Aragão.

A liberdade de expressão é, historicamente, um dos pilares das democracias liberais. No entanto, sua concepção não é estática — ela se transforma conforme o espírito do tempo, ou, como denominava Hegel, o Zeitgeist. Trata-se da manifestação histórica das ideias dominantes em determinado período, que condiciona o modo como a sociedade compreende valores fundamentais como a liberdade, a verdade, a justiça e, aqui, a expressão.

Durante séculos, a luta pela liberdade de expressão configurou-se como resistência contra formas de tirania — o poder régio, o dogma religioso, o autoritarismo de Estado. A tese predominante, portanto, foi a da liberdade como direito irrestrito de dizer, pensar e publicar. Nessa fase, o pensamento era disperso, atomizado, pouco capaz de formar consensos organizados em larga escala. A ausência de meios técnicos de aglutinação do discurso reforçava, paradoxalmente, a necessidade de uma liberdade ampla, pois o risco de hegemonia ideológica era mitigado pela própria dispersão dos emissores.

Entretanto, com o advento das redes sociais digitais, especialmente a partir da segunda década do século XXI, o Zeitgeist começou a exigir uma nova abordagem. O pensamento, antes fragmentado, passou a se organizar em blocos ideológicos coesos, mediados por algoritmos que não apenas favorecem a repetição e o engajamento, mas impõem lógicas de visibilidade e exclusão. Assim, por mais paradoxal que pareça, a tecnologia que prometia pluralidade resultou em monopólio de opiniões, bolhas informacionais e colonização do discurso público.

Neste novo contexto histórico, a tese da liberdade ilimitada cede lugar à antítese: a percepção de que o excesso de expressão sem responsabilização pode conduzir à anarquia comunicacional, à desinformação em massa e ao linchamento simbólico. A ausência de limites pode dar voz à barbárie, e não à liberdade.

A síntese hegeliana que se impõe é, portanto, a da liberdade regulada — não como forma de censura, mas como mecanismo racional de preservação da pluralidade. Regular as redes sociais é, neste sentido, obedecer ao espírito do tempo: garantir que a liberdade de expressão não seja capturada por estruturas privadas que monopolizam o discurso e moldam a opinião pública segundo interesses econômicos e políticos específicos.

A verdadeira liberdade de expressão, no século XXI, exige a coragem de repensá-la. Exige compreender que a liberdade não é o direito de todos falarem ao mesmo tempo e sem consequência, mas a garantia de que todas as vozes tenham, efetivamente, espaço para serem ouvidas. E isso, em tempos de algoritmos e bolhas, só será possível mediante regulação democrática, transparente e compatível com os princípios do Estado de Direito.

Assim, a regulação das redes sociais não é a negação da liberdade de expressão, mas sua mais alta afirmação no Zeitgeist atual. O espírito do tempo exige responsabilidade. E liberdade sem responsabilidade é apenas outra forma de opressão — agora, travestida de cliques, curtidas e viralizações.

Fernando Rocha é Procurador da República e Mestre em Direito Internacional

Comentários (1)

Maria de Fátima 07 ago 2025

Muito bom!

Compartilhar artigo: